domingo, 8 de março de 2009

CANTIGA - Béatrix de Viennois,

CANTIGA

Grã coita tenho sofrido
Por homem que desdenhei.
Que sempre seja sabido
Quanto o amo e amarei.
É-me agora fementido
Por amor que eu receava.
E doida eu ‘stava em vestido
Ou se nua me deitava.

Ai quero ao meu cavaleiro
Apertar às tetas brancas!
O corpo dou-lh’ eu inteiro,
Cavalgará minhas ancas!
Ca lh’ estou mais que rendida
Flora o foi de Brancaflor,
E todo seu meu amor,
Minh’alma, os olhos, e a vida.

Ai meu amigo velido!
S’ em meu poder vos tomar
E convosco me deitar
E d’amor eu vos beijar,
Não há nenhum mor prazer
Que vos ter com’ a marido,
Se de vós for prometido
Fazerdes quant’ eu quiser.

Béatrix de Viennois, Condessa de Die
(Provença, falecida em 1160)
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Enviado por Guilhermina Abreu (hi5)
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