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- Vasco Cardoso
Uma longa estrada
Durante anos estiveram ao serviço de Moscovo, conspiraram e desenvolveram actividades subversivas contra os interesses da Nação. Quiseram impor uma ditadura em Portugal, aniquilar liberdades e a democracia. Quiseram roubar as terras, o gado e nacionalizar a propriedade até à última barbearia. Expulsaram e perseguiram camaradas seus, fizeram purgas, impuseram uma disciplina férrea que esmaga o indivíduo e a sua identidade. Têm arquivos secretos, segredos terríveis e planos ameaçadores. Fazem greves só para destruir empresas e chatear a vida de quem trabalha. Querem os sindicatos como correias de transmissão dos seus mesquinhos interesses. Gostariam de ver em Portugal o regime da Coreia do Norte. Vivem da miséria do povo e precisam dela para existir. Cantam sempre vitória mesmo quando têm derrotas. São praticamente os únicos que ainda existem na Europa. Só sabem protestar e não têm qualquer vocação para governar. Agora são a muleta do Governo PS. Esperam pela primeira oportunidade para mandar o Governo abaixo. São velhos e têm uma cassete. Têm uma festa com coisas muito estranhas. Querem coisas impossíveis, como não pagar a dívida, sair do euro ou nacionalizar bancos. Não compreendem que o mundo mudou e falam da classe operária, dos trabalhadores, do imperialismo, do futuro socialista e comunista. Esperam pelos amanhãs que cantam...
O conjunto de barbaridades, calúnias e ataques dirigidos ao PCP não são um pormenor de conjuntura. São uma realidade factual, presente ao longo de décadas de luta do Partido, uma arma de arremesso usada pelas classes dominantes, difundindo a mentira, estimulando o preconceito. Com diferentes matizes ao longo dos tempos, o objectivo supremo da construção de uma sociedade nova e a acção consequente para o concretizar, suscita o ódio de classe capaz de mobilizar poderosos meios para limitar a capacidade de atracção do ideal comunista e do PCP. Temem a força dos ideais e das convicções, a justeza das propostas e da acção política, a presença e acção organizada, a ligação aos trabalhadores e ao povo, o reconhecimento do seu trabalho, honestidade e competência. Temem a capacidade de resistir, a alegria de lutar, a confiança no povo e no futuro. Eles estão prestes a completar 95 anos e têm consciência da longa estrada que têm pela frente.
http://avante.pt/pt/2205/opiniao/139338/
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