A política e poeta Alda Espírito Santo, que lutou pela independência de São Tomé e Príncipe, morreu hoje numa clínica de Luanda.
Alda Espírito Santo era presidente da União Nacional dos Escritores e Artistas São-Tomenses e já fora presidente da Assembleia Nacional, bem como ministra da Educação, da Cultura e da Informação.
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Dado o agravamento do seu estado de saúde, fora há dias transferida para Angola, onde lhe amputaram uma perna para conter a gangrena provocada por má circulação sanguínea; mas entretanto entrara em coma.
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Nascida em 1926, frequentou a Universidade de Lisboa e na Casa dos Estudantes do Império, foco do nacionalismo das antigas colónias africanas, conviveu com Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade e Marcelino dos Santos.
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Deixou os livros de poemas “O Jogral das Ilhas”, de 1976, e “É nosso o solo sagrado da terra”, de 1978.
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Dado o agravamento do seu estado de saúde, fora há dias transferida para Angola, onde lhe amputaram uma perna para conter a gangrena provocada por má circulação sanguínea; mas entretanto entrara em coma.
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Nascida em 1926, frequentou a Universidade de Lisboa e na Casa dos Estudantes do Império, foco do nacionalismo das antigas colónias africanas, conviveu com Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade e Marcelino dos Santos.
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Deixou os livros de poemas “O Jogral das Ilhas”, de 1976, e “É nosso o solo sagrado da terra”, de 1978.
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saotome : Message: Artigo sobre poesia de Alda Espírito Santo e Conceição Lima
2 publicações - 1 autor
Uma voz de imbondeiro no silêncio da gravana: a representação da mulher na poesia de Alda Espírito Santo e Conceição Lima, de Érica Antunes, Revista Crioula ..
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As (in)diferenças sociais nas vozes poéticas de Alda Espírito Santo e Noémia de Sousa
Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat -de ÉA Pereira - Artigos relacionadosafricana de língua portuguesa — análise das obras de Alda Espírito Santo, Alda Lara, ..... “Construir” de Alda Espírito Santo apontam para as (in)diferenças ...
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Eu vou trazer para o palco da vida pedaços da minha gente, a fluência quente da minha terra dos trópicos batida pela nortada do vendaval de abril. Eu vou descer á Chácara Subir depois pelos coqueiros do pântano ao coração do Riboque, onde o Zé Tintche, tange sua viola neste findar dum dia de cais com gentes de longe na Ponte Velhinha num dia de passageiros(...) Descendo o meu bairro |
Dados Biográficos |
Alda Neves da Graça do Espirito Santo, nasceu em 1926 em S. Tomé.
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Alda do Espirito Santo é um afigura emblemática, não só da literatura e da cultura santomense, como também da história recente do país. A sua presença fez-se ao domínio colonial, motivo pelo qual interrompeu os estudos universitários, tendo terminado apenas os estudos secundários em Portugal, manteve-se após a independência, como destacada figura política, desempenhando cargos de Ministra de Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura, Presidente da Assembleia Popular da Republica e Secretária Geral da UNEAS.
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Colaboração dispersa em diversas publicações regulares: Mensagem (CEI), Jornal de Angola, A Voz de S. Tomé.
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Alda Espirito Santo é também autora de uma poesia, na qual expressa o protesto e luta intimamente associada ás aspirações do seu povo.
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Alda Espírito Santo, senhora-mãe desse "Solo Sagrado da Terra", reafirma a cada instantânea coerência entre vida e poesia, ou melhor, a unidade entre protesto e luta. Pôs a língua portuguesa, incorporada com firmeza e serviço de nós. A sensibilidade poética joga de mãos dadas com o seu explícito engajamento.
Obra |
Poesia | . | ||
O Jornal das Ilhas (1976) | |||
É nosso o Solo Sagrado da Terra (1978) | |||
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Incluída em M. Andrade e F. J. Tenreiro, Poesia Negra de Expressão Portuguesa (1958); ª Margarida, Poetas de S.Tomé e Príncipe (1963); M. Ferreira, No Reino de Caliban II (1976); C. ª Medina, Sonha Mamana África (1988); O Coro dos Poetas e Prosadores de S.Tomé e Príncipe (1992); entre outros... | |||
Poemas | . | HUMANIDADE | . |
Em Torno da Minha Baía
Aqui, na areia,Sentada a beira do caís da minha baía
do caís simbólico, dos fardos,
das malas e da chuva
caindo em torrente
sobra o caís desmantelado,
caindo em ruínas
eu queria ver à volta de mim,
nesta hora morna do entardecer
no mormaço tropical
desta terra de África
à beira a do caís a desfazer-se em ruínas,
abrigados por um toldo movediço
uma legião de cabecinhas pequenas,
à roda de mim,
num voo magistral em torno do mundo
desenhando na areia
a senda de todos os destinos
pintando na grande tela da vida
uma história bela
para os homens de todas as terras
ciciando em coro, canções melodiosas
numa toada universal
num cortejo gigante de humana poesia
na mais bela de todas as lições
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(1963)
Abraços de Roma
Enzo
Abraços de Roma
Enzo
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LÁ NO ÁGUA GRANDE
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Lá no Água Grande a caminho da roçanegritas batem que batem co’a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.
Cantam e riem em riso de mofa
histórias contadas, arrastadas pelo vento.
Riem alto de rijo, com a roupa na pedra
e põem de branco a roupa lavada.
As crianças brincam e a água canta.
Brincam na água felizes...
Velam no capim um negrito pequenino.
E os gemidos cantados das negritas lá do rio
ficam mudos lá na hora do regresso...
Jazem quedos no regresso para a roça.
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(1991)
In Primeiro Livro de Poesia
Outros Sites |
http://nicewww.cerne.ch/~pintopc/www/afica/EspiritoSanto/OndeEstao.htm
ILHA NUA
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Baía morena da nossa terra vem beijar os pézinhos agrestes das nossas praias sedentas, e canta, baía minha os ventres inchados da minha infância, sonhos meus, ardentes da minha gente pequena lançada na areia da Praia Gamboa morena gemendo na areia da Praia Gamboa. Canta, criança minha teu sonho gritante na areia distante da praia morena. Teu teto de andala à berma da praia. Teu ninho deserto em dias de feira. Mamã tua, menino na luta da vida gamã pixi à cabeça na faina do dia maninho pequeno, no dorso ambulante e tu, sonho meu, na areia morena camisa rasgada, no lote da vida, na longa espera, duma perna inchada Mamã caminhando p'ra venda do peixe e tu, na canoa das águas marinhas ... . — Ai peixe à tardinha na minha baía... Mamã minha serena na venda do peixe. . |
. PARA A TANIA . . Nesta noite morna de luar africano Salpicando de sombras as estradas Eu estendo os meus braços sedentos Para a nossa mãe África, gigante E ergo para ti meu canto sem palavras Suplicando bênção da terra Para as vias dos teus caminhos Para a rota do destino imenso Traçado na inteireza de todo o teu ser Para ti, a projecção das nossas estradas Varridas da impureza dos dejectos inúteis Para ti, o canto de glória da nossa Mãe África dignificada. Vozes poética da lusofonia http://www.revista.agulha.nom.br/santo.html |
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