sábado, 23 de abril de 2016

Os CONTOS DO QUIJOTE

Século de Ouro da literatura espanhola. Novela renacentista. Argumento. Profundidade histórica. Vocabulário

Os CONTOS DO QUIJOTE
  • Introdução
  • Este livro comprei-o durante as férias de Páscoa. Ao igual que fiz com os outros dois livros que lemos nas avaliações passadas, o fui lendo pouco a pouco para poder entender melhor o argumento dos relatos. Lia umas seis páginas por dia, pelo que demorei algo mais de um mês no terminar. Para minha surpresa, a linguagem empregada nos relatos foi-me mais singelo de ler que o Lazarillo, mas me seguiu custando compreender o argumento e o desenvolvimento deste mesmo na cada conto.
    Tenho que dizer que me agradou bastante mais ler o Lazarillo, o encontrei mais ameno e irônico que este último. Apesar de tudo, o livro não me desagradou e me pareceu curioso.
    Com respeito à mensagem dos relatos para o leitor, não encontrei nenhum destacável. Simplesmente mostra-nos algumas das curiosidades que ocorriam naquela época, quase todas elas pouco comuns mas ao mesmo tempo críveis. É algo difícil de explicar, já que enquanto o ia lendo a cada me interessava mais conhecer o final do conto, pensando que realmente isso pudesse ocorrer alguma vez, embora alguns deles perdiam credibilidade, para mim opinião. Em resumo, considerei que estes relatos são todos fictícios, apesar do interesse que nos mostram alguns para conhecer mais a sociedade desses séculos XVI e XVII.
  • Resumo
  • RESUMO PRIMEIRO: O curioso impertinente.
    Neste relato as personagens principais são Anselmo e Lotario, os quais têm uma grande amizade, que tão amigos eram que ali em onde se situa a ação, lhes chamavam “os dois amigos”. E os outros duas personagens que eu destacaria são a Camila, uma mulher honesta, de extraordinária beleza e admirada no povo, a qual se casa com Anselmo, e Leonela, a servente de Anselmo e Camila, que adquire um respetableprotagonismo no conto.
    A ação situa-se em Florencia, uma bonita e rica cidade da Itália. Dentro desta localidade encontra-seToscana, onde habitam nossos protagonistas. Nesta pequena província habitaram desde sempre duas famílias ricas e respeitadas no povo, a família de Anselmo e de Lotario. Estes foram grandes amigos desde sempre. A uma verdadeira idade, Anselmo apaixona-se de uma bela mulher, Camila. Ela, correspondendo aos sentimentos de Anselmo, se casa com ele.
    Ao tempo de levar eles dois casados, Anselmo quis provar a fidelidade de sua esposa. Em todos os locais lhe diziam que Camila era uma boa mulher, honesta e digna. Advertiam-lhe que não metesse a mão no fogo, que ao final se queimaria. Mas ele, seguindo com seu descabellada idéia, lhe pede a seu amigo Lotario que lhe ajude a levar a cabo seu plano. Em um princípio, Lotario nega-se em rotundo e tenta disuadir a seu amigo, de que essa idéia era totalmente absurda. Mas finalmente, Anselmo consegue convencer-lhe para que tente conquistar a sua esposa. Lotario instala-se na casa, Anselmo finge que tem assuntos em outro local fora de Toscana e deixa a casa livre para que Lotario assalte a Camila. No começo de suas seduções,Camila recusa-lhe sem pensar-lho, até que Lotario termina se apaixonando loucamente dela.
    No conto, adquire uma especial importância a personagem da mulher, Camila, no que esta é totalmente inteirada de como deve de atuar na cada momento e é dona de suas ações. Mas a principal parte do relato está em mãos das personagens masculinas, Anselmo e Lotario. Há que destacar o desvincule, o qual nos leva a pensar que realmente quando se joga com fogo, é fácil se queimar e haver fracassado, como é o caso deste. Por que finalmente, Anselmo perde a amizade com Lotario, a fortuna da que dispunha e a sua esposa, marchando do povo definitivamente. Fica totalmente deshonrado, e tudo pelo orgulho.
    O tema que se trata aqui é ainda vigente na atualidade. Muitas vezes, sem saber as consequências que pode trazer, se leva a cabo algo perigoso, onde o desvincule pode ser desastroso, tal e como ocorre no relato. Por isso, considero importante valorizar o que já se tem e não tratar de aumentar pelo orgulho.
    RESUMO SEGUNDO: O Cativo.
    Neste segundo conto podemos deduzir que as duas personagens principais são o cativo e a mulher da que se apaixona este último, Zoraida. A ação desenvolve-se em um começo nas montanhas de León, transladando-se mais adiante a diferentes sítios, segundo o local no que lhe faziam escravo. Finalmente, após que o barco no que ia naufragasse, fica em Argel em mãos de um importante rei.
    Parte do argumento do relato trata das aventuras que lhe ocorrem ao principal protagonista ao sair de casa de seu pai: este, vendo que seus três filhos se faziam maiores, lhes dá uma quantidade de dinheiro para que façam suas vidas fora de casa. O protagonista, seguindo os conselhos de seu pai, encaminha-se ao exercício das armas. Após seguir um indeterminado número de viagens a diversos locais, cai cativo de diferentes capitães, reis e outras personagens de alto nível.
    Uma vez encontra-se em Argel, sendo prisioneiro, dá-se conta de que em cima do pátio de sua prisão se encontravam as janelas da casa de um mouro rico, o qual tinha uma filha, Zoraida, muito conhecida por suainmensurable beleza. Em um dia, estando ele com seus colegas, olhou para acima sem se dar conta, podendo assim observar que desde uma das janelas pendurava uma cana com dinheiro e outras coisas penduradas do extremo. Desta maneira, o cativo conhece a Zoraida, da que se apaixona perdidamente. Ela, correspondendo a seus sentimentos, continua lhe enviando dinheiro e cartas para poder ser pago a liberdade e sair da prisão.
    Depois de vários meses de que Zoraida lhe desse grandes quantidades de dinheiro, não só ele pôde sair da prisão, se não que seus amigos e ele conseguiram a liberdade e um barco com o que regressar a Espanha.Zoraida e ele tinham planejado que ele a fosse buscar, para a levar com ele.
    Podemos observar que neste conto nos mostra um pouco mais a sociedade do século XVI, vendo desta maneira os perigos que traziam as viagens realizadas em barco, a desgraça de cair na escravatura, e a facilidade de ser prisioneiro. A diferença dos demais relatos, este tem verosimilitud. Além de que um fragmento deste são fatos reais que lhe ocorreram ao próprio escritor do livro, Miguel de Cervantes, quando esteve em Argel. Um aspeto destacável do relato é o já mencionado antes, a credibilidade que inspira enquanto se lê.
    RESUMO TERCEIRO: A Casa dos Loucos.
    As personagens deste conto, são unicamente dois, e um secundário; tão poucos se mostram neste, considerei eu, por seu escueta extensão. Estas duas personagens principais são o capelão enviado pelo arcebispo e o licenciado. A personagem secundária que apreciei eu é o louco do manicomio, que aparece no final, se achando Júpiter.
    A ação situa-se neste caso em uma casa de loucos de Sevilla, onde o licenciado era ingressado por sua família lhe achando por louco. Nos últimos anos que este esteve na casa, se comportou de tal maneira que os encarregados dali chegariam a pensar que estava sensato. Desta maneira, o licenciado escreve uma carta ao arcebispo onde lhe explicava o problema no que se encontrava: que o realmente não estava louco, que já recuperava a sensatez. Tal foi a insistência do licenciado, que o arcebispo se decidiu a enviar um capelão para conhecer a verdade. Quando chegou o capelão à casa, esteve falando com ele. E pela maneira no que o licenciado conversou com o capelão, decidiu que efetivamente, não estava louco, e que devia de voltar a sua casa com sua família.
    Mas em um descuro, o licenciado foi a despedir de seu colega, o qual, louco de arremate, lhe explicou algo enojado que ele era Júpiter e que em três anos não choveria no povo. O licenciado, molesto com a despedida de seu colega, defendeu-se dizendo que ele, sendo Neptuno, faria com que chovesse as vezes que quisesse. Estando o capelão diante, deu-se conta da realidade: o licenciado tinha-se mostrado sensato quando verdadeiramente estava louco. De novo, o licenciado ficou na casa de loucos, sem conseguir seu propósito: sair dali.
    Aqui podemos ver que algumas vezes, achamos coisas que evidentemente não são. Neste caso, o louco fez-se passar por sensato, caindo em sua miserável armadilha o capelão. Desta forma, não tudo é como se vê e não há que fiar das aparências, se não da intuição da cada um.
    RESUMO QUARTO: A história de Leandra.
    Neste caso, a principal protagonista é Leandra, filha de um homem rico e honrado. Mas a este homem o que mais lhe honrava era ter uma filha como ela, de extremada hermosura e tão preciosa pela maioria dos homens da aldeia.
    Entre os muitos homens que se tinham movido desde diferentes pontos do país para conhecer e tentar conquistar a Leandra, seu pai se decantó por dois. Um deles era do mesmo povo, o pai deste conhecido por ele, de grande riqueza e limpo de sangue, Eugenio. Com as mesmas, pediu-lhe a mão de sua filha outro também do povo, o qual tinha por nome Anselmo, que foi a causa pela que seu pai decidiu perguntar a sua filha pelo definitivo pretendiente. Mas nesse tempo apareceu outro mais no povo, filho de Labrador, mas que nesse momento provinha de terras da Itália, com luxuosas vestimentas. Este tinha as habilidades de realizar todo tipo de atividades, tais como tocar a guitarra ou escrever poesia. Este, após muitas seduções, terminou por lhe roubar o coração a Leandra e cair esta rendida a seus pés.
    Finalmente, Leandra decide marchar-se com ele, sendo ela tão inocente e tendo tão grave cegueira, que ele a leva a um monte, após lhe ter roubado ao pai de Leandra. Ela, continuando sem suspeitar nada, lhe segue até o monte, onde ao cabo de uns dias, a despoja de todas suas roupas e a deixa só naquela espécie de gruta onde a tinha.
    No povo, ao ver que Leandra não voltava, decidiram Anselmo e Eugenio a ir buscar, a encontrando após vários dias naquela gruta já assinalada antes. Levaram-na de regresso ao povo, onde a partir desse momento tiveram gentes que a julgaram por deshonesta, fácil e ligeira.
    Com isto podemos entender a inocência de Leandra ante o amor que sentia por este filho de labrador. Assim, muitas vezes optamos pela decisão equivocada e criamos um problema irremediable. Ao igual queLeandra, em ocasiões não vemos a realidade, e fazemos coisas que não faríamos em situações diferentes.
  • Estrutura
  • O livro dos “Contos do Quijote” apresenta-nos sete relatos, contos ou novelas curtas. Não todos eles nos apresentam a mesma extensão, dentre estes sete podemos perceber que só três deles têm um maior comprimento, e estes são, “O curioso impertinente”, “O cativo” e “Os julgamentos de Sancho Barriga”. Os contos restantes pude observar que têm curta extensão, destacando “A casa dos loucos”, que a penas chega às quatro páginas.
    Também encontramos entre eles alguns que estão escritos de forma autobiográfica, como é o caso da “história de Leandra”, no qual é Eugenio o que conta a história desta mesma. Embora a maioria deles estão escritos em terceira pessoa.
    Destacar também que dentro de algum relato pudemos encontrar pequenos sonetos, a maioria deles comrima consoante.
    A única forma da que se unem todos estes contos é pelo fato de que estes pertencem à obra magistral “OQuijote”, por que enquanto os fui lendo, não pude encontrar nenhum outro elemento que me indicasse que tinham algum tipo de relacionamento entre eles, a parte de que se encontram incluídos no “Quijote”.
    A época na que se desenvolve a ação de todos os relatos é a dos séculos XVI e XVII, como nos resumos dos contos já mencionei. Há que ter em conta que esta época foi a do reinado de Felipe II, na que Espanha sofreu numerosos ataques e perdas de reinos, pelo que economicamente desceu sem remédio.
  • Profundidade histórica
  • O escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616) está considerado como uma das figuras fundamentais da literatura universal, ao igual que sua novela Dom Quixote da Mancha, uma obra ambiciosa, com uma temática rica e variada, cheia de humor e ternura e que consegue chegar e entretener aos mais variados públicos. O conhecido princípio da imortal obra é o que aqui lê um ator.
    Século de ouro, termo que implica uma época de esplendor literário, político e militar. Os escritores do século XVI e de começos do XVII foram conscientes muitas vezes de estar vivendo uma época de esplendor em todos os âmbitos, mas só ocasionalmente se serviram da expressão “século de ouro” para se referir a ela.
    O exemplo mais notável oferece-o de forma tardia, embora com um sentido político, Bartolomé de Góngorano corregimiento sagaz (1656): “Deixando eu agora os varões heróicos em todo gênero daquele século do prudente Rei dom Phelipe, baste dizer que nele floresceu o mesmo Rei em quem faço epílogo do talento mais escolhido (em seu modo) daquela idade a minha parecer Século de Ouro”. O termo idade de ouro, bem mais frequente, sobretudo até Miguel de Cervantes, serviu neste momento uma vez mais para recrear, com nostalgia, o mito de uma era de felicidade e paz, à que seguia outras de prata, cobre e ferro, que percorria a cultura ocidental desde Hesíodo.

    Será na segunda metade do século XVIII quando arraigue o conceito de século de ouro para designar à literatura do século XVI, em especial à poesia —a novela, apesar do crescente interesse por Cervantes que se produz nesta época, foi menos apreciada e o teatro mal tido em conta. Em 1713, o Dicionário de autoridades ainda define assim no século de ouro: “Foi o espaço de tempo que fingiram os poetas haver reinado o deus Saturno, no que diziam vivia os homens justificadísimamente, e, por extensão, se chama assim qualquer tempo feliz”.


    A valoração de boa parte do século XVII vai produzir-se no romantismo. Os autores desta época, embora mal falam de século de ouro, não ocultam suas preferências, além de por a época medieval, pelos dramaturgos e romancistas barrocos (se veja Barroco), também defensores de uma literatura popular e nacionalista —a eles se tinha adiantado Casiano Pellicer em 1804 com seu Tratado histórico sobre a origem e progresso da comédia e do histrionismo em Espanha. Mais reticentes mostram-se em frente aos poetasconceptistas e culteranos, apesar de que GóngoraQuevedo e o conde de Villamediana se convertem agora em personagens de alguns dramas.
    Na literatura espanhola, mais que na de outros países, a inovação rara vez substitui por completo às tradições estabelecidas. Deste modo, os usos poéticos antigos e novos coexistieron durante o século XVI. A vida religiosa em Espanha intensificou-se em meados do século XVI, em parte como consequência da preocupação que sentiam os católicos espanhóis pela Reforma protestante. O novo estilo poético acomodou-se à expressão de atitudes espirituais muito afastadas da poesia pastoril. O primeiro grande poeta deste gênero foi fray Luis de León, em cujos versos a devoção cristã se conjuga com o culto à beleza, o amor à natureza e a busca da serenidad clássica caraterística da renascença. San Juan da Cruz, contemporâneo de fray Luis, compôs o que pára muitos críticos são os versos mais intensos e radiantes da língua espanhola. Nestes poemas tenta expressar —em termos de amor humano— a inefable experiência mística da união da alma humana com Deus. Outro poeta importante desta época é Fernando de Herrera, quem cultivou o estilo barroco característico do seguinte período da literatura espanhola.
  • Vocabulário
    • Requebraragasajar, festejar.
    • Pertrechos: fornecimentos, munições.
    • Atabales: tambores, caixas.
    • Intricadoenredado.
    • Zalemassaludoscarantoñas.
    • Salterios: liturgias.
    • Desaforados: excessivos, exagerados.
    • Fanales: focos, candiles.
    • Fullerostrampososcarreteros.
    • Chocarrero: zombador, gracioso.
    Ao mesmo tempo que lia os relatos, assinalava com um lápis aquelas palavras que não me resultaram familiares ou que sentia curiosidade por conhecer seu significado. De todas as que assinalei, escolhi estas dez. Não tenho nenhuma razão em especial pela que escolhi estas palavras, simplesmente não conhecia seu significado e ao buscar no dicionário me resultaram curiosas.
  • Conclusão
  • Após terminar o livro, dei-me conta de que graças a alguns relatos que realmente inspiravam credibilidade pude conhecer um pouco mais a sociedade desses séculos de ouro, onde a literatura espanhola destaca e se criam as obras mais importantes.
    Alegro-me de haver lido este livro, já que desfrutei bastante lendo-o e não me arrependo em absoluto disso. Resultaram-me curiosos alguns dos contos e bastante fantasiosos, mas que não por isso me tenham desagradado, todo o contrário.
    http://www.resumosetrabalhos.com.br/os-contos-do-quijote-miguel-de-cervantes.html

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