Poemas -> Sombrios : Hálito de Dante
Terra - granítica, areada, arenosa, da mais fina à mais rochosa, chama-me para o teu útero que o sei quente, e eu, sem retenções, me darei a ti, completa - em bandeja de prata -, em dádiva e oferta… para que me sirvas à tua lauta mesa de larvas! Chama por mim! Chama, rumoreja o meu nome... O substantivo da tua amada, da tua Fada, secreta Rosa… A que criaste, a que cuidaste e que não colheste… Chama, clama o meu nome, num murmúrio eterno, que to reconheço ... Num afago agreste ... Chama, por este nome que me deste, “Rosa …” Que o Sol já me não esquenta ... O ar afilado e lancinante me corta a tez espessada no talhe da pedra-pomes sob o diamante; Me devora, determinante e voraz, é guilhotina, sobre a madrugada - gramagem fina de papel. No corte do cinzel sobre pedra… Que a lágrima em hecatombe, escorre, lavra, cava rios e fossos (tão fundos e tão grossos) … É vala infinda em torno de uma fortificação rudimentar – o meu olhar – prestes a desabar, no verde e imaturo Mar. E que de fogo, se ateia e me incendeia o corpo, em forma de um vastíssimo Vulcão ... Que se não rende Que se não extingue Que se não aniquila, e que neste quente hálito Dionisiaco de Dante, de uma andorinha migrante, se afirma (e me domina) nesta determinação insana de me inflamar nos corais do meu olhar. (E de abrasar os toscos caminhos por onde sei que irás passar.) E que alienado, determinado se incendeia, sem motivo ou razão, a cada grão, no negro do vazio do teu lugar . |
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Dante Alighieri
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