Paul Verlaine
Les sanglots longs
Des violons
De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.
Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure.
Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.
CANÇÃO DO OUTONO
Tradução: Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de Guimaraens - (Ouro Preto, 1870-Mariana, 1921). Advogado e poeta, foi um dos principais nomes do simbolismo basileiro, com uma poesia de traços místico-católicos.
Os soluços graves
Dos violinos suaves
Do outono
Ferem a minh'alma
Num langor de calma
E sono.
Sufocado, em ânsia,
Ai! quando à distância
Soa a hora,
Meu peito magoado
Relembra o passado
E chora.
Daqui, dali, pelo
Vento em atropelo
Seguido,
Vou de porta em porta,
Como a folha morta
Batido...
CANÇÃO DO OUTONO
Tradução: Onestaldo de Pennafort
Onestaldo de Pennafort - (Rio de Janeiro, 1902-idem, 1987). Poeta, jornalista e tradutor. A ele Carlos Drummond de Andrade dedicou o poema "Dentaduras Duplas", do livro Sentimento do Mundo (1940).
Os longos sons
dos violões,
pelo outono,
me enchem de dor
e de um langor
de abandono.
E choro, quando
ouço, ofegando,
bater a hora,
lembrando os dias,
e as alegrias
e ais de outrora.
E vou-me ao vento
que, num tormento,
me transporta
de cá pra lá,
como faz à
folha morta.
CANÇÃO DE OUTONO
Tradução: Guilherme de Almeida
Guilherme de Almeida - (Campinas, 1890-São Paulo, 1969). Advogado, jornalista, poeta e tradutor. Traduziu 21 poemas de As Flores do Mal e publicou-os no volume Flores das Flores do Mal.
Estes lamentos
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.
E soluçando,
Pálido, quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
De outrora.
E vou à toa
No ar mau que voa.
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
CANÇÃO DE OUTONO
Tradução: Paulo Mendes Campos
Paulo Mendes Campos - (Belo Horizonte, 1922-Rio de Janeiro, 1991). Poeta, jornalista e grande cronista, também traduzia poemas e os divulgava em suas crônicas.
Os longos trinos
Dos violinos
Do outono
Ferem minh'alma
Com uma calma
Que dá sono.
Ao ressoar
A hora, alvar,
Sufocado,
Choro os errantes
Dias distantes
Do passado.
E em remoinho,
O ar daninho
Me transporta
De cá pra lá,
De lá pra cá,
Folha morta.
CANÇÃO DE OUTONO
Tradução: Nelson Ascher
Nelson Ascher - (São Paulo, 1958). Jornalista, poeta, tradutor e crítico literário. Tem traduções poéticas reunidas nos volumes O Lado Obscuro (1996) e Poesia Alheia (1998).
Violinos com
seu choro assom-
bram o outono
e eu, corpo mor-
to de torpor,
me abandono.
Quase sem ar,
desmaio ao soar
da hora enquanto,
lembrando em vão
os dias de então,
caio em pranto.
E o vento cruel
leva-me ao léu
pouco importa
aonde, em vaivém,
vago que nem
folha morta.
Fonte: poesia.net
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