sábado, 28 de março de 2009

Poema - Fernando Pessoa


POEMA

O céu, azul de luz quieta.
As ondas brandas a quebrar,
Na praia lúcida e completa
Pontos de dedos a brincar.

No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia
De cujo ritmo por fim saía
Todo o sentido deste dia.

Que bom se isto satisfizesse!
Que certo se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas e esse
Céu têm vida e têm ser.

(Fernando Pessoa in Cancioneiro)
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Enviado por Gioconda Porto (hi55)
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