Terça-feira, 4 de Março de 2008
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Nós – Cesário Verde
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Entretanto não há maior prazer Do que, na placidez das duas horas, Ouvir e ver, entre o chiar das noras, No largo tanque as bicas a correr! Muito ao fundo, entre ulmeiros seculares, Seca o rio! Em três meses de estiagem, O seu leito é um atalho de passagem, Pedregosíssimo, entre dois lugares, Como se lhe luzem seixos e burgaus *** Roliços! Marinham nas ladeiras Os renques africanos das piteiras, Que como alões espigam altos paus!
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Que vivo e colorido se nos apresenta o campo neste poema de Cesário Verde, com descrição minuciosa e quente, quase podemos sentir o sol na pele e ouvir o som do vento nas arvores ou do rio a passar nas pedras. Contrasta com as suas descrições da cidade pesada e suja, para isso talvez contribuía o facto de o seu pai ter comprado uma quinta em Linda-a.-Pastora para fugir da Febre Amarela que atingia a cidade de Lisboa, onde a família tinha os seus negócios comerciais.
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Assim vai ser no seu “um salutar refúgio” que o mesmo tem liberdade para se dedicar á sua poesia. Espero que gostem tanto como eu.
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As fotografias são dos arrabaldes de Lisboa no principio do século XX
publicado por blackcrowes às 11:39
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http://blackcrowes.blogs.sapo.pt/6335.html
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