Eu sou carvão!
E tu arrancas-me brutalmente do chão
E fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
Para te servir eternamente como força motriz
Mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
Queimar tudo com a força da minha combustão.
Eu sou carvão;
Tenho que arder na exploração
Arder até às cinzas da maldição
Arder vivo como alcatrão, meu irmão,
Até não ser mais a tua mina, patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão
Abril de Novo Magazine 09/10/2018 Cultura, Voar Fora da Asa
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