Elegia
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Modernamente, elegia é um poema  de tom terno e triste. Geralmente é uma lamentação pelo falecimento de  um personagem público ou um ser querido. Vale ressaltar que na elegia também há digressões moralizantes destinadas a ajudar ouvintes ou leitores a suportar momentos difíceis. Por extensão, designa toda reflexão poética sobre a morte:
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a elegia, assim como a Ode, tem extensôes variadas. O que as difere é que a elegia trata de acontecimentos infelizes do próprio autor ou da sociedade.
a elegia, assim como a Ode, tem extensôes variadas. O que as difere é que a elegia trata de acontecimentos infelizes do próprio autor ou da sociedade.
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Já na antigüidade, a elegia era uma composição da poesia lírica  monódica (ou seja, declamada pelo próprio poeta, geralmente, e  acompanhada por um só intrumento musical - como a lira;  ao contrário da lírica coral, apresentada por um coro, como ou sem  acompanhamento musical), aparentada à épica pela sua forma. No entanto, o  metro utilizado era o dístico elegíaco.  Havia vários tipos de elegia, conforme seu conteúdo: elegia marcial ou  guerreira, elegia amorosa e hedonista, elegia moral e filosófica, elegia  gnômica...
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Inicialmente definida pelo metro específico, chamado metro elegíaco, a  elegia passou a designar um gênero poético que se caracterizou não pela  forma, mas pelo assunto: a tristeza dos amores interrompidos pela  infidelidade ou pela morte.  A elegia surgiu na Grécia antiga, com  Calino de Éfeso (século VII a.C.), Tirteu e Mimnermo. Seus poemas eram  cantos guerreiros que incitavam à luta. Calímaco, importante poeta  alexandrino do século III a.C., foi um dos primeiros a escrever elegias  no sentido do moderno termo, ou seja, como poemas líricos e tristes. Sua  elegia Os cabelos de Berenice, da qual só restaram fragmentos,  constituiu o primeiro modelo do gênero.  Entre os romanos, o primeiro  grande poeta elegíaco foi Tibulo. Seus três livros sentimentais, muito  lidos durante a Idade Média, influenciaram fortemente os poetas da  Renascença. Foram preferidos às elegias de Propércio, que inauguraram um  subgênero, com poemas ardentemente eróticos. O mais importante dos  elegíacos romanos foi Ovídio: os Poemas tristes e as Cartas do Ponto,  que lamentavam seu exílio, se aproximam bastante das elegias modernas.   No século XVI, a elegia transformou-se num dos gêneros poéticos mais  cultivados, embora ainda pouco definido. Em Portugal, o primeiro  escritor de elegias foi Sá de Miranda, mas Camões foi o principal: da  edição de 1595 de suas obras completas, constam quatro elegias, tidas  pelas melhores em língua portuguesa. Na França da Renascença,  destacou-se no gênero Pierre de Rosnard.  Na poesia inglesa, a elegia  apareceu com Astrophel, lamento fúnebre de Edmund Spenser. Durante quase  três séculos produziram-se, dentro desse modelo, alguns dos maiores  poemas da literatura inglesa, como Lycidas, de Milton (1638), Adonais,  de Shelley (1821), sobre a morte de Keats, e muitas outras. Contudo a  mais famosa elegia da língua inglesa foi Elegy Written in a Country  Church Yard (1751; Elegia escrita num cemitério da aldeia), de Thomas  Gray, meditação sobre a morte de gente humilde e anônima e uma das obras  capitais do pré-romantismo europeu.  Em outras literaturas, a elegia  assumiu características pagãs, como as belas e eróticas Römische Elegien  (1797; Elegias romanas), de Goethe, obra prima da literatura alemã. No  século XX, a obra mais importante do gênero foi sem dúvida Duineser  Elegien (1923; Elegias de Duino), do poeta alemão Rainer Maria Rilke. No  Brasil, o mais importante autor de elegias foi Fagundes Varela, no  século XIX. Destacam-se ainda Cristiano Martins, Vinicius de Moraes,  Cecília Meireles (em Solombra) e Dantas Mota, no século XX.1
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Esta página foi modificada pela última vez às 19h43min de 27 de novembro de 2010.
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