sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Tatuagem

( Ricardo em merecidas vacances: lembrei-me que tinha este poema. Envio-te com um abraço. )

TATUAGEM

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* Fernando Manuel Pereira

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Neste desacerto
O mais certo é o silêncio
(minha obsessão...)
Que passa com enorme precisão
A medir o tempo para
lá da vidraça
Mancha Imaculada
Que por vezes me anima e inspira


O labirinto
Meus amigos é esta alucinação
Como fotografia densa e oblíqua
Espero a lentidão da madrugada
Uma palavra no quadro
Antes dela já tinha nascido um rosto
E um gesto


Uma tela cega sem passado
Cala a oculta aparição de mim mesmo
Um poema está exposto como se não existisse
Para lembrar alguém.
Acabarei por me lembrar de ti.


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Fernando Manuel Pereira/ Poeta/ Setubalense

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