NO MAR NÃO HÁ HORIZONTES....ELE PROLONGA-SE PELO CÉU. COMEÇAMOS A OLHAR A ONDINHA QUE DESMAIOU A NOSSOS PÉS....VAMOS ALONGANDO O OLHAR, ATIRANDO-O PARA LONGE, SEMPRE PARA MAIS LONGE. QUANDO ATINGIMOS UMA LINHA ELEVAMOS A CABEÇA, E CONTINUAMOS A VIAGEM, AGORA NO SENTIDO CONTRÁRIO.....BREVE, BREVE ESTAMOS A OLHAR PARA O INFINITO POR CIMA DE NÓS....A DISTÂNCIA É DESIGUAL, MAS O PRINCÍPIO É O MESMO DA ONDINHA....POR ISSO EU DEITO MEUS SONHOS AO MAR....SEI QUE VIRÃO TER COMIGO!EM ANEXO, UM BEIJO!
.
Distribuído por Moranguinho Pereiea (hi5)
.
.
DOIS HORIZONTES FECHAM A NOSSA VIDA
Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro, —
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais.
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? — Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? — Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.
Dois horizontes fecham nossa vida.
MACHADO DE ASSIS
Sem comentários:
Enviar um comentário