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O outono
por assim dizer
pois era verão
forrado de agulhas
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a cal
rumorosa
do sol dos cardos
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sem outras mãos que lentas barcas
vai-se aproximando a água
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a nudez do vidro
a luz
a prumo dos mastros
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os prados matinais
os pés
verdes quase
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o brilho
das magnólias
apertado nos dentes
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uma espécie de tumulto
as unhas
tão fatigadas dos dedos
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o bosque abre-se beijo a beijo
e é branco
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EUGÉNIO DE ANDRADE
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From Paula Moranguinho Pereira (hi5)
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