VINICIUS DE MORAIS, in ANTOLOGIA POÉTICA (Pub. D. Quixote, 2008)
SONETO DO AMOR MAIOR
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da vida eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
(1938)
*
Acrílico sobre tela: Lovers VI, de John Nolan
*
(CC)
SONETO DO AMOR MAIOR
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da vida eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
(1938)
*
Acrílico sobre tela: Lovers VI, de John Nolan
*
(CC)
Sem comentários:
Enviar um comentário