quarta-feira, 22 de julho de 2009

Guilherme de Almeida - Canção do Expedicionário

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Quarta-feira, 8 de Julho de 2009

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Guilherme de Almeida e os irmãos Tácito, Estevam e Antonio Joaquim, com o amigo Carlos Pinto Alves, em Cunha - 1932 (Foto Reprodução)





GUILHERME DE ALMEIDA
O POETA DA REVOLUÇÃO
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Luiz de Almeida

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Para o Estado de São Paulo o dia “9 de Julho” não é só uma data puramente histórica que ficou arquivada nas trincheiras do longínquo ano de 1932. O significado chega a transpor as barreiras e os limites não apenas de uma extensão territorial, mas sim as barreiras e os limites de uma nação chamada Brasil. São Paulo pleiteava a unificação nacional através de uma Constituição Digna e Democrática. São Paulo almejava a Liberdade. São Paulo sonhava com um Governo Democrático e não aceitava mais o pesadelo de Governo nefasto e ditador. E, como não encontrou eco para uma solução pacífica, armou-se para a batalha que a história denominou de: “Revolução Constitucionalista de 32”.
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Neste texto não desejo perder o meu tempo e nem o do dileto leitor com a História da referida Revolução. Todo o brasileiro a conhece. O que importa aqui, não fugindo da temática deste Blog, é continuar falando do Poeta Guilherme de Almeida, cuja postagem anterior, o artigo de autoria da Poeta Maria Thereza Cavalheiro, trouxe-nos notícias do "Príncipe dos Poetas" que ainda não sabiamos. E, mesmo sendo do conhecimento de todos, Maria Thereza enfatizou a participação ativa e efetiva do nosso Poeta na Revolução Constitucionalista de 1932. Guilherme de Almeida trocou o terno de linho pela farda de lona, a gravata pelo laço de couro repleto de balas, a caneta pelo fuzil, o escritório pela trincheira e foi demonstrar o seu civismo e o seu amor por São Paulo e pelos ideais democráticos.

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Para este Blog, o Poeta é o que mais importa para comemorar este “9 de Julho”. E não existe forma melhor para comemorar se não o de degustar dos poemas de Guilherme de Almeida, aqueles que versão sobre a Revolução Constitucionalista, sobre os Homens Paulistas que perderam suas vidas por uma causa nobre, e sobre o Símbolo Maior: a “Bandeira das Treze Listras”, que o Poeta orgulhosamente hasteava no topo da fachada da sua casa, numa demonstração de amor pelo Estado de São Paulo e pelo Brasil.
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E o Poeta e Soldado Constitucionalista:
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“Guilherme de Almeida”, assim se manifestou:
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CANÇÃO
DO EXPEDICIONÁRIO
Você sabe de onde eu venho?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
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Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,A glória do meu Brasil.
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Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
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Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

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Hoje há musica (22) - Canção do Expedicionário
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