sábado, 27 de março de 2010

A Queda de Berlim, a Última Batalha - Cornelius Ryan

terça-feira, 24 de Fevereiro de 2009


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Tradução Tenete Cporonel Augusto Pastor Fernandes
Livraria . Bertrand,  Lisboa sd [1966]
“Nas latitudes mais setentrionais, o amanhecer verifica-se muito cedo. Até mesmo quando os bombardeiros se afastavam da cidade, a leste já despontavam os primeiros raios de luz. No meio da tranquilidade da manhã, podiam ver-se grandes colunas de fumo negro a elevarem-se sobre os bairros de Pankow, Weissensee e Lichtenberg, enquanto as nuvens baixas tornavam difícil separar a suave luminosidade da aurora e os reflexos dos incêndios na cidade de Berlim destroçada pelas bombas.
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À medida que o fumo se ia dissipando vagarosamente, por entre as ruínas surgia no seu macabro esplendor a cidade mais bombardeada da Alemanha, enegrecida pela fuligem, crivada de milhares de crateras e decorada com as vigas retorcidas dos edifícios destruídos.
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Tinham desaparecido numerosos quarteirões de prédios de apartamentos no coração da cidade, o mesmo sucedendo com as zonas suburbanas, completamente volatilizadas. Agora, em todo aquele caos, as largas avenidas e as ruas de outrora eram apenas simples veredas cheias de crateras que serpenteavam através de montanhas de destroços. Por toda a parte, acre após acre, só se viam, escancarados para o céu, edifícios descarnados, sem janelas e sem telhados.
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A seguir aos ataques caía do céu uma chuva muito fina de fuligem e de cinzas que polvilhava os destroços, enquanto nos enormes montões de tijolos esmigalhados e vigas de aço torcidas a única coisa que se movia eram os turbilhões de poeira que rodopiavam ao longo da vasta extensão da Unter den Linden, com as suas famosas árvores agora nuas e os rebentos das folhas queimados nos ramos.
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Eram raros os bancos, livrarias ou estabelecimentos elegantes situados no famoso boulevard que não tivessem sofrido estragos; todavia, no seu extremo oeste, o mais famoso monumento de Berlim – a porta de Brandeburgo – com as suas doze colunas dóricas maciças e de altura igual a um edifício de oito andares, embora crivado de profundos golpes, ainda permanecia de pé na via triumphalis. (…)
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(…) Nessa manhã luminosa, os berlinenses dos vinte bairros da capital apareceram à luz do dia como os habitantes das cavernas neolíticas, emergindo dos túneis do metropolitano, dos abrigos situados por baixo dos edifícios públicos e das caves ou pavimentos inferiores dos prémios semidestruídos.
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Fossem quais fossem as suas esperanças ou receios, as suas lealdades ou crenças políticas, todos os berlinenses compartilhavam dum sentimento comum: os que haviam sobrevivido mais uma noite estavam resolvidos a sobreviver mais um dia.
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O mesmo se podia dizer quanto à nação.
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Nesse sexto ano da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha de Hitler estava a lutar desesperadamente pela sobrevivência. O Reich que havia de durar mil anos tinha sido invadido a oeste e a leste. As forças anglo-americanas estavam a limpar toda a região ao longo do Reno, haviam atravessado o rio em Remagen e precipitavam-se já em direcção a Berlim, da qual só distavam 300 milhas. Na margem oriental do Oder, tinha-se materializado uma ameaça muito mais urgente e infinitamente mais temerosa, traduzida na presença dos exércitos russos, situados apenas a 50 milhas.

Estava-se a 21 de Março de 1945, uma quarta-feira, com a qual se iniciava a Primavera. Nessa manhã, os berlinenses ouviram através dos aparelhos de rádio de toda a cidade o último êxito em canções: Esta Primavera não terá fim. (…)”
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A Última Batalha (A Queda de Berlim) - Cornelius Ryan (1920-1974) - Publicado por Livraria Bertrand, Lisboa, 1967.
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Disponível na Biblioteca Nacional de Lisboa (Cota ----> H.G. 25078 V.)
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http://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2009/02/aberturas-de-grandes-livros-ultima.html


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''Erich Bayer também só pensava numa data especial. Há semanas que o contabilista de Wilmersdorf se sentia preocupado acerca do que deveria fazer na terça-feira, dia 10 de Abril, ou seja, no dia seguinte. O pagamento tinha de ser efectuado nessa data, pois de outro modo poderia resultar para ele uma série de perturbações burocráticas. Bayer possuía o dinheiro. Não era esse o seu problema. Mas teria isso agora qualquer importância? O exército que tomasse Berlim - americano ou russo - importar-se-ia com o pagamento? E se ninguém conquistasse a cidade? Bayer considerou o problema sob todos os aspectos. A seguir, dirigiu-se ao seu banco e levantou 1400 marcos. Depois, entrou na repartição próxima e pagou os seus impostos respeitantes ao ano de 1945.''.

- Cornelius Ryan, in A Queda de Berlim, A última Batalha, Documentos de Todos os Tempos, 1965, ed. Bertrand
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http://lili-one.livejournal.com/1344904.html
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Os últimos dias do III Reich
Este curto relato, pretende dar ao leitor uma pequena ideia, de uma forma cronológica, do que foram os últimos dias do III Reich de Hitler. Não se trata de um trabalho com grande profundidade, para especialistas, mas sim, de um relato sobre o que se passava na frente de batalha às portas de Berlim, e dentro do abrigo do comandante em chefe de um império que devia durar 1000 anos, mas que não chegou sequer a 1000 semanas
De entre os vários livros de História que serviram como base, para o que a seguir se descreve, resalta a obra de Cornelius Ryan, A queda de Berlim, a última Batalha”. No entanto, os factos relatados, e as datas, nem sempre se referem exclusivamente àquela obra. É porém a sua estrutura base, a utilizada para iniciar este relato, que começa quando em 22 de Março de 1945, o General Gothard Henrici, um general desconhecido da maioria dos Alemães, por ter o seu nome ligado, não ás grandes vitórias, mas sim ás retiradas estratégicas e à guerra defensiva, é nomeado Comandante do Grupo de exércitos do Vístula, a última defesa, entre Berlim, e a avalanche de forças russas.
Com inicio em 22 de Março, relata-se a situação desde que o coronel-general Heinrici, é nomeado como comandante do grupo de exércitos do Vístula.
A partir de 16 de Abril, e até 30 de Abril, faz-se um relato diário, onde se incluem mapas da posição da frente de batalha, e/ou fotografias que tenham a ver com os acontecimentos. Ao mesmo tempo, incluem-se pequenos extractos sobre a situação dentro da cidade de Berlim, e sobre os acontecimentos dentro do abrigo de Hitler.
O relato diário, tem o seu fim, quando ocorre a rendição da Alemanha.
A acção, decorre durante o período final da curta vida do III Reich. Depois das grandes conquistas de 1939,1940 e 1941, e do periodo de impasse de 1942 e 1943, veio em 1944 a resposta dos aliados, com a invasão da Normandia e os enormes avanços soviéticos para ocidente.
Em Março de 1945, a situação da Alemanha é desesperada. As forças soviéticas, na sua última ofensiva, haviam atacado com uma força devastadora na Prussia oriental, e haviam tomado toda a Alemanha até ao rio Oder, que se encontrava a apenas 90 quilometros de Berlim. A Oceidente, as forças americanas e britânicas, haviam chegado ao Reno, tendo os americanos tomado uma ponte em Remagen, conseguindo por isso estabelecer uma testa de ponte naquele lugar. No entanto, outras passagens do Reno são eminentes. É perante esta situação que Hitler é convencido a nomear o general Gothard Heinrici para chefe do grupo de Exércitos do Vístula (grupo de exércitos que havia recuado desde o rio Vístula, até ao rio Oder, em frente a Berlim)
Além do diário, estão disponiveis resumos sobre, as principais figuras da batalha, as principais armas da batalha, e sobre o abrigo de Hitler, nos subterrâneos do complexo de edificios da chancelaria.

http://www.areamilitar.net/historia/1945_QuedaBerlim/quedainicio.asp
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Cornelius Ryan

Cornelius Ryan nasceu em Dublin, na Irlanda, em 1920, onde foi criado. Com pouco mais de vinte anos, cobriu os conflitos da Segunda Guerra Mundial, de 1941 a 1945, para a agência de notícias Reuters e para o jornal britânico London Daily Telegraph. Participou de quatorze missões de bombardeio junto às forças aéreas norte-americanas, do desembarque no Dia D, do avanço aliado através da França e da Alemanha e, após o final dos conflitos em solo europeu, cobriu os últimos meses da campanha no Pacífico, tornando-se um dos mais proeminentes correspon­dentes de guerra da época. Em seu trabalho, baseava-se tanto em fontes oficiais e entrevistas com líderes militares quanto em depoi­mentos de soldados comuns e civis, de modo que toda a sua obra está impregnada de uma for­te tensão humana. Foi com rigor jornalístico de detalhes e informações e com extrema compaixão para com os dramas das pessoas envolvidas que Ryan escreveu a sua trilogia da Segunda Guerra Mundial: The longest day, 1959 (O mais longo dos dias (L&PM POCKET, 2004), sobre o Dia D; The last battle, 1966 (A última batalha, L&PM Editores, 2005), sobre o final da Segunda Guerra Mundial e a queda de Berlim; e A bridge too far, 1974 (Uma ponte longe demais), sobre a malsucedida operação aliada Market Garden.

O mais longo dos dias vendeu cerca de quatro milhões de exemplares em quase 30 línguas e foi levado às telas do cinema em 1962, em uma megaprodução internacional de mesmo nome sob a direção de Darryl F. Zanuck, estrelada por vários dos grandes atores da época, como Robert Mitchum, John Wayne, Sean Connery, Richard Burton, Henry Fonda, Alain Dellon e outros. A bridge too far também foi transformado em filme, em 1977. Em 1973, Cornelius Ryan recebeu a medalha da Legião de Honra do governo francês. Morreu de câncer, em 1976.
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Livros do Autor


MAIS LONGO DOS DIAS, O

Cornelius Ryan
Tradução de William Lagos

Coleção L&PM Pocket
Ref. 363
384 páginas
ISBN-10 85.254.1323-2
ISBN-13 978.85.254.1323-9
R$ 22,00

ÚLTIMA BATALHA, A

Cornelius Ryan
Tradução de Pedro Gonzaga

Outros Formatos
448 páginas
ISBN-10 85.254.1384-4
ISBN-13 978.85.254.1384-0
R$ 56,00

http://www.lpm-editores.com.br/site/default.asp?TroncoID=805134&SecaoID=948848&SubsecaoID=0&Template=../livros/layout_autor.asp&AutorID=108

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