Amália Rodrigues - "Meu amor é marinheiro", por Alain Oulman
Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar.
Quando chega à minha beira
Todo o meu sangue é um rio
Onde o meu amor aporta
Seu coração - um navio.
Meu amor disse que eu tinha
Na boca um gosto a saudade
E uns cabelos onde nascem
Os ventos e a liberdade.
Meu amor é marinheiro
Quando chega à minha beira
Acende um cravo na boca
E canta desta maneira.
Eu vivo lá longe, longe
Onde passam os navios
Mas um dia hei-de voltar
Às águas dos nossos rios.
Hei-de passar nas cidades
Como o vento nas areias
E abrir todas as janelas
E abrir todas as cadeias.
Assim falou meu amor
Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar.
Quando chega à minha beira
Todo o meu sangue é um rio
Onde o meu amor aporta
Seu coração - um navio.
Meu amor disse que eu tinha
Na boca um gosto a saudade
E uns cabelos onde nascem
Os ventos e a liberdade.
Meu amor é marinheiro
Quando chega à minha beira
Acende um cravo na boca
E canta desta maneira.
Eu vivo lá longe, longe
Onde passam os navios
Mas um dia hei-de voltar
Às águas dos nossos rios.
Hei-de passar nas cidades
Como o vento nas areias
E abrir todas as janelas
E abrir todas as cadeias.
Assim falou meu amor
Adriano Correia de Oliveira - Trova do Amor Lusíada"
Meu amor é marinheiro
Meu amor mora no mar.
Meu amor disse que eu tinha
Na boca um gosto a saudade
E uns cabelos onde nascem
Os ventos da liberdade.
INSTRUMENTAL
Meu amor é marinheiro
Meu amor mora no mar.
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar.
INSTRUMENTAL
Meu amor é marinheiro
Meu amor mora no mar.
Trova do Amor Lusíada - Manuel Alegre
Meu amor é marinheiro
quando suas mãos me despem
é como se o vento abrisse
as janelas do meu corpo.
Quando seus dedos me tocam
é como se no meu sangue
nadassem todos os peixes
que nadam no mar salgado.
Meu amor é marinheiro.
Quando chega à minha beira
acende um cravo na boca
e canta desta maneira:
- Eu sou livre como as aves
e passo a vida a cantar
coração que nasceu livre
não se pode acorrentar.
Trago um navio nas veias
eu nasci para marinheiro
quem quiser pôr-me cadeias
há-de matar-me primeiro.
Meu amor é marinheiro
e mora no alto mar
seus braços são como o vento
ninguém os pode amarrar.
Quando chega à minha beira
todo o meu sangue é um rio
onde o meu amor aporta
seu coração - um navio.
Meu amor disse que eu tinha
uns olhos como gaivotas
e uma boca onde começa
o mar de todas as rotas.
Meu amor disse que eu tinha
na boca um gosto a saudade
e uns cabelos onde nascem
os ventos e a liberdade.
Meu amor falou-me assim:
Ó minha pátria morena
meu país de sal e trevomeu cravo minha açucena
vale mais ser livre um dia
lá nas ondas do mar bravo
do que viver toda a vida
pobre triste preso escravo.
Eu vivo lá longe longe
onde passam os navios
mas um dia hei-de voltar
às águas dos nossos rios.
Hei-de passar nas cidades
como o vento nas areias
e abrir as janelas
e abrir todas as candeias
hei-de passar a cantar
pelas ruas da cidade
erguendo na mão direita
a espada da liberdade.
Ó minha pátria morena
meu país de trevo e sal
sou marinheiro e não esqueço
que nasci em Portugal.
Assim falou meu amor
assim falou ele um dia
desde então eu vivo à espera
que volte como dizia.
Eu creio no meu amor
meu amor é marinheiro
quem quiser pôr-lhe cadeias
há-de matá-lo primeiro.
Sei que um dia ele virá
assim muito de repente
como se o mar e o vento
nascessem dentro da gente
como se um navio entrasse
de repente na cidade
trazendo a voar nos mastros
bandeiras de liberdade.
Meu amor é marinheiro
e mora no alto mar
coração que nasceu livre
não se pode acorrentar.
in 30 anos de Poesia, Manuel Alegre, Círculo de Leitores
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