sábado, 22 de dezembro de 2007


Exposição Escultura e Pintura: "Aquém e Além do Símbolo"

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Dia 28 de Setembro 2007, ás 16.30H, é inaugurada uma exposição de escultura e pintura, integrada nas Jornadas Europeias do Património, no Convento de Cristo, em Tomar. Estará patente ao público visitante do Convento até 28 de Dezembro 2007.Na rota do simbólico, acordar o inconsciente, viajar para além do símbolo, ao encontro de afectos, espaços e identidades

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O símbolo é uma forma poderosa da comunicação humana, uma forma de linguagem, transversal a todas as culturas porque emerge do inconsciente. Segundo Carl Jung, os símbolos nascem do inconsciente, da sombra, assumem um poder interior do qual estamos conscientes e ultrapassam a própria palavra oral ou escrita.O simbolismo representa e desempenha um papel importante na actividade mental superior. Presente nas diversas culturas, numa espécie de “inconsciente colectivo”, integra padrões instintivos de pensamento e comportamento que reconhecemos como emoções e valores. Enquadra uma espécie de inteligência genética comum, reflecte sentimentos e imagens, materializa-se na forma na procura do significante. Os símbolos exprimem modelos ou padrões de imaginação que povoam os mitos, lendas, narrativas, ritos, rituais e cerimónias dos povos.A função intuitiva, segundo Cann e Dondieri (1986), está ligada aos arquétipos: anima (feminino), animus (masculino), mãe terra, pai sol, sombra ( expressão de desejos básicos que procuramos esconder no inconsciente),etc.

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O homem sempre usou símbolos para exprimir o quê e o porquê das forças criativas e dinâmicas, subjacentes à sua existência. Ao contemplar o universo, tenta decifrar e integrá-lo no sentir da sua existência. Usa a linguagem dos símbolos, tenta conhecer-se a si próprio, procurar luz e conhecimento, segundo uma estruturação religiosa, gnósica ou filosófica. Os símbolos estão relacionados com a descoberta de significados, na tentativa de ir além das suas necessidades básicas de sobrevivência. Estão para além da razão, procuram a realidade profunda, a verdade, na tentativa de criar uma linguagem dirigida ao íntimo, ao coração de si próprio. Os símbolos são expressões conscientes do inconsciente.

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O simbolismo aparece também na arte. Expressa-se nos arquétipos, imaginários ancestrais ou mensagens manifestas ou ocultas.

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O artista faz uso do símbolo para expressar sentimentos, emoções e preocupações do seu tempo, na procura do autoconhecimento, do rasto, da luz, na imortalidade desejada , na transcendência. O simbolismo e arte criativa têm origem comum nos processos mentais do inconsciente, sendo frequente oartista inclui-lo nas suas obras, com o seu poder de abrir o caminho da paz interior e a sabedoria espiritual.

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Uma obra de arte encerra em si uma linguagem, um tipo de conhecimento, um efeito psicológico intenso, um alimento espiritual. No fundo, a arte figurativa ou abstracta, tem uma função simbólica, distinta da linguagem dos símbolos. Enriquece o caminho da vida, a análise crítica, o gosto pela subtileza no prazer da emoção estética. A subjectividade é a sua alma, força, mistério e encantamento. Tem a capacidade de acordar e surpreender o nosso imaginário, a forma significante, aquém e além do símbolo.

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Júlio Pêgo/Setembro/2007

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Segunda-feira, 24 de Setembro de 2007

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Publicada por Júlio Pêgo em psicopintura

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«A blogosfera psicoarte será um espaço de encontro, opinião e crítica. Conjugando psiquiatria com artes plásticas podemos dar as mãos na criatividade, na invenção e nos afectos e descobrir dentro de nós uma estrela cintilante...Podemos formar uma cadeia de união, transversal a todos os povos, pensando e reflectindo a nossa modernidade. Seremos uma força crítica, pensante e criativa. O seu contributo reflexivo será o alimento deste blogue. »

Júlio Pêgo 20/11/06

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Ver também:

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Júlio Pêgo - Três contribuições no Ao Sabor do Olhar

2 comentários:

Maria José disse...

Obrigada por divulgar um artista plástico (que curisamente também é psiquiatra) e que tive o prazer de visitar a sua expo em Tomar. Aquele claustro da Micha, com essas esvoaçantes esculturas em ferro e em inox, fizeram as delícias dos visitantes do Convento, como se habitassem lá. Parabéns a Júlio Pêgo.
MªJosé

Maria José disse...

Gostava de conhecer mais obras de Júlio Pêgo! Lembra-me Gonzalez e David Smith...
Mªjosé