A Guerra em Angola, Moçambique e Guiné.
1961
em treino com arma. Angola, 1961
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in O Portal da História
arqnet.pt/portal/portugal/guerrafrica/cron1961.html
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Nota: Esta planta não tem escala. Como foi feita de memória por Alfredo Baeta Garcia é possível que contenha erros na localização exacta dos lotes e na sua dimensão.
No próximo post colocarei a legenda com o nome dos proprietários em 1975. Agradeço que me comuniquem qualquer erro encontrado, pois será involuntário.
Para melhor visualizarem a fotografia e, em particular os números, poderão clicar sobre a mesma.
publicado por Quimbanze às 08:18 link do post.
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travessadoferreira.blogspot.com/2007_09_01_archive.html
SOMBRA DA GUERRA
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Outra solução
A repressão
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Após o ataque ao Quitexe as populações das grandes sanzalas como o Catulo, Dambi Angola, Ambuíla e o Quitoque permaneceram nelas, pacificamente. Os carros circulavam no seu interior, sem qualquer hostilidade. Há como que uma pausa para avaliar a situação pois creio que, embora todos os pretos estejam ao corrente do que se passa , inicialmente, só uma pequena parte terá aderido à UPA e ao ataque ao Quitexe e às fazendas. A UPA só conseguiu alguns êxitos no primeiro dia dada a surpresa, pois se estivessem as fazendas alertadas, tudo tinha sido diferente. As autoridades estavam, afinal, a par do que iria acontecer, dia e hora, como posteriormente se veio a saber. Porque não alertaram as fazendas e as povoações da iminência do ataque? Porque deixaram morrer tantos brancos, mulheres e crianças sem saberem por que estavam a ser esquartejados à catanada?
A UPA, à semelhança do que se passou no Congo Belga, confiou que os brancos, cheios de medo, abandonassem em fuga as suas terras, o que, por pouco não conseguiu. Só, talvez a presença de largos milhares de contratados do Sul, agora todos classificados de Bailundos o terá evitado. Só na área do Posto do Quitexe haverá quatro ou cinco vezes mais Bailundos que toda a população local africana. Por variadas razões estão totalmente ao nosso lado e, assim evitam que a actividade cafeícula paralise. E foi, graças ao valor económico do café e à permanência dos Bailundos nesta região, que a maioria das fazendas, entregues a gerentes e empregados brancos conseguiu manter-se em laboração. Estes, à noite, ainda ajudavam na defesa do Quitexe. Os comerciantes abalaram para Luanda; sem os povos das sanzalas nada mais os prendia aqui: não havia a quem vender, nem a quem comprar.
A repressão que se segue é brutal. Não se procura uma alternativa. Entretanto, eu e o Martins Gonçalves propomos tentar entrar em contacto com as sanzalas, mas a nossa sugestão é liminarmente excluída: não havia ordem para isso.
As sanzalas são metralhadas e incendiadas. Homens, mulheres, velhos e crianças iniciam a debandada; levam consigo os poucos haveres que conseguem reunir. O seu destino são as matas impenetráveis da Serra do Quimbinde, da Serra do Quitoque, do maciço da Serra do Cananga. Vão, quem sabe, à procura dos lugares dos seus antepassados, de onde, um dia, foram obrigados a sair, pela força, para se fixarem junto às estradas que correm no sopé das serras e dão acesso aos Postos Administrativos e, agora, às povoações da população branca e às sanzalas africanas.
A morte de todos os pretos da região, sentenciada pela Pide, braço da repressão do governo, secundada pelos agentes das autoridades administrativas e outros mais sedentos de vingança, conseguiu, em poucos dias destruir o equilíbrio simbólico que existia entre o poder das autoridades portuguesas e o poder africano do sobas.
O bom relacionamento dos comerciantes com os povos das sanzalas era fruto de uma actividade onde os interesses mútuos se cruzavam. Para o comerciante do mato é do bom relacionamento com os nativos que depende a sua própria sobrevivência e foi este equilíbrio estável que foi irremediavelmente perdido. E, assim, de maneira pouco política e irresponsável, as autoridades portuguesas entregaram à guarda da UPA, grupo armado de assassinos ao serviço dos interesses americanos, os povos com quem convivemos durante centenas de anos. Este convívio nem sempre foi feito da melhor maneira, mas mais por culpa das autoridades que preferiam, em vez do respeito mútuo, incutir em terra alheia a submissão e o medo, esquecendo os valores do humanismo cristão que tanto apregoavam.
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Só muito mais tarde adoptaram a política da “psico”, tentando atrair as populações africanas a aldeamentos modelo guardados pelos “flechas” e visitados pelos altos governantes, como exemplo da convivência com os povos nativos.
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Quitexe 61 - Uma Tragédia Anunciada, João Nogueira Garcia
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