sábado, 15 de junho de 2024

Carlos Coutinho - NOTÍCIAS da peste




* Carlos Coutinho

    NOTÍCIAS da peste: a Assembleia da República vai passar a assinalar anualmente o dia 25 de novembro de 1975, à semelhança do que acontece com o 25 de Abril. 

Para tanto bastaram os votos do PSD, do Chega e da Iniciativa Liberal. Desta vez, o PS ainda votou contra, acompanhado pelo Bloco, PCP e Livre, assim se impedindo a criação de um novo feriado nacional proposta pelo Chega.

Já o mesmo não aconteceu na deliberação seguidamente acontecida, quando os deputados alegadamente socialistas votaram em sintonia com toda a direita e extrema-direita a inclusão pelo Parlamento, por proposta da IL, a inclusão dos 50 anos do 25 de novembro no programa do cinquentenário do 25 de Abril. 

No caso do feriado nacional, só o Chega e o CDS-PP votaram favoravelmente. 

A IL absteve-se, porque também há patrões intermitentemente liberais e cordiais, mas nem todos selvagens, segundo o incontrolável Darwin. E, como é da sabedoria das vítimas ainda vivas, “enquanto o pau vai e vem, folgam as costas”.

Até Almada Negreiros, depois de ter sido o ilustrador do mantra salazarista do mantra “Deus, Pátria, Família e Autoridade”, já tinha avisado: 

O povo completo será aquele que terá reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, portugueses: só vos faltam as qualidades.” 

O que levou Jorge Sousa Braga a confessar, entre dois acessos de tosse: “Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver se contraía a febre do império, mas a única coisa que consegui apanhar foi um resfriado.”

Aliás, Fernando Pessoa já tinha lamentado: “Pertenço a um género de portugueses / Que depois de estar a Índia descoberta / Ficaram sem trabalho. A morte é certa.


2024 06 14

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Imagens por VN  
Almada Negreiros. 1933. “Voto na Nova Constituição”. (90cm X 116cm). Cartaz impresso com litografia no Lith. de Portugal usando três cores. BNP.

"Deus, Pátria, Família" - este,  editado em 1938, integra uma série de sete cartazes intitulados “A Lição de Salazar”, distribuídos por todas as escolas primárias do país, como forma de celebração dos dez anos de governo do Estado Novo.. A escola era, assim, palco não só para a inculação dos valores do Estado Novo, como também para glorificar a obra feita até então pelo ditador. O principal objetivo destes, era demonstrar a superioridade de um Estado forte e autoritário sobre os regimes demoliberais.

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