Economia
Trecho de história em quadrinhos distribuída nas escolas
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) é um mau intencionado galã americano que namora a filha de um empresário em uma das quatro histórias em quadrinhos sobre a tumultuada evolução da dívida externa da Argentina estudada em várias escolas secundárias do país.
As histórias em quadrinhos foram elaboradas pelos responsáveis do Museu da Dívida Externa, que acaba de reabrir suas portas na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires (UBA) com o objetivo de fazer com que os jovens saibam como o país se endividou.
O FMI protagoniza a história em quadrinhos "Un intruso en la familia", que analisa os mais de 50 anos da relação entre a Argentina e o organismo financeiro, cujo personagem, Francis, consegue se desfazer do pai de sua namorada, Patricia, e ficar com seu negócio, ao que finalmente leva à ruína.
A parábola desta história é que Francis concretiza sua maldade ao se casar com Patricia, de quem se divorcia depois da crise de 2001, quando a Argentina declarou a maior moratória da história (US$ 102 bilhões).
"Não nos damos conta que há coisas que não poderemos fazer no futuro se permitimos que a dívida cresça e os jovens devem estar conscientes dos erros do passado quando emitirem seu voto", explica o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires, Alberto Barbieri.
A dívida externa argentina somava US$ 147,119 bilhões no final de 2009, número equivalente a 47% do Produto Interno Bruto do país, segundo dados oficiais.
Outra das histórias em quadrinhos produzidas para os alunos de escolas secundárias retrata a evolução da dívida externa argentina desde 1824 — quando o país solicitou ao banco inglês Baring Brothers um empréstimo de 700 mil libras esterlinas — até 1976, quando um golpe de estado deu lugar a uma sangrenta ditadura militar.
Uma terceira história relata a tragédia do endividamento desde a ditadura militar (1976-1983) até a atualidade, enquanto a última história em quadrinhos analisa os projetos de troca de dívida por investimentos em educação impulsionados nos últimos anos pela Argentina e Brasil.
Os quadrinhos refletem a cronologia do endividamento a partir da viagem de extraterrestres a Buenos Aires no ano 3668, quando a cidade está devastada pelo "grande Holocausto nuclear" de 2268 que supostamente extinguiu a humanidade.
No transcurso do relato, os alienígenas descobrem que a aniquilação da Humanidade não correspondeu a um desastre nuclear, mas a um processo de auto-eliminação sistemática promovido pelas nações do hemisfério norte no último quarto do século 20.
"Estas nações — prossegue a história em quadrinhos — ativaram um curioso mecanismo de desintegração social, uma combinação de cobiça, mediocridade e ignorância. Tudo isso reproduzido desde um núcleo compacto de concentração de poder".
A história analisa, além disso, a má gestão econômica de diversos governos argentinos, como os burocratas da última ditadura militar que em 1983 deixaram como herança uma dívida externa de US$ 45 bilhões, seis vezes maior do que quando assumiram o poder em 1976.
Também retratam o Plano de Convertibilidade com paridade de "um por um" entre o peso e o dólar, lançado em 1990 pelo governo neoliberal de Carlos Menem (1989-1999) e que teve um final abrupto em janeiro de 2002, como consequência da moratória do fim do ano anterior, quando a Argentina acumulava quatro anos consecutivos de recessão.
As histórias em quadrinhos mostram o "um por um" entre o peso e o dólar como uma "venenosa poção grega", própria do Olimpo, que colapsou a economia argentina e disparou as desigualdades sociais.
"Frente a tal catástrofe, só ocorria ao FMI aplicar planos de ajuste, enquanto os agentes financeiros voltavam à ofensiva para consolidar seu poder e seguir transferindo renda a seu favor", exemplifica um dos personagens.
A UBA, a maior universidade do país, e os ministérios de Educação e de Economia distribuirão a história em quadrinhos em todas as escolas argentinas.
Da redação, com agências
O FMI protagoniza a história em quadrinhos "Un intruso en la familia", que analisa os mais de 50 anos da relação entre a Argentina e o organismo financeiro, cujo personagem, Francis, consegue se desfazer do pai de sua namorada, Patricia, e ficar com seu negócio, ao que finalmente leva à ruína.
A parábola desta história é que Francis concretiza sua maldade ao se casar com Patricia, de quem se divorcia depois da crise de 2001, quando a Argentina declarou a maior moratória da história (US$ 102 bilhões).
"Não nos damos conta que há coisas que não poderemos fazer no futuro se permitimos que a dívida cresça e os jovens devem estar conscientes dos erros do passado quando emitirem seu voto", explica o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Buenos Aires, Alberto Barbieri.
A dívida externa argentina somava US$ 147,119 bilhões no final de 2009, número equivalente a 47% do Produto Interno Bruto do país, segundo dados oficiais.
Outra das histórias em quadrinhos produzidas para os alunos de escolas secundárias retrata a evolução da dívida externa argentina desde 1824 — quando o país solicitou ao banco inglês Baring Brothers um empréstimo de 700 mil libras esterlinas — até 1976, quando um golpe de estado deu lugar a uma sangrenta ditadura militar.
Uma terceira história relata a tragédia do endividamento desde a ditadura militar (1976-1983) até a atualidade, enquanto a última história em quadrinhos analisa os projetos de troca de dívida por investimentos em educação impulsionados nos últimos anos pela Argentina e Brasil.
Os quadrinhos refletem a cronologia do endividamento a partir da viagem de extraterrestres a Buenos Aires no ano 3668, quando a cidade está devastada pelo "grande Holocausto nuclear" de 2268 que supostamente extinguiu a humanidade.
No transcurso do relato, os alienígenas descobrem que a aniquilação da Humanidade não correspondeu a um desastre nuclear, mas a um processo de auto-eliminação sistemática promovido pelas nações do hemisfério norte no último quarto do século 20.
"Estas nações — prossegue a história em quadrinhos — ativaram um curioso mecanismo de desintegração social, uma combinação de cobiça, mediocridade e ignorância. Tudo isso reproduzido desde um núcleo compacto de concentração de poder".
A história analisa, além disso, a má gestão econômica de diversos governos argentinos, como os burocratas da última ditadura militar que em 1983 deixaram como herança uma dívida externa de US$ 45 bilhões, seis vezes maior do que quando assumiram o poder em 1976.
Também retratam o Plano de Convertibilidade com paridade de "um por um" entre o peso e o dólar, lançado em 1990 pelo governo neoliberal de Carlos Menem (1989-1999) e que teve um final abrupto em janeiro de 2002, como consequência da moratória do fim do ano anterior, quando a Argentina acumulava quatro anos consecutivos de recessão.
As histórias em quadrinhos mostram o "um por um" entre o peso e o dólar como uma "venenosa poção grega", própria do Olimpo, que colapsou a economia argentina e disparou as desigualdades sociais.
"Frente a tal catástrofe, só ocorria ao FMI aplicar planos de ajuste, enquanto os agentes financeiros voltavam à ofensiva para consolidar seu poder e seguir transferindo renda a seu favor", exemplifica um dos personagens.
A UBA, a maior universidade do país, e os ministérios de Educação e de Economia distribuirão a história em quadrinhos em todas as escolas argentinas.
Da redação, com agências
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