segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Paul Verlaine CHANSON D'AUTOMNE


          Paul Verlaine
Les sanglots longs
Des violons
     De l'automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
     Monotone.
Tout suffocant
Et blême, quand
     Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
     Et je pleure.
Et je m'en vais
Au vent mauvais
     Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
     Feuille morte.

CANÇÃO DO OUTONO
          Tradução: Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus de Guimaraens - (Ouro Preto, 1870-Mariana, 1921). Advogado e poeta, foi um dos principais nomes do simbolismo basileiro, com uma poesia de traços místico-católicos.
Os soluços graves 
Dos violinos suaves 
     Do outono 
Ferem a minh'alma 
Num langor de calma 
     E sono. 
Sufocado, em ânsia, 
Ai! quando à distância 
     Soa a hora, 
Meu peito magoado 
Relembra o passado 
     E chora. 
Daqui, dali, pelo 
Vento em atropelo 
     Seguido, 
Vou de porta em porta, 
Como a folha morta 
     Batido... 

CANÇÃO DO OUTONO
          Tradução: Onestaldo de Pennafort
Onestaldo de Pennafort - (Rio de Janeiro, 1902-idem, 1987). Poeta, jornalista e tradutor. A ele Carlos Drummond de Andrade dedicou o poema "Dentaduras Duplas", do livro Sentimento do Mundo (1940).
Os longos sons 
dos violões,
     pelo outono, 
me enchem de dor
e de um langor 
     de abandono.
E choro, quando 
ouço, ofegando,
     bater a hora, 
lembrando os dias,
e as alegrias 
     e ais de outrora.
E vou-me ao vento 
que, num tormento,
     me transporta 
de cá pra lá,
como faz à 
     folha morta.
CANÇÃO DE OUTONO
          Tradução: Guilherme de Almeida
Guilherme de Almeida - (Campinas, 1890-São Paulo, 1969). Advogado, jornalista, poeta e tradutor. Traduziu 21 poemas de As Flores do Mal e publicou-os no volume Flores das Flores do Mal.
Estes lamentos
Dos violões lentos
     Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
     De sono.
E soluçando,
Pálido, quando
     Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
     De outrora.
E vou à toa
No ar mau que voa.
     Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
     E morta.

CANÇÃO DE OUTONO
          Tradução: Paulo Mendes Campos
Paulo Mendes Campos - (Belo Horizonte, 1922-Rio de Janeiro, 1991). Poeta, jornalista e grande cronista, também traduzia poemas e os divulgava em suas crônicas.
Os longos trinos
Dos violinos
     Do outono
Ferem minh'alma
Com uma calma
     Que dá sono.
Ao ressoar
A hora, alvar,
     Sufocado,
Choro os errantes
Dias distantes
     Do passado.
E em remoinho,
O ar daninho
     Me transporta
De cá pra lá,
De lá pra cá,
     Folha morta.
CANÇÃO DE OUTONO
          Tradução: Nelson Ascher
Nelson Ascher - (São Paulo, 1958). Jornalista, poeta, tradutor e crítico literário. Tem traduções poéticas reunidas nos volumes O Lado Obscuro (1996) e Poesia Alheia (1998).
Violinos com
seu choro assom-
     bram o outono
e eu, corpo mor-
to de torpor,
     me abandono.
Quase sem ar,
desmaio ao soar
     da hora enquanto,
lembrando em vão
os dias de então,
     caio em pranto.
E o vento cruel
leva-me ao léu
     pouco importa
aonde, em vaivém,
vago que nem
     folha morta.

O cantor francês Charles Trénet interpreta a Chanson d'Automne, musicada por ele, na gravação original de 1940:




F
onte: poesia.net
 http://www.vermelho.org.br/noticia/244868-11

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