quinta-feira, 27 de junho de 2024

Paulo Jacinto - Assange

 


Paulo Jacinto

2024 06 26
 
"Governo dos Estados Unidos (USG) – ao abrigo da “ordem internacional baseada em regras” – decidiu de facto que Julian Assange é culpado de praticar jornalismo.
Edward Snowden já havia observado que “quando expor um crime é tratado como cometer um crime, você está sendo governado por criminosos”.
Criminosos como Mike “Nós mentimos, trapaceamos, roubamos” Pompeo, ex-secretário de Estado de Trump, que planejou sequestrar e matar Julian quando ele era chefe da CIA.
A indomável Jennifer Robinson e o advogado americano de Julian, Barry Pollack, resumem tudo: os Estados Unidos “perseguiram o jornalismo como um crime”.
Julian foi forçado a sofrer uma Via Crucis indescritivelmente cruel porque ousou expor os crimes de guerra do governo dos EUA; o funcionamento interno dos militares dos EUA na sua estrondosa Guerra do Terror (itálico meu) no Afeganistão e no Iraque; e – Santo dos Santos – ousou divulgar e-mails mostrando que o Comité Nacional Democrata (DNC) conspirou com a notória belicista Harpy Hillary Clinton.
Juliano foi submetido a torturas psicológicas implacáveis ​​e quase crucificado por publicar factos que deveriam permanecer sempre invisíveis à opinião pública. É disso que se trata o jornalismo de alto nível.
Todo o drama ensina a todo o planeta tudo o que é necessário saber sobre o controlo absoluto do Hegemon sobre o patético Reino Unido e a UE.
E isso leva-nos ao kabuki que pode – e a palavra-chave é “pode” – encerrar o caso. Título da peça moral distorcida: 'Declare-se culpado ou morra na prisão'.
A reviravolta final no enredo da peça moral é a seguinte: o grupo por detrás do cadáver na Casa Branca percebeu que torturar um jornalista e editor australiano numa prisão de segurança máxima dos EUA num ano eleitoral não era propriamente bom para os negócios.
Ao mesmo tempo, o establishment britânico implorava para ser excluído da conspiração – já que o seu sistema de “justiça” foi forçado pelo Hegemon a manter um homem inocente e pai de família como refém durante 5 anos, em condições abismais, em nome da protecção de um cesta de segredos da inteligência anglo-americana.
No final, o establishment britânico aplicou silenciosamente toda a pressão que pôde reunir para correr em direcção à saída – com pleno conhecimento do que os americanos estavam a planear para Julian."
Pepe

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