XIII Antologia de Poesia do C. N. A. P. – Poema: “Dedicado a meu pai”
por Francisco Carita Mata, em 02.02.16
Círculo Nacional D’Arte e Poesia
Neste Post Nº 301, divulgamos o Poema “Dedicado a meu pai”, de Clara Ribeiro Pacheco, de Esperança (Arronches).
“Dedicado a meu pai”
“Se eu contar não acreditam
Aquilo que fiz na vida
Alguns ainda criticam
Andei sempre em dura vida
Querendo ser o primeiro
Em qualquer ocasião
Nas searas vi molheiro
E nos montes fui ganhão
Limpei chaparros bem altos
Por vezes vertigens tinha
As sopas iam sem caldo
Pouca sorte foi a minha
Varejei muita bolota
Para os porcos engordar
Pensando na paparoca
Para nada nos faltar
Tirei a casca aos sobreiros
Era às na profissão
Ensinei aos cavalheiros
Filhos dessa geração
A foice, de a manobrar
Os meus dedos aleijou
A enxada, de cavar
Muitos calos me deixou
Também fui guarda florestal
Trabalho bastante astuto
Havia cada “pardal”
Que me fazia de tudo
Eu fui mestre de lagar
Trabalho muito exigente
Anos a fio sem parar
Fazendo azeite “prá” gente
Do trabalho tenho a vida cheia
Deu-me Deus este condão
Não deixo por mão alheia
A minha vida de escrivão
Sou poeta, grande vida
Poeta por vocação
Deixo a minha obra escrita
Escrita pela minha mão”
Clara Ribeiro Pacheco, Esperança (Arronches)
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