quinta-feira, 13 de março de 2008

MULHER MIGRANTE SOFRE EXPLORAÇÃO LABORAL E SEXUAL

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* Luis Filipe Santos

Denúncias no Encontro Nacional dos Secretariados Diocesanos da Pastoral da Mobilidade Humana, a decorrer no Alentejo.

Nos moldes actuais dos fluxos migratórios, a mulher fica mais exposta "à exploração laboral e sexual" - denunciou à Agência ECCLESIA Teresa Chaves, responsável do Secretariado das migrações da diocese de Beja e participante no Encontro Nacional dos Secretariados Diocesanos da Pastoral da Mobilidade Humana.

Nesta actividade, a decorrer em Vila Nova de Mil Fontes (diocese de Beja), até ao hoje, dia 12 de Julho, Teresa Chaves realça também que "a mulher se encontra numa situação de especial fragilidade quando emigra".

Antigamente, o homem comandava as operações quando se decidia emigrar. Actualmente, a mulher "vai só" ou então "chefia a família". Se por um lado é um sinal de emancipação da mulher, por outro significa que "ela está numa situação mais fragilizada nos seus direitos" - disse. Esse tipo de exploração, "incluindo o tráfico de pessoas, tem vindo a aumentar a nível mundial".

Ao explicar esta nova forma de encarar as migrações, Teresa Chaves salienta que as transformações sociais alteraram-se. "A mulher tem um papel diferente na sociedade". Os modelos tradicionais transformaram-se e a mulher "não fica apenas a cuidar dos filhos". Assume a dianteira para "procurar novas soluções e novos rumos para a família".

Subordinado ao tema «Mulheres em Mobilidade: Fronteiras de Dignidade», neste encontro que começou a 9 de Julho, os participantes realçaram que neste tipo de exploração, as mulheres - maiores ou menores de idade - "são as mais afectadas". E avança: "Este fenómeno dá-se com a emigração e imigração".

Portugal continua a ser um país de emigrantes. "A emigração ainda não acabou. Muitos portugueses, especialmente os da zona fronteiriça, "vão trabalhar para Espanha e depois voltam ao fim de semana".

Ao falar da diocese de Beja, Teresa Chaves frisou que esta "não é dos distritos mais problemáticos". E acrescenta: "não existe a "prostituição de rua, mas existem bordeis". Existe o outro lado, a "exploração sexual em montes - propriedades privadas - onde o acesso é extremamente difícil".

A imigração também chegou a esta diocese alentejana. A maioria são brasileiros porque os "imigrantes de leste são mais sazonais" - disse a responsável do Secretariado das migrações da diocese de Beja. E exemplifica: "Quando se construiu a Barragem do Alqueva tínhamos muitos romenos". A economia de Beja necessita destas pessoas para trabalhar porque "não temos portugueses que queiram trabalhar no campo".

O secretariado das Migrações está integrado na Cáritas de Beja. "Prestamos apoio social - refeitório, atendimento para distribuição de géneros alimentares e de roupa - e trabalhamos de forma muito estreita com o SEF" - realça. E avança: "trabalhamos em rede". Neste encontro nacional estão presentes a maioria dos secretariados.

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agência ecclesia on 12 Julho, 2007 13:20:26


Comentários

Publicado em Ivone Boechat, 03 Outubro, 2007 11:20:18

  • Que educação é essa? Analisando com olhos pedagógicos a situação educacional do Brasil dá para chorar e prantear e gritar de dor pelos milhões de jovens que conseguem ultrapassar todo tipo de barreira e entrar nas instituições escolares. Dói, mas dói muito, ver como os estudantes ainda acreditam no poder da Escola e ter pleno conhecimento da imensa decepção que logo, logo os assola! Eles chegam eufóricos, sim, porque mesmo quando é “gratuito”, não sai barato. É caro, muito caro, para entrar. Aí começam as aberrações: todo mundo é burro, todo mundo é malandro, todo mundo é violento... Nós, educadores, sabemos que: todo mundo quer estudar, todo mundo quer aprender, pode-se vencer a violência... E ninguém venha dizer que só os pobres sofrem, porque a Escola é Pública, os professores ganham pouco, os recursos são escassos. Não! O sofrimento é geral! No Brasil, a palavra organizado só é usada para o crime: crime organizado. É muita bala perdida! Há brasileiros perdidos também! Votos perdidos e verbas perdidas... Os métodos de alfabetização no Brasil andam na contra-mão. 24% dos alunos do ensino fundamental das escolas brasileiras são obrigados a repetir de série pelo menos um ano – a maior proporção de toda a América Latina. A Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura informa que a taxa de repetência de primeira a quarta série no Brasil é pior do que a do Camboja (Ásia) e equivalente à de países como Moçambique e Eritréia (África). No Ensino Médio, entre 1998 e 1999, a taxa de repetência estava em 17,2%. Em 2001, a Unesco comparou 107 países, o Brasil tinha a mesma taxa de repetência do Burundi e Congo: 25%. O MEC gasta R$ 7 bilhões por ano com repetência no ensino fundamental. Além de campeões de repetência, ficamos nos últimos lugares do Pisa - Programa Internacional de Avaliação de Alunos. A UNESCO considerou 45 países, cujos índices de repetência são superiores a 10%. O Brasil, com taxa de 21% está entre 15 países, a maioria da África e do Caribe. Camboja, 11%, Haiti, 16%, Ruanda, 19%, Chile, 2%, Argentina, 6%. Brasil, Indonésia e Tunísia, estão entre os que têm os menores níveis de conhecimento em matemática do mundo. A taxa de evasão, que em 1997 estava em 5,2%, aumentou para 8,3% em 2001. Nos cursos noturnos, essa proporção chega a 35%. Os alunos mais ricos do Brasil têm desempenho inferior ao dos ricos da Espanha, EUA, Rússia, França, Portugal, Coréia do Sul e México. Somente 27,6% dos alunos da rede privada que fizeram as provas de matemática e de língua portuguesa tiveram desempenho considerado adequado pelo Ministério da Educação. Somente 3,7% dos alunos das escolas públicas se saíram bem no teste de língua portuguesa e 2,1% no teste de matemática. Pasmem! Segundo o professor Célio da Cunha, assessor para a área da educação da Unesco no Brasil: “O alto índice de fracasso é a falta de condições para o professor. Eles não estão preparados para ensinar alunos com dificuldades socioeconômicas”. O Brasil tem 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência 176.067 surdos 159.824 cegos 6,59 milhões dificuldades físicas motoras 14,5% da população brasileira apresenta alguma deficiência física, mental ou dificuldade para enxergar, ouvir ou locomover-se. Existe Escola especial para eles? Em meio a tantas coisas perdidas, só não pode existir educadores perdidos! Ivone Boechat PhD image
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  • in Junta de Freguesia de Agualva

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