sábado, 7 de novembro de 2009

88 anos da Revolução Bolchevique: "outros Outubros virão..."



88 anos da Revolução Bolchevique: "outros Outubros virão..."
Viva a Revolução Bolchevique!
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A Revolução Bolchevique completa em 7 de novembro (25 de outubro no antigo calendário russo) 88 anos. Revolução proletária e socialista, um exemplo da inesgotável força da aliança operária e camponesa que conquistou o poder de Estado na Rússia.
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Na escola da vida, na escola da luta, o proletariado aprendeu a exercer sua condição de classe dominante, quebrar a resistência dos opressores e constituir um novo Estado, através de formas de organização soviéticas.
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A Revolução Bolchevique é também um exemplo da justeza da teoria marxista, na sua capacidade de analisar cientificamente a realidade e ser um guia para a ação revolucionária. O Partido Comunista da Rússia (Bolchevique) e seu principal dirigente, Lênin, souberam desenvolver o marxismo analisando corretamente a guerra imperialista e a conjuntura específica da Rússia. Acreditaram e dirigiram as massas. Ousaram fazer a revolução.

A experiência da Revolução Bolchevique e a situação atual
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Com a revolução bolchevique de outubro de 1917 o proletariado e os camponeses na Rússia chegavam ao poder através de uma insurreição do povo em armas. Fato histórico que marca uma nova época do progresso social no mundo, foi a primeira revolução popular vitoriosa a consolidar-se, revolução das massas, dos explorados, da maioria, derrotando a minoria, destituindo do poder a burguesia e seus aliados. E uma revolução de caráter socialista, que significou a construção de um Estado socialista, a ditadura do proletariado, com perspectivas de derrotar definitivamente a burguesia e o capitalismo, e construir uma nova sociedade, comunista.
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Lênin, o principal dirigente do Partido Bolchevique, afirmava na reunião do Soviete de Deputados Operários e Soldados de Petrogrado, em 7 de novembro (25 de outubro):
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“Camaradas! A revolução operária e camponesa, de cuja necessidade os bolcheviques sempre falaram, realizou-se. Que significado tem esta revolução operária e camponesa? Em primeiro lugar, o significado desta revolução consiste em que teremos um governo soviético, o nosso próprio órgão de poder, sem qualquer participação da burguesia. As próprias massas oprimidas criarão o poder. Será destituído de raiz o velho aparelho de Estado e será criado um novo aparelho governativo sob a forma das organizações soviéticas. Começa agora uma nova fase na história da Rússia, e a presente revolução russa, a terceira, deve em última análise conduzir à vitória do socialismo.”.
Enquanto uma revolução proletária e popular, empreendida através da participação revolucionária das massas, a revolução bolchevique contou com o heroísmo e a abnegação do povo russo. Esta impressionante combatividade dos povos que constituíram a União Soviética ficou demonstrada em todo o processo revolucionário, em 1905, em fevereiro de 1917, na primeira etapa da revolução, com a derrota do czarismo, em outubro, na revolução socialista e nos anos seguintes de guerra civil para consolidar o novo poder e enfrentar a intervenção militar e o cerco dos países capitalistas, do imperialismo mundial.
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Mas para a vitória da revolução – para a qual contribuíram uma série de acontecimentos, como a 1ª Guerra Mundial, guerra de repartilha do mundo pelos países imperialistas, que tanto agravou a miséria e a fome na Rússia, criando as condições objetivas de crise para a revolução – teve um papel decisivo, determinante, a direção imprimida pelo proletariado que uniu e liderou as massas populares, em especial os camponeses pobres, rumo à vitória. Esta direção ideológica, política, teórica e prática do proletariado foi exercida através do Partido Bolchevique, o Partido Comunista da Rússia.
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“A vitória estará do lado dos explorados”
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Ao analisar a revolução russa de outubro de 1917 é impossível não destacar a contribuição de Vladimir Ilitch Ulianov, Lênin, Secretário-geral do Partido Bolchevique e o primeiro presidente do Governo soviético, que encarnou como ninguém todo o espírito revolucionário do povo, a capacidade dos proletários e camponeses dirigirem seu próprio poder, o poder soviético, e construir uma nova sociedade. Que vislumbrou o significado histórico da revolução proletária russa como uma comprovação na prática da combatividade, criatividade e capacidade das massas populares e um estímulo formidável à revolução mundial, à luta pela libertação do jugo do capital e do imperialismo do proletariado de todos os países e dos povos das nações exploradas, dos países coloniais e semicoloniais. Lênin encerrava um curto texto - “Os que estão assustados com a falência do velho e os que lutam pelo novo”, escrito dois meses após a vitória da revolução, defendendo o duro e difícil caminho de construção do socialismo:
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“À medida que cresce a resistência da burguesia e dos seus parasitas cresce a força do proletariado e do campesinato que a ele se uniu. Os explorados fortalecer-se-ão, amadurecerão, crescerão, aprenderão, afastarão de si o ‘velho Adão’ da escravidão assalariada à medida que crescer a resistência dos seus inimigos – os exploradores. A vitória estará do lado dos explorados, porque de seu lado está a vida, do seu lado está a força do número, a força da massa, a força das fontes inesgotáveis de tudo o que é abnegado, avançado e honesto, de tudo que aspira a avançar, de tudo que desperta para a construção do novo, de toda a gigantesca reserva de energia e talentos do chamado ‘baixo povo’, os operários e camponeses. A vitória pertence-lhes.”

Marxismo: “a análise concreta da situação concreta”
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Um outro aspecto a ser destacado na Revolução de Outubro e do mérito de Lênin, enquanto seu principal dirigente, foi a confirmação na prática da teoria científica do proletariado, o marxismo, do materialismo dialético e o materialismo histórico como guia para ação revolucionária da massas, da capacidade de analisar cientificamente a realidade, a situação concreta e transformá-la, de compreender e praticar o que sempre disseram Marx e Engels: “Nossa doutrina não é um dogma, mas um guia para a ação”.
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E este aspecto da direção de Lênin, de ser fiel aos princípios gerais do marxismo, resgatando seu caráter revolucionário e ao mesmo tempo combatendo o subjetivismo e o dogmatismo, as fórmulas imutáveis desligadas da vida, tem particular atualidade para enfrentar a “crise do socialismo”, na verdade a atual crise do movimento revolucionário mundial, assumindo o marxismo-leninismo, enriquecendo-o e desenvolvendo-o. Lênin nos dá um magnífico exemplo de como utilizar o método marxista na “Apreciação do momento”, nas suas “Cartas sobre Tática”, na Carta I, de 4 de abril de 1917, quando defende de forma original, pois a realidade é original, de que a primeira etapa da revolução, (democrático-burguesa), vitoriosa há menos de dois meses, tinha terminado e que a Rússia vivia uma fase de transição para a segunda etapa da revolução (socialista):
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“O marxismo exige de nós que tenhamos em conta do modo mais preciso e objetivamente verificável a correlação das classes e as particularidades concretas de cada momento histórico. Nós, bolcheviques, sempre nos esforçamos por ser fiéis a esta exigência, absolutamente obrigatória do ponto de vista de qualquer fundamentação científica de uma política.
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‘A nossa doutrina não é um dogma, mas um guia para a ação’, disseram sempre Marx e Engels, zombando com razão da aprendizagem de cor e a simples repetição de ‘fórmulas’, capazes, no melhor dos casos, de apontar apenas tarefas gerais, necessariamente modificáveis pela situação econômica e política concreta de cada fase particular do processo histórico.
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...as palavras de ordem e as idéias bolcheviques no geral foram plenamente confirmadas pela história, mas concretamente as coisas apresentaram-se diferentemente daquilo que podia (quem quer que seja), esperar, mais originais, mais peculiares, mais matizadas.
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Ignorar, esquecer este fato significaria igualar-se aos ‘velhos bolcheviques’ que já mais de uma vez desempenharam um triste papel na história do nosso partido, repetindo uma fórmula insensatamente aprendida de cor em vez de estudar a peculiaridade da realidade nova e viva.
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... Agora é necessário assimilar a verdade indiscutível de que um marxista deve ter em conta a vida viva, os fatos precisos da realidade, e não continuar a agarrar-se a uma teoria de ontem, que, como qualquer teoria, no melhor dos casos apenas indica o fundamental, o geral, apenas se aproxima da apreensão da complexidade da vida.”
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Análise marxista da realidade mundial e brasileira – um desafio
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Com a derrota do socialismo na União Soviética – na verdade, a derrota da direção político-ideológica que renegou as tradições revolucionárias do marxismo-leninismo, com a revisão do marxismo incorporando práticas e concepções teóricas e ideológicas da burguesia – e com a crise global do imperialismo que acirra a luta de classes no mundo, aumentando a exploração e a luta do proletariado mundial e dos povos das nações dominadas, está colocado na ordem do dia para os revolucionários retomar/desenvolver o marxismo, o marxismo-lenismo, a herança teórica e prática da Revolução Bolchevique.
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Este exemplo do Partido Bolchevique e de Lênin de apreciar a realidade a partir de uma posição de classe, proletária, de elaborar uma análise científica da realidade para guiar o proletariado e os camponeses na revolução deve inspirar a análise da atual crise mundial do imperialismo e da formação social brasileira e a construção, teórica e prática, do projeto nacional da revolução brasileira. E estimular esforços de não transformar os conceitos e termos específicos da formação social e da revolução russa e suas formas de luta, em fórmulas e rótulos desprovidos de vida, transplantados para a situação atual de forma mecânica e anti-marxista.
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Está colocado na ordem do dia este desafio, para o qual o CeCAC se propõe a dar uma contribuição. Desafio de elaborar a teoria da revolução brasileira ligada como unha e carne à força, à organização e consciência revolucionária do povo, e que certamente não se realizará num piscar de olhos.
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Analisar a realidade da luta de classes no Brasil e no mundo do ponto de vista do proletariado, compreender o estágio atual da crise do imperialismo e as estratégias que implementa para tentar contrarrestar sua crise que levam, inevitavelmente, ao aprofundamento da exploração, da miséria e da violência contra os povos dos países dominados e contra os trabalhadores dos países imperialistas. Nesse sentido, o CeCAC busca somar esforços, através de grupos de estudos sobre a teoria marxista, sobre a formação social brasileira e sobre a economia mundial, o imperialismo, e por meio da elaboração de análises de conjuntura e debates, além da divulgação de lutas populares no Brasil e no mundo.
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"Outros Outubros virão...". É urgente concentrar esforços no desafio de enfrentar a opressão, a miséria, o desemprego que se alastra no mundo e no Brasil, ou seja, enfrentar o imperialismo, o capitalismo em crise profunda que já empurrou e continua levando a humanidade para a barbárie.

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Artigo elaborado com base nos Boletins do CeCAC de outubro/novembro de 2000 e novembro de 2001.
Esta página encontra-se em www.cecac.org.br
07/novembro/2005
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