Festa do Avante! evoca escritores comunistas
Num ano em que a exposição política do Espaço Central da Festa do Avante! é dedicada ao 90.º aniversário do Partido, Liberdade, Democracia, Socialismo: um Projecto de Futuro, são evocados dois expoentes da cultura nacional e que são, ao mesmo tempo, parte integrante da história do PCP – Alves Redol e Manuel da Fonseca, ambos nascidos há 100 anos.
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Nomes maiores do neo-realismo português, Alves Redol e Manuel da Fonseca afirmaram-se justamente como nomes maiores da literatura e da cultura portuguesas – o primeiro essencialmente como romancista e dramaturgo e o segundo como romancista, poeta e cronista. Apesar disso, é muito o que os une. Ambos iniciaram muito jovens a sua actividade literária como colaboradores de jornais e revistas – Vértice, O Diabo, Seara Nova, Sol Nascente – contribuindo com crónicas e contos. Como cenário do que escreviam estava o Ribatejo e o Alentejo, as suas gentes, as suas vidas, as suas lutas.
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A uni-los está também a opção antifascista que fizeram muito jovens, aderindo, ambos, ao Partido Comunista Português – a única força nacional que se opunha ao regime fascista e o enfrentava, que organizava e dirigia a resistência, que se batia pela liberdade, pela democracia, pelo progresso e pela justiça social. Um e outro mantiveram-se fiéis a esta opção até ao fim das suas vidas.
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Nesses anos, décadas de 30 e 40 do século passado, a maioria dos intelectuais portugueses participava activamente, com a sua obra, na luta antifascista, assumindo-se como porta-voz da resistência popular. Com o movimento neo-realista, que viria a marcar impressivamente a literatura portuguesa no século XX, a actividade dos escritores passa a ser parte integrante da luta de massas e as suas obras expressão dos anseios e aspirações dos trabalhadores e do povo. É precisamente do neo-realismo que Alves Redol e Manuel da Fonseca se tornam expoentes maiores. O primeiro, com o seu romance de estreia, Gaibéus, publicado em 1939, é justamente considerado o seu iniciador.
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O primeiro livro de poemas de Manuel da Fonseca, Rosa dos Ventos, e Planície, publicados respectivamente nos anos 1940 e 1941, são os primeiros passos da poesia neo-realista.
A reorganização e os passeios no Tejo
Na década de 40, o PCP reorganizava-se e afirmava-se como um grande partido nacional, vanguarda da classe operária e partido da resistência e da unidade antifascistas. No seu IV Congresso, realizado em 1946, contava com seis mil militantes e mais de quatro mil simpatizantes e células organizadas em todas as principais empresas do País. Desempenhando um papel determinante no desenvolvimento da luta, o PCP gozava de enorme influência não apenas junto da classe operária como dos intelectuais.
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Eram os tempos dos célebres «passeios» de fragata, no Tejo, que mais não eram senão formas disfarçadas de os intelectuais militantes e simpatizantes do Partido se reunirem fora das vistas da polícia fascista. Alves Redol, juntamente com Soeiro Pereira Gomes e António Dias Lourenço, era um dos seus organizadores e Manuel da Fonseca presença assídua.
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Vigiados e perseguidos pela PIDE, tanto pelo que escreviam como pela sua actividade política, Alves Redol e Manuel da Fonseca (como tantos outros intelectuais) conheceram a brutalidade dos interrogatórios e dos cárceres fascistas. Manuel da Fonseca morreu a 11 de Março de 1993. Alves Redol já não chegou a conhecer a liberdade que o 25 de Abril trouxe ao povo português – faleceu a 29 de Novembro de 1969. Ao seu funeral compareceram milhares de pessoas, que o acompanharam ao cemitério de Vila Franca de Xira, numa imensa manifestação de apreço pela sua vida e pela sua obra.
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Para ambos, o PCP foi o seu partido de sempre e as suas obras perduram como referências incontornáveis na história da literatura portuguesa.
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Nomes maiores do neo-realismo português, Alves Redol e Manuel da Fonseca afirmaram-se justamente como nomes maiores da literatura e da cultura portuguesas – o primeiro essencialmente como romancista e dramaturgo e o segundo como romancista, poeta e cronista. Apesar disso, é muito o que os une. Ambos iniciaram muito jovens a sua actividade literária como colaboradores de jornais e revistas – Vértice, O Diabo, Seara Nova, Sol Nascente – contribuindo com crónicas e contos. Como cenário do que escreviam estava o Ribatejo e o Alentejo, as suas gentes, as suas vidas, as suas lutas.
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A uni-los está também a opção antifascista que fizeram muito jovens, aderindo, ambos, ao Partido Comunista Português – a única força nacional que se opunha ao regime fascista e o enfrentava, que organizava e dirigia a resistência, que se batia pela liberdade, pela democracia, pelo progresso e pela justiça social. Um e outro mantiveram-se fiéis a esta opção até ao fim das suas vidas.
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Nesses anos, décadas de 30 e 40 do século passado, a maioria dos intelectuais portugueses participava activamente, com a sua obra, na luta antifascista, assumindo-se como porta-voz da resistência popular. Com o movimento neo-realista, que viria a marcar impressivamente a literatura portuguesa no século XX, a actividade dos escritores passa a ser parte integrante da luta de massas e as suas obras expressão dos anseios e aspirações dos trabalhadores e do povo. É precisamente do neo-realismo que Alves Redol e Manuel da Fonseca se tornam expoentes maiores. O primeiro, com o seu romance de estreia, Gaibéus, publicado em 1939, é justamente considerado o seu iniciador.
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O primeiro livro de poemas de Manuel da Fonseca, Rosa dos Ventos, e Planície, publicados respectivamente nos anos 1940 e 1941, são os primeiros passos da poesia neo-realista.
A reorganização e os passeios no Tejo
Na década de 40, o PCP reorganizava-se e afirmava-se como um grande partido nacional, vanguarda da classe operária e partido da resistência e da unidade antifascistas. No seu IV Congresso, realizado em 1946, contava com seis mil militantes e mais de quatro mil simpatizantes e células organizadas em todas as principais empresas do País. Desempenhando um papel determinante no desenvolvimento da luta, o PCP gozava de enorme influência não apenas junto da classe operária como dos intelectuais.
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Eram os tempos dos célebres «passeios» de fragata, no Tejo, que mais não eram senão formas disfarçadas de os intelectuais militantes e simpatizantes do Partido se reunirem fora das vistas da polícia fascista. Alves Redol, juntamente com Soeiro Pereira Gomes e António Dias Lourenço, era um dos seus organizadores e Manuel da Fonseca presença assídua.
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Vigiados e perseguidos pela PIDE, tanto pelo que escreviam como pela sua actividade política, Alves Redol e Manuel da Fonseca (como tantos outros intelectuais) conheceram a brutalidade dos interrogatórios e dos cárceres fascistas. Manuel da Fonseca morreu a 11 de Março de 1993. Alves Redol já não chegou a conhecer a liberdade que o 25 de Abril trouxe ao povo português – faleceu a 29 de Novembro de 1969. Ao seu funeral compareceram milhares de pessoas, que o acompanharam ao cemitério de Vila Franca de Xira, numa imensa manifestação de apreço pela sua vida e pela sua obra.
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Para ambos, o PCP foi o seu partido de sempre e as suas obras perduram como referências incontornáveis na história da literatura portuguesa.
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Avante
18.Agosto.2011
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