de Moscou
Na capital da Rússia, com vivas ao socialismo e aos líderes bolcheviques, uma grande manifestação comemorou os 90 anos da revolução socialista de 1917. Na tarde de 7 de novembro uma grande passeata percorreu o trecho entre a avenida Pushkin e o monumento a Karl Marx, nas proximidades da Praça Vermelha, em Moscou: 50 mil pessoas comemoravam ali os 90 anos da Revolução Bolchevique.
A grande bandeira à frente da passeata em Moscou
O “Grande Outubro”, é como os russos chamam aquele grande acontecimento histórico. Pelo calendário gregoriano, que os russos ainda seguiam no momento da revolução, era 25 de outubro.
Convocada pelo Partido Comunista da Federação Russa, a passeata teve uma grande participação de jovens ligados ao Komsomol, a organização juvenil do PCFR e, ao longo do percurso, viam-se nas janelas dos prédios, muitas pessoas aplaudindo a manifestação, disse Adalberto Monteiro (Secretário de Formação do PCdoB) que, juntamente com José Reinaldo Carvalho, Secretário de Relações Internacionais, representaram o PCdoB nas solenidades do aniversário do Outubro Vermelho, e também no Encontro Internacional dos Partidos Comunistas que, este ano, ocorreu em Minsk, capital da República de Belarus (antiga Bielo Rússia) e, com o tema “90 anos da Revolução Socialista de Outubro. A atualidade de suas idéias. Os comunistas na luta contra o imperialismo e pelo socialismo”, homenageou justamente o grande feito dirigido por Lênin e pelos revolucionários russos.
Junto ao monumento a Marx, a passeata transformou-se num ato público grandioso, com o palanque freqüentado pelo presidente do PCFR, Gennady Zyuganov, por lideranças dos camponeses, operários e militares russos, e por delegados dos partidos comunistas da República Tcheca, da Grécia e da Itália, que ali representavam os 70 partidos e organizações que estiveram presentes no encontro de Minsk.
Era de lá que partiam palavras de ordem, que ecoavam nos “ urras” gritados pela multidão: “Viva a nação, Viva o povo, Viva o socialismo”! Urra, para os russos, significa viva!, e era também o grito dos soldados nos campos de batalha. Houve também palavras de ordem que podem causar estranheza para observadores ocidentais, mas que demonstram o apreço do povo russo pelo sistema iniciado em 1917. “Viva Lênin!, Viva Stálin”, diziam. E a massa respondia: urra!, numa homenagem entusiástica àqueles líderes revolucionários.
Em seu pronunciamento, Zyuganov reforçou o legado do Grande Outubro. Destacou a construção da nação e da economia, com a nacionalização de toda riqueza russa que estava em mãos estrangeiras; a criação da base industrial (mais de 9 mil indústrias foram criadas no período revolucionário, disse); e a formação de uma base material voltada para o bem estar do povo. Fez também uma crítica dura ao período pós URSS, sobretudo ao período do presidente Vladimir Putin, marcado pelo desemprego e pelo narcotráfico. O pronunciamento de Zyuganov tem, é certo, um tom eleitoral. Haverão eleições nacionais na Rússia em 3 de dezembro, e seu discurso apresentou lideranças comunistas que compõem a lista do PCFR, um quadro que, em sua opinião, tem condições para governar a Rússia e tirar o país da crise. Finalmente, expressou sua confiança no futuro, na volta dos ideais da Grande Revolução de Outubro que, disse, vai marcar o século 21.
O ato teve um encerramento simbólico, deste ponto de vista: uma jovem de 20 anos leu uma declaração do evento em homenagem ao saldo positivo da Revolução Russa para o país e para o mundo.
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