É melhor fechares os olhos,
meu amor,
antes que o mundo inteiro
seja um incêndio.
Os ventos todos fechados
dentro da minha mão.
Quantos ciclones queres?
Procurava nos outros
a ternura,
mas só encontrava
poços cheios de ódio
e nitroglicerina.
Aquele poema,
ao contrário dos outros,
tinha pólvora.
Só lhe faltava o rastilho.
Éramos rebeldes por sistema,
a sonhar com uma revolução por dia.
À tardinha, na esplanada,
bebíamos um cocktail molotov.
O terrorista apaixonado
carregava, às escondidas,
uma bomba-relógio.
Era no peito.
Era o coração.
Partilhado por Paula Pereira
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