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MARIA TERESA HORTA, in SÓ DE AMOR (Quetzal, 1999)
JOELHO
Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho
Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio
Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo
Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas
Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas
*
Óleo s/ tela: Lady on knees, por Smadar Katz
*
(LT)
foto de Quem lê Sophia de Mello Breyner Andresen.
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