sábado, 6 de fevereiro de 2010

O Apanhador no Campo de Centeio - J.D Salinger

Postado originalmente em 02/11/06
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J.D Salinger, um escritor americano. Nasceu em 1919, e publicou seu “melhor livro” em 1951. “O Apanhador No Campo De Centeio”, que é sobre o adolescente Holden Caulfield, que sai da escola que ele está, ele foi expulso. Bebe, fuma e acha que todos são hipócritas. Todos menos as crianças. Ele tem uma irmã menor, Phoebe, a única pessoa que ele quer estar perto, que ele não acha que é hipócrita, que ele acha que valha a pena. Phoebe é uma menina muito inteligente e sensível, sempre quando aparece no livro é como se ela fosse a “salvadora” do Holden. D.B é outro irmão dele, mais velho, embora Holden se mostre amoroso com a família (mais com os irmãos), ele não gosta que o D.B escreva para Holywood, e o chama de “whore” por isso, por “se vender”.
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Por mais que Holden seja um menino meio estranho e certamente depressivo, ele respeita as pessoas e é carente, é um jogo de contradição, ele diz o quanto odeia alguém, mas por estar sozinho liga para essa pessoa. É demais o ciúmes que ele tem com uma menina que ele gostou muito no passado, mas que pararam de se falar e agora está ficando com o amigo dele. Não é muito bem um amigo, Holden só fala que ele é folgado, superficial e se sente o tal. É horrível para o Holden, ver a menina que ele mais se identificou e gostou com um cara daqueles, que fica com todas e não respeita ninguém.
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Ele teve outro irmão, o Allie, que morreu, e muitos acreditam que é a morte dele que deixa o Holden naquele estado, afinal, ele fala muito sobre o irmão dele, e é lógico que ele sente muito a falta dele.
Holden é ao mesmo tempo desequilibrado e bom. Parece que ele tenta ser mais rebelde do que ele é, pela raiva que tem do mundo. Mas ele não consegue, por que está sozinho e carente. Vai ao cinema e parece que entende de cinemas mas odeia todos os filmes, odeia tudo, todos os lugares que ele vai são ruins, todas as pessoas as quais ele conversa são babacas e hipócritas. Ele acha que não consegue achar o lugar certo ou a pessoa certa (tirando sua irmã que ele se sente bem), mas o problema é que ele carrega todos esses sentimentos, não importa onde ele esteja ou com quem. Ele sempre terá as mesmas queixas.
” A vida é um jogo, meu filho. A vida é um jogo que se tem de disputar de acordo com as regras. -Sim, senhor, sei que é. Eu sei. Jogo uma ova. Bom jogo esse. Se a gente está do lado dos bacanas, aí sim, é um jogo´- concordo plenamente. Mas se a gente tá do outro lado, onde não tem nenhum cobrão, então que jogo é esse? Qual jogo, qual nada.”(pag.12-13)
Uma parte do livro, ele está com o professor dele, para se despedir, por que ele foi expulso.
“Estou sempre dizendo: “Muito prazer em conhecê-lo” para alguém que não tenho nenhum prazer em conhecer. Mas a gente tem que fazer essas coisas pra seguir vivendo.” (pg.78)
“De qualquer maneira até que achei bom eles terem inventado a bomba atõmica. se houver outra guerra, vou sentar bem em cima da droga da bomba. Vou me apresentar como voluntário para fazer isso, juro por Deus que vou.” (pg. 121)
“Tomara que quando eu morrer de verdade alguém tenha a feliz idéia de me atirar num rio ou coisa parecida. Tudo, menos me enfiar numa porcaria de cemitério. Gente vindo todo domingo botar um ramo de flores em cima da barriga do infeliz, e toda essa baboseira. Quem é que quer flores depois de morto? Ninguém.” (pg. 133)
“Bom mesmo é o livro que, quando a gente acaba de ler, fica querendo ser um grande amigo do autor, para poder telefonar para ele toda vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer”
Embora eu tenha colocado frases em português, eu sugiro que leiam em inglês, é muito melhor, e não é difícil.
Holden queria parar o tempo, ele adorava museu por isso, as coisas sempre estavam do mesmo jeito, nunca mudavam, era certeza que quando ele voltasse, depois de muito tempo estaria tudo igual. Tem outra parte do livro, que é uma importante, que fala do título. Ele quer salvar as crianças do tempo, como ele não queria crescer e amava as crianças ele queria “agarrar todo mundo que vai cair no abismo”
“Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num batia campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto _quer dizer, ninguém grande_, a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar aonde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto.”
E vou colocar uma parte que ele fala do irmão dele…Que morreu.
“Então resolvi escrever sobre a luva de beisebol do meu irmão Allie. Era um assunto um bocado descritivo, no duro. Meu irmão Allie era canhoto, e por isso tinha uma luva de beisebol para a mão esquerda. Mas o que havia de descritivo nela é que tinha uma porção de poemas escritos em todos os dedos, na cova da luva, por todo canto. Em tinta verde. Ele copiava os poemas na luva porque só assim tinha alguma coisa para ler durante o jogo, quando não havia ninguém arremessando. Ele agora está morto. Teve leucemia e morreu quando nós estávamos em Maine, no dia 18 de julho de 1946. Qualquer um teria que gostar dele. Era dois anos mais moço do que eu, mas umas cinquenta vezes mais inteligente. Os professores deles estavam sempre escrevendo cartas para minha mãe, dizendo que era um grande prazer ter um menino como o Allie na turma. E não era simples conversa mole, era mesmo pra valer. O caso é que ele não era só o mais inteligente da família. Era também o melhor de todos, em muitos sentidos. Nunca ficava aborrecido com ninguém. Dizem que as pessoas de cabelo vermelho estão sempre se irritando com a maior facilidade, mas o Allie nunca brigava, e tinha o cabelo um bocado vermelho.”
“Eu só tinha uns treze anos, e meus pais resolveram que eu precisava ser psicanalisado e tudo, porque quebrei todas as janelas da garagem. Mas realmente acho que eles tinham razão. Dormi na garagem na noite em que ele morreu e quebrei a droga dos vidros todos com a mão, sei lá porquê. Tentei até arrebentar os vidros da camioneta que nós tínhamos naquele verão, mas a essa altura minha mão já estava quebrada e tudo, e não consegui. Reconheço que foi o tipo da coisa estúpida de se fazer, mas eu nem sabia direito o que estava fazendo, e você não conheciam o Allie. Minha mão ainda dói de vez em quando, nos dias de chuva e tudo, e nunca mais consegui fechar direito a mão – assim bem apertada – mas, fora isso, não me importo muito. De qualquer jeito, sei que não vou mesmo ser um cirurgião ou um violinista, ou droga nenhuma.”
No final Holden está em um sanatório, e diz que vai ficar por lá por um tempo até as coisas melhorarem…E uma coisa meio “esquisita”, diz que sente saudade de todas as pessoas…Todas que ele falou mal. Mas só lendo para entender …
Sendo um livro tão estranho de uma certa forma, e de outra depressivo afeta muitas pessoas, não da mesma maneira, mas acho que afeta a maioria dos adolescentes, e dos adultos também…
-Mark Chapman pediu a John Lennon que autografasse uma cópia de The Catcher in the Rye, e no mesmo dia assassinou o ex-Beatle
-Além da música Who Wrote Holden Caulfield? (Kerplunk!, de 1992), o Green Day faz referências a Holden Caulfield nos cinco álbuns da banda.
-Em uma referência a Chapman, o filme Teoria da Conspiração traz Mel Gibson no papel de um lunático que compra todas as cópias de O Apanhador… que consegue encontrar, sem nunca ter lido o livro.
-Bill Halley and his Comets gravaram a homenagem a Salinger Rocking Through The Rye
-O filme “Seis degraus de separação” tem uma parte que só fala o quanto O apanhador influenciou as pessoas
Postado por Bia
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http://letrasdespidas.wordpress.com/2007/02/06/o-apanhador-no-campo-de-centeio/
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