| Assunto: | Partilhar poesia... | 
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| Data: | 8/Jun 17:03 | 
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 . Dai-me rosas e lírios, .  Quaisquer flores, logo que sejam muitas...  Não, nem sequer muitas flores, falai-me apenas.  Em me dardes muitas flores,  Nem isso... Escutai-me apenas pacientemente quando vos peço .  Que me deis flores,  Sejam essas as flores que me deis....  Ah, a minha tristeza dos barcos que passam no rio,  Sob o céu cheio de sol!  A minha agonia da realidade lúcida!  Desejo de chorar absolutamente como uma criança.  Com a cabeça encostada aos braços cruzados em cima da mesa,  E a vida sentida como uma brisa que me roçasse o pescoço,  Estando eu a chorar naquela posição..  O homem que apara o lápis à janela do escritório  Chama pela minha atenção com as mãos do seu gesto banal.  Haver lápis e aparar lápis e gente que os apara à janela, é tão estranho!.  É tão fantástico que estas coisas sejam reais!  Olho para ele até esquecer o sol e o céu.  E a realidade do mundo faz-me dor de cabeça..  A flor caída no chão.  A flor murcha (rosa branca amarelecendo)  Caída no chão...  Qual é o sentido da vida? . [ÁLVARO DE CAMPOS] . Fernando Pessoa . Enviado por Gioconda do Porto (hi5) . . | |
Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Dai-me rosas e lírios - Álvaro de Campos
Etiquetas:
Álvaro de Campos,
Fernando Pessoa,
Gioconda do Porto,
Literatura,
Poesia
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