sexta-feira, 27 de abril de 2012

Luís Rosa - O claustro do silêncio

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O Claustro do Silêncio

Sinopse: O Claustro do Silêncio, a estreia na ficção de Luis Rosa, foi uma obra galardoada por unanimidade com o Prémio Vergílio Ferreira e constituiu uma verdadeira revelação. Luis Rosa surge como um mestre na arte de recriar o tempo histórico no seu universo próprio, que apela a todos os nossos sentidos e a que as mentalidades da época conferem realidade. Do fragor das batalhas aos ecos dos claustros do icónico Mosteiro de Alcobaça, encontramo-nos no conturbado contexto do final das Invasões Francesas e da extinção do Império Cisterciense. Uma belíssima obra literária. 






ficha bibliográfica

autorLuís Rosa
títuloO Claustro do Silêncio
editorEditorial Presença
ano de edição2002
nº de páginas219
época da acçãoSéculo XIX
sinopse
Romance que retrata o período de extinção das ordens religiosas em 1834, tendo como contexto o fim das Guerras Liberais e o consequente abandono do mosteiro de Alcobaça pelos monges cistercenses.
primeiro parágrafo
Eu não tenho idade, amigo. Neste infortúnio de 1834, sinto que vou acabar os dias de uma idade que o mundo conta, mas que, na realidade, se repete em círculo. Talvez mudem os cenários da comédia que a vida representa. Mas as cenas não são novas e as pedras deste Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça já assistiram, com a mesma passividade, a outras iguais. As personagens também são as mesmas. Reencarnam. Transmitem-se. Apenas usam aparência diversa e instrumentos conformes com as épocas. No mais, são iguais em vícios, grandeza, abjecção ou sublimidade. Que de tudo há em todos. Cada um apanha o rosto por que opta, para a construção do papel dos seus dias. O rosto, esse livro aberto! Nascemos apenas com risos e choros, depois vamos vincando o rosto com as marcas da alma e dos actos. Isso. Como as marcas de canteiro espalhadas pelos blocos de pedra das colunas e paredes do meu Mosteiro. Onde ficaram os canteiros? As marcas, sim, estão lá. São a sua perenidade. Riscos fantasiosos, como códigos da alma criativa ou imaginosa. O rosto é isso. A porta dos códigos de tudo aquilo que foi o percurso da alma.
informações complementares
Esta obra venceu o Prémio Vergílio Ferreira 2001 da Câmara Municipal de Gouveia.
http://pedroalmeidavieira.com/?p/785/1089/3140/L/3140/1796/



“O Claustro do Silêncio”, do escritor Luís Rosa, é um dos bons livros que li nos últimos anos. Trata-se de um romance histórico sobre o Mosteiro de Alcobaça. Já o li duas vezes. Partilho uma breve citação das muitas que eu retive. Admirável a definição de fidelidade que o autor transmite:
“Um velho frade, tão velho que os anos já não davam para contar, veio sentar-se a meu lado… fora abade, historiador e professor. Agora era louco e sábio, duas coisas que, quando são reais, são a mesma coisa. Chamava-se frei Leão de Alvorninha. Era o frade mais velho do Mosteiro e atingira a idade de tudo dizer e fazer, até que a morte o aquietasse e calasse.
(…) Estaria (frei Leão de Alvorninha) sempre no sítio preciso a adivinhar-me os passos (…) É assim a fidelidade. Uma atitude para além dos actos. Sente-se no mundo que fica por detrás das palavras”. (Luís Rosa in O claustro do Silêncio)
JLP Regedor


O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça foi fundado por D.Afonso Henriques em 1178 nas margens do Rio Alcoba e Baça. «Diz-se que o sítio foi assinalado pela lança do Rei, atirada ao alto dos candeeiros e que veio a cair no poço do Suão, na nascente do rio Alcoa. Os Cistercienses mudaram a lança e fizeram o seu mosteiro neste lugar, na confluência dos rios, onde se abrem as terras gordas da planície, e aqui fizeram maravilhas hidraúlicas e a fartura das granjas.» É assim que Luís Rosa, escritor natural de Alcobaça, descreve a fundação da vila em “O Claustro do Silêncio”, um romance histórico situado na vila durante as invasões francesas.






AUTOR:

Luis Rosa

Nacionalidade: Portugal
Biografia: Luis Rosa é natural de Alcobaça, e licenciou-se em Filosofia, dispondo de várias formações multifacetadas, particularmente na área de gestão, exercendo elevadas funções numa grande empresa portuguesa. Desenvolveu também uma intensa actividade como docente. É membro da Academia Portuguesa de História. O seu primeiro romance, O Claustro do Silêncio, foi desde logo a sua consagração, ao ser distinguido com o Prémio Vergílio Ferreira. Seguiu-se-lhe O Terramoto de Lisboa e a Invenção do Mundo, que a crítica não deixou passar sem elogiosas referências e o público esgotou. O Amor Infinito de Pedro e Inês, romance de grande densidade sobre um tema esplendoroso da nossa história, tem sido objecto de sucessivas edições; emBocage — A Vida Apaixonada de Um Genial Libertino, projecta-se o poeta na totalidade das suas dimensões, estas duas obras receberam o mesmo entusiástico acolhimento por parte do público e da crítica, tal como aconteceria também com O Dia de Aljubarrota.

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