sábado, 22 de março de 2008

Évora - Café Portugal

novembro 03, 2007

Café Portugal (entretanto falecido em Évora vai para umas décadas)

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De manhã, por vezes. Tomar o pequeno-almoço. Meia dúzia de reformados, alguns funcionários públicos, o chefe da pide Melo e o apaniguado Tarouca na mesa do latifundiário Menino d’ouro que comportava ainda alguns dignitários locais, a rapaziada da praxe, estudantes à mistura com vários outros valdevinos.

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Depois do almoço, algumas vezes intervaladas com o Arcada, certamente, todas as terças-feiras dias de São Porco. Botequim pelas costuras, extractos sociais ao molho. Meia dúzia de moças da nossa alegria. Fumo, muito fumo a produzir uma neblina suspensa, agudizada pelo vapor dos corpos no inverno. Um café quinze tostões, uma aguardente outros quinze tostões e o vicioso sg ventil costumeiro a três mil e cem. Uma segura hora de filmagem por seis escudos e dez centavos. Uma pechincha nos dias que correm.

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Muitas vezes à noite. Uma fauna mais restrita que cirandava entre o café e o primeiro andar onde reinava o Drácula e as suas oito mesas de bilhar. Uma vista cruzada no República e no Diário de Lisboa, algum existencialismo compensado com imensa teoria revolucionária. Escassas ou nenhuma mulher para alegrar a pestana. Várias horas a roçar os fundilhos pelo exímio desenho das cadeiras e a coçar os cotovelos pelos tampos de ardósia. A companhia sequencial dos bagaços para alimentar a verve discursiva. E partia-se para o deus dará de uma ou outra extravagância madrugadora.

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Publicado por machede em novembro 3, 2007 05:51 PM |
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