segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Devo-te - Victor Matos e Sá

Data: 31/Ago 16:24

MEU BARCO SAIU DO PORTO, CARREGANDO APENAS MEUS SONHOS.....EU FIQUEI AQUI SENTADA Á ESPERA, OS PÉS BALANÇANDO NAS ÁGUAS PARADAS, SORRINDO AO SOL, DANDO O ROSTO Á BRISA E SORRINDO POIS SEI QUE QUANDO ELE RETORNAR IRÁ TRAZER NOVOS SONHOS E DEITOU OS OUTROS Á SAGRADA ÁGUA DO MAR QUE TUDO LAVA E TRANSFORMA EM REALIDADE...EM ANEXO UM BEIJO!

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Distribuído por Moranguinho Pereira (hi5)

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DEVO-TE
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Devo-te tanto como um pássaro
deve o seu voo à lavada
planície do céu.
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Devo-te a forma
novíssima de olhar
teu corpo onde às vezes
desce o pudor o silêncio
de uma pálpebra mais nada.
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Devo-te o ritmo
de peixe na palavra,
a genesíaca, doce
violência dos sentidos;
esta tinta de sol
sobre o papel de silêncio
das coisas - estes versos
doces, curtos, de abelhas
transportando o pólen
levíssimo do dia;
estas formigas na sombra
da própria pressa e entrando
todas em fila no tempo:
com uma pergunta frágil
nas antenas, um recado invisível, o peso
que as deixa ser e esquece;
e a tua voz que compunha
uma casa, uma rosa
a toda a volta - ó meu amor vieste
rasgar um sol das minhas mãos!
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VÍTOR MATOS E SÁ

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