* Joaquim Pessoa ·
Tudo leva a crer que a luz deste ofício
chega da Suméria,
canto de argila que diz haver vento nos pássaros,
e da tabuínha onde o escriba apontou para si mesmo
precárias notas sobre os próprios pensamentos,
algo de cada um dos dias aprisionados no trigo.
A antiguidade da luz é uma eternidade evidente,
o que fica por desvendar é o enigma da luz,
se é também moeda, sílaba, tijolo,
sentimentos e recordação.
A mão cumpre os desígnios dessa luz.
A inquietação do escriba permanece na boca
que pronuncia a palavra mais alta,
a mais bela e simples,
aquela que em silêncio vai edificando casas
no coração daquele que pronuncia o seu nome.
in À MESA DO AMOR.
14 de março de 2013
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