foto de José Carlos Marques
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* José Carlos Marques, enviado especial (Guiledje)
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O presidente João Bernardo Vieira dispara uma rajada de boa disposição na direcção de Coutinho e Lima: “Devo dizer-lhe que bebi do seu uísque. Ainda me lembro da marca, Old Parr, era muito bom.” A sala do Hotel Palace Bissau irrompe numa gargalhada. Se há 35 anos o homem então conhecido como ‘Nino’ Vieira se tivesse deparado com o major Coutinho e Lima o mais certo seria um deles não sobreviver ao encontro.
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Em 1973, ‘Nino’ liderou o ataque do PAIGC ao quartel de Guiledje, no Sul da Guiné. Ao fim de cinco dias de bombardeamentos, Coutinho e Lima decidiu retirar. Mais de 600 pessoas escaparam a pé, por um trilho de terra batida, conseguindo passar despercebidas ao PAIGC. A queda da guarnição significou o fim da ideia de que Portugal poderia evitar uma derrota militar na Guiné.
O Simpósio de Guiledje juntou na Guiné ex-combatentes guineenses, portugueses, cubanos e cabo-verdianos. Os antigos inimigos revisitaram os locais onde combateram e partilharam as várias versões de uma guerra – todos o admitem hoje – injusta e desnecessária.
O encontro trouxe algumas revelações surpreendentes. ‘Nino’ Vieira despiu a pele de presidente da República da Guiné-Bissau para contar a sua experiência como comandante do PAIGC na zona sul e responsável pelo ataque ao quartel português. Desde 1972 que as Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP) – a face armada do PAIGC – planeavam o ataque a Guiledje. Amílcar Cabral estudou a ofensiva ao pormenor, mas decidiu adiá-la. Assassinado em Janeiro de 1973, não assistiu à concretização do plano. ‘Nino’ lembra que a morte de Cabral levou o conselho de guerra do PAIGC a pôr em prática “uma grande operação militar que desse um sinal aos nossos combatentes e ao povo guineense de que estávamos com força e de que não iríamos desistir”. O ataque a Guiledje implicou um demorado estudo topo- gráfico: “Só tínhamos um mapa à escala 1/500.000 m, o que comprometia a eficácia da artilharia. Homens como Osvaldo Vieira ou o comandante cubano Raúl Diaz Arguelles palmilharam o terreno e conseguiram elaborar um mapa à escala 1/50.000”, lembra ‘Nino’ Vieira.
Havia ainda um outro ensaio por fazer. A 25 de Março, o comandante manda fazer um ataque simulado a Guiledje. “O objectivo era fazer o inimigo chamar os meios aéreos.” Em menos de cinco minuto, o Fiat a jacto aparece nos céus. Era uma oportunidade única de experimentar o ‘Strella’, um míssil terra-ar cedido pela União Soviética aos independentistas. O tiro sai certeiro. O avião é atingido e despenha-se: “Ficámos tão eufóricos que nem demos conta de que o piloto se tinha ejectado. Com o ‘Strella’ acabava-se a superioridade do Exército colonial. Já podíamos atacar de dia”, lembra ‘Nino’.
Estava previsto que o ataque a Guiledje ocorresse em simultâneo com o que teve lugar em Guidaje, no Norte da Guiné, liderado por Luís Cabral, irmão do malogrado líder do PAIGC. ‘Nino’ explica que “o facto de eles terem sido detectados levou-os a anteciparem o ataque”. Ainda assim, a ofensiva no Norte obrigou o general Spínola, comandante militar e civil da colónia, a fazer deslocar para o Norte quase todo o dispositivo disponível.
Coutinho e Lima, comandante de Guiledje e do COP5 (Comando Operacional 5, que compreendia a região sul, junto à fronteira com a Guiné-Conacri), está entregue apenas aos seus 150 homens quando, a 18 de Maio, três corpos do Exército das FARP iniciam a ofensiva. Os morteiros de 120 mm começam a chover sobre o quartel, obrigando militares e civis a meterem-se nos abrigos. Os pedidos de reforços são recusados. No dia 19, Coutinho e Lima parte para Bissau, onde expõe a Spínola a gravidade da situação. Pede reforços, mas o general não só lhe recusa ajuda como o manda de volta a Guiledje com a informação de que vai ser destituído do comando nos próximos dias.
No dia 21, o major chega ao quartel. Ao inteirar-se da situação, assume que só há duas opções: “Percebi que era impossível obter uma vitória militar. Ou ficávamos ali à espera do novo comandante – que não trazia reforços – e arriscávamo-nos a um grande número de baixas civis e militares – ou abandonávamos o quartel.” Sem água e condições sanitárias e com um armamento muito inferior ao do inimigo, Coutinho resolve sair. “Nunca me arrependi dessa decisão”, diz o homem que esteve um ano preso por causa dela. Três dias depois o PAIGC entra em Guiledje. O corredor do povo – a zona por onde o PAIGC fazia entrar homens e abastecimentos vindos das bases na Guiné-Conacri e que os portugueses apelidavam de corredor da morte – estava livre de perigo. Afastada a aviação e garantida uma logística eficaz, o PAIGC tinha tudo para ganhar a guerra, mas foi preciso chegar o 25 de Abril de 1974 para que as armas se calassem de vez.
Nos últimos dias o corredor mudou outra vez de nome. Tornou-se no corredor da paz.
Debaixo do fogão de Adão, a enorme árvore onde os militantes da guerrilha paravam para comer quando vinham da Guiné-Conacri, os velhos inimigos abraçaram-se. Coutinho e Lima recebeu do régulo de Guiledje um grand bubu, o traje branco tradicional usado pelos mais velhos e sábios.
Ali, onde a selva é mais densa, os velhos inimigos enterraram de vez o machado de guerra.
PALAVRAS DE CABRAL IMPRESSIONAM FIDEL
Decorria o ano de 1966 quando Amílcar Cabral se deslocou a Havana para intervir na conferência Tricontinental. As suas palavras causaram um impacto tão forte em Fidel Castro que desde logo o comandante se disponibilizou para apoiar a “luta de libertação nacional” do PAIGC. Ainda no mesmo ano, parte para África o primeiro contingente, de 25 elementos. Ulisses Estrada tinha 33 anos e a experiência de ter combatido no Congo ao lado de ‘Che’ Guevara. “Tínhamos consciência de que vínhamos combater o neocolonialismo, como uma das etapas da luta anticapitalista”, recorda o ex-gerrilheiro.
Ulisses combateu ao lado dos “irmãos guineenses”, mas a doença provocada pela mosca tsé tsé obrigou-o a voltar meses depois ao país natal.
O seu compatriota Óscar Oramas assumiu nesse tempo o posto de embaixador de Cuba na Guiné-Conacri. Intensificou-se, desde então, o uso deste país como localização das bases logísticas da guerrilha. De acordo com as estimativas do ex-embaixador, durante oito anos terão passado pela Guiné-Bissau “mais de 500 combatentes soldados cubanos”.
UMA AFINADA MÁQUINA DE GUERRA
O cabo-verdiano ‘Manecas’ Soares é desde sempre uma das figuras mais carismáticas da luta do PAIGC. Foi ele o primeiro a aprender a manobrar os poderosos mísseis ‘Strella’ SAM 7, a arma que neutralizou a aviação portuguesa. Manuel foi à União Soviética aprender a disparar os mísseis e os primeiros resultados apareceram em 1973. Mas o antigo comandante explica que o êxito da luta vai muito para além das armas: “Amílcar Cabral era um homem muito acima de qualquer um de nós, tanto a nível político como militar. Todas as unidades das FARP foram formadas por ele. Era um estratega brilhante”, lembra. Apesar da esmagadora inferioridade numérica em relação às tropas portuguesas – sete para 40 mil – os combatentes das FARP sabiam como usar os seus recursos de modo a criarem o maior número de estragos com poucas baixas. Desde 1964 que começaram a ter zonas libertadas. Com grande mobilidade e rigor táctico e um armamento mais moderno e eficaz do que o Exército colonial, a guerrilha tornou-se imbatível, sobretudo a partir de 1973. O PAIGC contava com mulheres nas fileiras e não só para tratar da logística. Também combatiam e dormiam no mato.
GUINÉ NO CAMNINHO DE ABRIL
Se o 25 de Abril tivesse falhado em Portugal, nós estávamos preparados para fazer uma acção armada na Guiné.” O coronel Carlos Matos Gomes foi ao Simpósio de Guiledje explicar como a guerra ajudou à revolução dos cravos.
“Em 1973 os portugueses perceberam que a guerra chegara ao fim. Tivemos a noção de que era impossível manter a integridade física do dispositivo e evitar baixas tão significativas que virassem a opinião pública contra a guerra”, diz Matos Gomes, comandante dos Comandos durante a guerra colonial.
“Há uma ruptura entre os militares e os políticos portugueses. Em termos económicos a Guiné não valia uma guerra. Só valia para contrariar o efeito de dominó que alastrasse a Angola e Moçambique”, disse.
Em Setembro de 1973 o PAIGC declara unilateralmente a independência, acto que é reconhecido pela esmagadora maioria dos países da ONU. “A guerra passou a ser vista como um acto ilegal, o que é muito difícil de aceitar para um militar”, considera Matos Gomes.
Pedro Lauret, capitão-de-mar-e-guerra da Marinha também esteve na Guiné e participou nas primeiras reuniões que haveriam de fazer nascer o Movimento das Forças Armadas. Acabou por participar no 25 de Abril já em Lisboa, mas foi na Guiné que percebeu que “o problema da guerra colonial só se poderia resolver com uma mudança de regime”.
GOVERNADOR CIVIL DESTITUÍDO
A 26 de Abril de 1974 um grupo de oficiais, entre os quais se encontrava o então capitão Matos Gomes, destitui o governador civil e comandante militar, Bettencourt Rodrigues, e assumiu a revolução na colónia. A guerra só terminou em Agosto desse mesmo ano.
RECORDAR ATÉ ÀS LÁGRIMAS
Não foram poucas as vezes que as lágrimas apareceram durante os debates que tiveram lugar em Bissau. Afinal, para muitos dos participante no Simpósio de Guiledje esta era a primeira vez que encaravam os inimigos, agora feitos irmãos.
Ao longo de sete dias – incluindo dois de viagem aos lugares da guerra no Sul da Guiné – duas centenas de participantes debateram o passado e o futuro da guerra colonial. Organizado pela organização não governamental Acção para o Desenvolvimento (AD), com o apoio de vários parceiros, o Simpósio tinha por objectivo fazer luz sobre os factos de uma guerra que terminou há 35 anos.
Houve polémicas e desencontro de ideias, mas o cruzamentos dos factos levou, na maior parte dos casos, a um saber acrescentado sobre a guerra. No final do Simpósio, Iva Cabral, filha do líder histórico do PAIGC, Amílcar Cabral, homem a quem todos quiseram prestar homenagem, dizia-se “muito feliz”.
E não era certamente a única.
'NINO' VIEIRA PEDE AJUDA A PORTUGAL
Durante o Simpósio Internacional sobre Guiledje, que inaugurou, ‘Nino’ Vieira lançou um repto ao Governo português: “É preciso que Portugal olhe mais para a Guiné-Bissau.” O presidente guineense concretizou o sentido das suas palavras com um exemplo: “Veja-se o caso dos professores. Havendo tantos desempregados em Portugal, seria muito importante que eles viesse para a Guiné, ao abrigo dos acordos de cooperação.” As palavras de ‘Nino’ Vieira coincidiram com a presença no território de João Gomes Cravinho, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, e Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro e Finanças. Os dois governantes assinaram em Bissau vários protocolos de cooperação que vão levar milhões de euros ao país africano. A Educação é uma das prioridades.
CRONOLOGIA
1959 - MASSACRE DO PIDJIGUITI
Um protesto dos estivadores do porto de Bissau é reprimido com grande violência. O episódio convence Amílcar Cabral a optar pela luta armada.
1963 - ATAQUE AO QUARTEL DE TITE
Primeira acção armada do PAIGC dá início à guerra na Guiné-Bissau. Portugal é obrigado a um grande reforço do dispositivo militar.
1964
Congresso de Amílcar Cabral reorganiza o aparelho militar e político do PAIGC e cria as Forças Armadas Revolucionárias do Povo. A guerrilha ganha eficácia.
1968 - SPÍNOLA SUBSTITUI SHULZ A 2 DE MAIO
O general Spínola é nomeado comandante militar e governador civil da Guiné. Usa a política como arma de conquista das populações.
1970 - 'OPERAÇÃO MAR VERDE'
Estratégia de larga escala de tropas portuguesas na Guiné-Conacri. Resultou numa tentativa (falhada) de assassinar Amílcar Cabral.
1973 - MORTE DE AMÍLCAR CABRAL A 20 DE JANEIRO
O líder histórico do PAIGC é assassinado em Conacri, num crime cujos contornos não são ainda totalmente conhecidos.
1973 - O PRIMEIRO AVIÃO É ABATIDO A 25 DE MARÇO
Um jacto Fiat G91 é alvejado. Outros casos se seguem. A aviação deixa de bombardear o inimigo com tanta regularidade.
1973 - GRANDE OFENSIVA A 8 DE MAIO
Começa um grande ataque do PAIGC no Norte, com o quartel de Guidaje como alvo. Segue-se Guiledje, a 18 de Maio. Cai passados cinco dias.
1973
Comunicado unilateral do PAIGC declara unilateralmente a independência em Madina do Boé. O país é reconhecido pela esmagadora maioria dos países da ONU.
1974 - CESSAR-FOGO APÓS O 25 DE BARIL
Dá-se início a negociações. O cessar-fogo é acordado em Junho. A 26 de Agosto do mesmo ano Portugal reconhece a independência.
NOTAS
SINAIS DE REFERÊNCIA
Era nesta árvore que os guerrilheiros paravam para comer quando vinham da Guiné-Conacri. Em baixo, Coutinho de Lima com o régulo de Guiledje Umaru Djaló
PASSADO EM MAQUETA
Maqueta de Guiledje. O trabalho, da autoria de um ex-combatente, esteve exposto à entrada do Simpósio dedicado àquele aquartelamento português
EXUMAÇÃO DOS CORPOS
A Liga dos Combatentes de Portugal vai proceder à exumação, ainda este mês, dos corpos de dez militares portugueses sepultados em 1973 em Guidaje.
PREPARATIVOS DO ASSALTO
Foto de ‘Nino’ Vieira antes do assalto ao quartel de Guiledje, a 18 de Maio de 1973, na grande ofensiva do PAIGC. O aquartelamento caiu passados cinco dias.
370 ATAQUES EM NOVE MESES
No aquartelamento de Gandembel as tropas portuguesas sofreram 370 ataques em apenas nove meses. Foi abandonado em Janeiro de 1969.
OS HOMENS DA GUERRA
‘Nino’ Vieira era há 35 anos o chefe das forças guerrilheiras no Sul e comandou o ataque a Guiledje. Coutinho e Lima era o oficial que chefiava o quartel.
PAIGC NASCE EM SETEMBRO DE 1959
Criada a sede do PAIGC, nascido na Guiné-Bissau a 19 de Setembro de 1959 por Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral e Júlio de Almeida, entre outros.
148 MIL HOMENS NO FINAL DE 1973
A 31 de Dezembro de 1973, os efectivos militares nas três frentes de guerra totalizavam 148 mil homens. Angola 65 000, Moçambique 51 000 e Guiné 32000.
HOMENAGEM AOS COMBATENTES
Para homenagear os que combateram foi erguido no Forte do Bom Sucesso (Lisboa), em 1994, o Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar.
1240 MORRERAM EM COMBATE
A grande maioria dos militares que morreu caiu em combate: Moçambique (1481), Angola (1306) e Guiné (1240). De notar, contudo, as enormes diferenças nas dimensões territoriais. Angola tem 1 246 700 km2, Moçambique 799 380 km2 e Guiné 36 125 km2.
8290
é o número de mortes ocorridas durante os 13 anos de Guerra Colonial nas três frentes de combate: Angola 3250; Moçambique 2962 e Guiné 2070.
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» Comentários no CM on line
Quinta-feira, 13 Março
- Margarida
Os militares americanos vão para o Iraque k nem é terra deles e nem abrem o bico. Os portugueses, cobardolas, choram, berram, são traumatizados pk foram defender o k era, na altura, território portugues!O Vasco da Gama deve andar às voltas no túmulo, com tanta cobardia, 500 anos volvidos...
- Margarida
Que irritação me dá isto..agora eles é k são os bons? e estavam mt bem armados e nós é k tinhamos as catanas, eles não! tinham aviões, bombas atómicas até! LOL, alguém já se lembrou de perguntar quem começou esta guerra? Foram eles!A tropa portuguesa só foi defender provincias portuguesas, como teriam k ir agora defender o Minho ou o Algarve!é assim tão dificil de entender?
Quarta-feira, 12 Março
- Carlos Tuga
8290 MORTES!!!PRA QUE???A pobreza em Africa e imensa depois do 25 de Abril.E a maioria foram viver pra Portugal.Tanto sacrificio das Forcas Armadas pra que???E muitos ainda dizem "Volta Salazar!".Tenham vergonha!!!
- Pacheco
Gostaria de saber quantos Generais foram corruptos nessa guerra até o condutor da cerveja sendo português dava informações é pena que nunca foram julgados esses senhores que jogavam com pau de dois bicos e hoje têm uma reforma fabulosa e nós os escravos nem na história ficamos.
- AUGUSTO NEVES
28 meses estive em Moçambique,o sofrimento era parte integrante do dia-a-dia de todos nós inocentes que fomos postos num barco com destino ao desconhecido. Hoje convive-se com o outro lado sem que politicamente tivessem resolvido os problemas dos ex-combatentes. Haja Vergonha. A. Neves
Terça-feira, 11 Março
- Carla Guerreiro
Nasci em 1971, em plena guerra colonial, três anos depois do regresso do meu pai, que combateu em Moçambique. No entanto, quando já tinha idade para compreender certas coisas, o meu pai falou-me dos horrores da guerra, apesar do seu amor por Moçambique (um dos seus sonhos é visitar de novo o país).É preciso falar desta época aos jovens, para que eles conheçam esta época da nossa história.
Segunda-feira, 10 Março
- José António G. Justiça
Eu estive nessa altura na Guiné, foi render uma companhia em Gadamael Porto, ao sul de Guiledje em 1973, penso que era o que restava da companhia vinda de Guiledje, não era própriamente essa companhia porque foram os Paraquedistas que conseguiram segurar Gadamael, porque senão ia a zona toda para lá do rio. Eu foi para a Guiné em 1972.Gadamael nessa altura era um inferno.S.Martinho do Porto
- jorge serralheiro
Nasci ja depois do 25 de Abril e o que conheco da guerra colonial foi lido e uma ou outra historia ouvida. De um lado ha historias que dizem que portugal estava proximo de controlar o PAIGC (incluindo teses de mestrado ou coisa assim). E no outro esta a historia que o PAIGC fez cair o quartel de Guiledje. A verdade e' que a Guine' não passa de uma miseria. Qual liberdade...
Domingo, 9 Março
- asdrubal
Tudo isto já só resulta da "lavagem ao cérebro". Muitos todavia, graças a Deus, não enjeitam a honra do Combatente.
Sabado, 8 Março
- Victorino - Suecia
Simposios deste genero deviam ser feitos em Portugal,com todas as ex-colonias, era um reencontro com o passado, e enterrar definitivamente o machado de guerra, e Porgtugal construir o seu futuro (sem complexos),baseado na historia e passado. Hoje tenta-se esconder um periodo da Historia e tempo, que faz parte de Portugal, deixem de ser COMPLEXADOS...
- João Simões
Acho estas "cerimónias" extremamente ofensivas para os jovens, de ambos os lados, que lá deixaram a vida , bem como para as famílias deles. É ridículo. Ainda bem que há paz, mas haja também respeito pela memória dos que lá faleceram por culpa sempre dos mesmos, tanto então como agora, os verdadeiros culpados de sempre em todas as guerras: os mentirosos, arrogantes e criminosos dos políticos.
- Atento
É...muito bonito isso, sem duvida!..mas para mim não acho hoje nem achei naquele tempo ter perdido alguns dos meus amigos e camaradas e ter perdido 4 anos da minha juventude,e pergunto para quê?Para salvar a pele dos que hoje se encontram no poder, nos lugares chave deste País?..dos que não sabem olhar em outra direcção, senão só África,foi para isso que eu perdi os meus amigos?..Portalegre.
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in Correio da Manhã - Domingo 2008.03.09
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O presidente João Bernardo Vieira dispara uma rajada de boa disposição na direcção de Coutinho e Lima: “Devo dizer-lhe que bebi do seu uísque. Ainda me lembro da marca, Old Parr, era muito bom.” A sala do Hotel Palace Bissau irrompe numa gargalhada. Se há 35 anos o homem então conhecido como ‘Nino’ Vieira se tivesse deparado com o major Coutinho e Lima o mais certo seria um deles não sobreviver ao encontro.
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O Simpósio de Guiledje juntou na Guiné ex-combatentes guineenses, portugueses, cubanos e cabo-verdianos. Os antigos inimigos revisitaram os locais onde combateram e partilharam as várias versões de uma guerra – todos o admitem hoje – injusta e desnecessária.
O encontro trouxe algumas revelações surpreendentes. ‘Nino’ Vieira despiu a pele de presidente da República da Guiné-Bissau para contar a sua experiência como comandante do PAIGC na zona sul e responsável pelo ataque ao quartel português. Desde 1972 que as Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP) – a face armada do PAIGC – planeavam o ataque a Guiledje. Amílcar Cabral estudou a ofensiva ao pormenor, mas decidiu adiá-la. Assassinado em Janeiro de 1973, não assistiu à concretização do plano. ‘Nino’ lembra que a morte de Cabral levou o conselho de guerra do PAIGC a pôr em prática “uma grande operação militar que desse um sinal aos nossos combatentes e ao povo guineense de que estávamos com força e de que não iríamos desistir”. O ataque a Guiledje implicou um demorado estudo topo- gráfico: “Só tínhamos um mapa à escala 1/500.000 m, o que comprometia a eficácia da artilharia. Homens como Osvaldo Vieira ou o comandante cubano Raúl Diaz Arguelles palmilharam o terreno e conseguiram elaborar um mapa à escala 1/50.000”, lembra ‘Nino’ Vieira.
Havia ainda um outro ensaio por fazer. A 25 de Março, o comandante manda fazer um ataque simulado a Guiledje. “O objectivo era fazer o inimigo chamar os meios aéreos.” Em menos de cinco minuto, o Fiat a jacto aparece nos céus. Era uma oportunidade única de experimentar o ‘Strella’, um míssil terra-ar cedido pela União Soviética aos independentistas. O tiro sai certeiro. O avião é atingido e despenha-se: “Ficámos tão eufóricos que nem demos conta de que o piloto se tinha ejectado. Com o ‘Strella’ acabava-se a superioridade do Exército colonial. Já podíamos atacar de dia”, lembra ‘Nino’.
Estava previsto que o ataque a Guiledje ocorresse em simultâneo com o que teve lugar em Guidaje, no Norte da Guiné, liderado por Luís Cabral, irmão do malogrado líder do PAIGC. ‘Nino’ explica que “o facto de eles terem sido detectados levou-os a anteciparem o ataque”. Ainda assim, a ofensiva no Norte obrigou o general Spínola, comandante militar e civil da colónia, a fazer deslocar para o Norte quase todo o dispositivo disponível.
Coutinho e Lima, comandante de Guiledje e do COP5 (Comando Operacional 5, que compreendia a região sul, junto à fronteira com a Guiné-Conacri), está entregue apenas aos seus 150 homens quando, a 18 de Maio, três corpos do Exército das FARP iniciam a ofensiva. Os morteiros de 120 mm começam a chover sobre o quartel, obrigando militares e civis a meterem-se nos abrigos. Os pedidos de reforços são recusados. No dia 19, Coutinho e Lima parte para Bissau, onde expõe a Spínola a gravidade da situação. Pede reforços, mas o general não só lhe recusa ajuda como o manda de volta a Guiledje com a informação de que vai ser destituído do comando nos próximos dias.
No dia 21, o major chega ao quartel. Ao inteirar-se da situação, assume que só há duas opções: “Percebi que era impossível obter uma vitória militar. Ou ficávamos ali à espera do novo comandante – que não trazia reforços – e arriscávamo-nos a um grande número de baixas civis e militares – ou abandonávamos o quartel.” Sem água e condições sanitárias e com um armamento muito inferior ao do inimigo, Coutinho resolve sair. “Nunca me arrependi dessa decisão”, diz o homem que esteve um ano preso por causa dela. Três dias depois o PAIGC entra em Guiledje. O corredor do povo – a zona por onde o PAIGC fazia entrar homens e abastecimentos vindos das bases na Guiné-Conacri e que os portugueses apelidavam de corredor da morte – estava livre de perigo. Afastada a aviação e garantida uma logística eficaz, o PAIGC tinha tudo para ganhar a guerra, mas foi preciso chegar o 25 de Abril de 1974 para que as armas se calassem de vez.
Nos últimos dias o corredor mudou outra vez de nome. Tornou-se no corredor da paz.
Debaixo do fogão de Adão, a enorme árvore onde os militantes da guerrilha paravam para comer quando vinham da Guiné-Conacri, os velhos inimigos abraçaram-se. Coutinho e Lima recebeu do régulo de Guiledje um grand bubu, o traje branco tradicional usado pelos mais velhos e sábios.
Ali, onde a selva é mais densa, os velhos inimigos enterraram de vez o machado de guerra.
PALAVRAS DE CABRAL IMPRESSIONAM FIDEL
Decorria o ano de 1966 quando Amílcar Cabral se deslocou a Havana para intervir na conferência Tricontinental. As suas palavras causaram um impacto tão forte em Fidel Castro que desde logo o comandante se disponibilizou para apoiar a “luta de libertação nacional” do PAIGC. Ainda no mesmo ano, parte para África o primeiro contingente, de 25 elementos. Ulisses Estrada tinha 33 anos e a experiência de ter combatido no Congo ao lado de ‘Che’ Guevara. “Tínhamos consciência de que vínhamos combater o neocolonialismo, como uma das etapas da luta anticapitalista”, recorda o ex-gerrilheiro.
Ulisses combateu ao lado dos “irmãos guineenses”, mas a doença provocada pela mosca tsé tsé obrigou-o a voltar meses depois ao país natal.
O seu compatriota Óscar Oramas assumiu nesse tempo o posto de embaixador de Cuba na Guiné-Conacri. Intensificou-se, desde então, o uso deste país como localização das bases logísticas da guerrilha. De acordo com as estimativas do ex-embaixador, durante oito anos terão passado pela Guiné-Bissau “mais de 500 combatentes soldados cubanos”.
UMA AFINADA MÁQUINA DE GUERRA
O cabo-verdiano ‘Manecas’ Soares é desde sempre uma das figuras mais carismáticas da luta do PAIGC. Foi ele o primeiro a aprender a manobrar os poderosos mísseis ‘Strella’ SAM 7, a arma que neutralizou a aviação portuguesa. Manuel foi à União Soviética aprender a disparar os mísseis e os primeiros resultados apareceram em 1973. Mas o antigo comandante explica que o êxito da luta vai muito para além das armas: “Amílcar Cabral era um homem muito acima de qualquer um de nós, tanto a nível político como militar. Todas as unidades das FARP foram formadas por ele. Era um estratega brilhante”, lembra. Apesar da esmagadora inferioridade numérica em relação às tropas portuguesas – sete para 40 mil – os combatentes das FARP sabiam como usar os seus recursos de modo a criarem o maior número de estragos com poucas baixas. Desde 1964 que começaram a ter zonas libertadas. Com grande mobilidade e rigor táctico e um armamento mais moderno e eficaz do que o Exército colonial, a guerrilha tornou-se imbatível, sobretudo a partir de 1973. O PAIGC contava com mulheres nas fileiras e não só para tratar da logística. Também combatiam e dormiam no mato.
GUINÉ NO CAMNINHO DE ABRIL
Se o 25 de Abril tivesse falhado em Portugal, nós estávamos preparados para fazer uma acção armada na Guiné.” O coronel Carlos Matos Gomes foi ao Simpósio de Guiledje explicar como a guerra ajudou à revolução dos cravos.
“Em 1973 os portugueses perceberam que a guerra chegara ao fim. Tivemos a noção de que era impossível manter a integridade física do dispositivo e evitar baixas tão significativas que virassem a opinião pública contra a guerra”, diz Matos Gomes, comandante dos Comandos durante a guerra colonial.
“Há uma ruptura entre os militares e os políticos portugueses. Em termos económicos a Guiné não valia uma guerra. Só valia para contrariar o efeito de dominó que alastrasse a Angola e Moçambique”, disse.
Em Setembro de 1973 o PAIGC declara unilateralmente a independência, acto que é reconhecido pela esmagadora maioria dos países da ONU. “A guerra passou a ser vista como um acto ilegal, o que é muito difícil de aceitar para um militar”, considera Matos Gomes.
Pedro Lauret, capitão-de-mar-e-guerra da Marinha também esteve na Guiné e participou nas primeiras reuniões que haveriam de fazer nascer o Movimento das Forças Armadas. Acabou por participar no 25 de Abril já em Lisboa, mas foi na Guiné que percebeu que “o problema da guerra colonial só se poderia resolver com uma mudança de regime”.
GOVERNADOR CIVIL DESTITUÍDO
A 26 de Abril de 1974 um grupo de oficiais, entre os quais se encontrava o então capitão Matos Gomes, destitui o governador civil e comandante militar, Bettencourt Rodrigues, e assumiu a revolução na colónia. A guerra só terminou em Agosto desse mesmo ano.
RECORDAR ATÉ ÀS LÁGRIMAS
Não foram poucas as vezes que as lágrimas apareceram durante os debates que tiveram lugar em Bissau. Afinal, para muitos dos participante no Simpósio de Guiledje esta era a primeira vez que encaravam os inimigos, agora feitos irmãos.
Ao longo de sete dias – incluindo dois de viagem aos lugares da guerra no Sul da Guiné – duas centenas de participantes debateram o passado e o futuro da guerra colonial. Organizado pela organização não governamental Acção para o Desenvolvimento (AD), com o apoio de vários parceiros, o Simpósio tinha por objectivo fazer luz sobre os factos de uma guerra que terminou há 35 anos.
Houve polémicas e desencontro de ideias, mas o cruzamentos dos factos levou, na maior parte dos casos, a um saber acrescentado sobre a guerra. No final do Simpósio, Iva Cabral, filha do líder histórico do PAIGC, Amílcar Cabral, homem a quem todos quiseram prestar homenagem, dizia-se “muito feliz”.
E não era certamente a única.
'NINO' VIEIRA PEDE AJUDA A PORTUGAL
Durante o Simpósio Internacional sobre Guiledje, que inaugurou, ‘Nino’ Vieira lançou um repto ao Governo português: “É preciso que Portugal olhe mais para a Guiné-Bissau.” O presidente guineense concretizou o sentido das suas palavras com um exemplo: “Veja-se o caso dos professores. Havendo tantos desempregados em Portugal, seria muito importante que eles viesse para a Guiné, ao abrigo dos acordos de cooperação.” As palavras de ‘Nino’ Vieira coincidiram com a presença no território de João Gomes Cravinho, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, e Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro e Finanças. Os dois governantes assinaram em Bissau vários protocolos de cooperação que vão levar milhões de euros ao país africano. A Educação é uma das prioridades.
CRONOLOGIA
1959 - MASSACRE DO PIDJIGUITI
Um protesto dos estivadores do porto de Bissau é reprimido com grande violência. O episódio convence Amílcar Cabral a optar pela luta armada.
1963 - ATAQUE AO QUARTEL DE TITE
Primeira acção armada do PAIGC dá início à guerra na Guiné-Bissau. Portugal é obrigado a um grande reforço do dispositivo militar.
1964
Congresso de Amílcar Cabral reorganiza o aparelho militar e político do PAIGC e cria as Forças Armadas Revolucionárias do Povo. A guerrilha ganha eficácia.
1968 - SPÍNOLA SUBSTITUI SHULZ A 2 DE MAIO
O general Spínola é nomeado comandante militar e governador civil da Guiné. Usa a política como arma de conquista das populações.
1970 - 'OPERAÇÃO MAR VERDE'
Estratégia de larga escala de tropas portuguesas na Guiné-Conacri. Resultou numa tentativa (falhada) de assassinar Amílcar Cabral.
1973 - MORTE DE AMÍLCAR CABRAL A 20 DE JANEIRO
O líder histórico do PAIGC é assassinado em Conacri, num crime cujos contornos não são ainda totalmente conhecidos.
1973 - O PRIMEIRO AVIÃO É ABATIDO A 25 DE MARÇO
Um jacto Fiat G91 é alvejado. Outros casos se seguem. A aviação deixa de bombardear o inimigo com tanta regularidade.
1973 - GRANDE OFENSIVA A 8 DE MAIO
Começa um grande ataque do PAIGC no Norte, com o quartel de Guidaje como alvo. Segue-se Guiledje, a 18 de Maio. Cai passados cinco dias.
1973
Comunicado unilateral do PAIGC declara unilateralmente a independência em Madina do Boé. O país é reconhecido pela esmagadora maioria dos países da ONU.
1974 - CESSAR-FOGO APÓS O 25 DE BARIL
Dá-se início a negociações. O cessar-fogo é acordado em Junho. A 26 de Agosto do mesmo ano Portugal reconhece a independência.
NOTAS
SINAIS DE REFERÊNCIA
Era nesta árvore que os guerrilheiros paravam para comer quando vinham da Guiné-Conacri. Em baixo, Coutinho de Lima com o régulo de Guiledje Umaru Djaló
PASSADO EM MAQUETA
Maqueta de Guiledje. O trabalho, da autoria de um ex-combatente, esteve exposto à entrada do Simpósio dedicado àquele aquartelamento português
EXUMAÇÃO DOS CORPOS
A Liga dos Combatentes de Portugal vai proceder à exumação, ainda este mês, dos corpos de dez militares portugueses sepultados em 1973 em Guidaje.
PREPARATIVOS DO ASSALTO
Foto de ‘Nino’ Vieira antes do assalto ao quartel de Guiledje, a 18 de Maio de 1973, na grande ofensiva do PAIGC. O aquartelamento caiu passados cinco dias.
370 ATAQUES EM NOVE MESES
No aquartelamento de Gandembel as tropas portuguesas sofreram 370 ataques em apenas nove meses. Foi abandonado em Janeiro de 1969.
OS HOMENS DA GUERRA
‘Nino’ Vieira era há 35 anos o chefe das forças guerrilheiras no Sul e comandou o ataque a Guiledje. Coutinho e Lima era o oficial que chefiava o quartel.
PAIGC NASCE EM SETEMBRO DE 1959
Criada a sede do PAIGC, nascido na Guiné-Bissau a 19 de Setembro de 1959 por Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral e Júlio de Almeida, entre outros.
148 MIL HOMENS NO FINAL DE 1973
A 31 de Dezembro de 1973, os efectivos militares nas três frentes de guerra totalizavam 148 mil homens. Angola 65 000, Moçambique 51 000 e Guiné 32000.
HOMENAGEM AOS COMBATENTES
Para homenagear os que combateram foi erguido no Forte do Bom Sucesso (Lisboa), em 1994, o Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar.
1240 MORRERAM EM COMBATE
A grande maioria dos militares que morreu caiu em combate: Moçambique (1481), Angola (1306) e Guiné (1240). De notar, contudo, as enormes diferenças nas dimensões territoriais. Angola tem 1 246 700 km2, Moçambique 799 380 km2 e Guiné 36 125 km2.
8290
é o número de mortes ocorridas durante os 13 anos de Guerra Colonial nas três frentes de combate: Angola 3250; Moçambique 2962 e Guiné 2070.
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» Comentários no CM on line
Quinta-feira, 13 Março
- Margarida
Os militares americanos vão para o Iraque k nem é terra deles e nem abrem o bico. Os portugueses, cobardolas, choram, berram, são traumatizados pk foram defender o k era, na altura, território portugues!O Vasco da Gama deve andar às voltas no túmulo, com tanta cobardia, 500 anos volvidos...
- Margarida
Que irritação me dá isto..agora eles é k são os bons? e estavam mt bem armados e nós é k tinhamos as catanas, eles não! tinham aviões, bombas atómicas até! LOL, alguém já se lembrou de perguntar quem começou esta guerra? Foram eles!A tropa portuguesa só foi defender provincias portuguesas, como teriam k ir agora defender o Minho ou o Algarve!é assim tão dificil de entender?
Quarta-feira, 12 Março
- Carlos Tuga
8290 MORTES!!!PRA QUE???A pobreza em Africa e imensa depois do 25 de Abril.E a maioria foram viver pra Portugal.Tanto sacrificio das Forcas Armadas pra que???E muitos ainda dizem "Volta Salazar!".Tenham vergonha!!!
- Pacheco
Gostaria de saber quantos Generais foram corruptos nessa guerra até o condutor da cerveja sendo português dava informações é pena que nunca foram julgados esses senhores que jogavam com pau de dois bicos e hoje têm uma reforma fabulosa e nós os escravos nem na história ficamos.
- AUGUSTO NEVES
28 meses estive em Moçambique,o sofrimento era parte integrante do dia-a-dia de todos nós inocentes que fomos postos num barco com destino ao desconhecido. Hoje convive-se com o outro lado sem que politicamente tivessem resolvido os problemas dos ex-combatentes. Haja Vergonha. A. Neves
Terça-feira, 11 Março
- Carla Guerreiro
Nasci em 1971, em plena guerra colonial, três anos depois do regresso do meu pai, que combateu em Moçambique. No entanto, quando já tinha idade para compreender certas coisas, o meu pai falou-me dos horrores da guerra, apesar do seu amor por Moçambique (um dos seus sonhos é visitar de novo o país).É preciso falar desta época aos jovens, para que eles conheçam esta época da nossa história.
Segunda-feira, 10 Março
- José António G. Justiça
Eu estive nessa altura na Guiné, foi render uma companhia em Gadamael Porto, ao sul de Guiledje em 1973, penso que era o que restava da companhia vinda de Guiledje, não era própriamente essa companhia porque foram os Paraquedistas que conseguiram segurar Gadamael, porque senão ia a zona toda para lá do rio. Eu foi para a Guiné em 1972.Gadamael nessa altura era um inferno.S.Martinho do Porto
- jorge serralheiro
Nasci ja depois do 25 de Abril e o que conheco da guerra colonial foi lido e uma ou outra historia ouvida. De um lado ha historias que dizem que portugal estava proximo de controlar o PAIGC (incluindo teses de mestrado ou coisa assim). E no outro esta a historia que o PAIGC fez cair o quartel de Guiledje. A verdade e' que a Guine' não passa de uma miseria. Qual liberdade...
Domingo, 9 Março
- asdrubal
Tudo isto já só resulta da "lavagem ao cérebro". Muitos todavia, graças a Deus, não enjeitam a honra do Combatente.
Sabado, 8 Março
- Victorino - Suecia
Simposios deste genero deviam ser feitos em Portugal,com todas as ex-colonias, era um reencontro com o passado, e enterrar definitivamente o machado de guerra, e Porgtugal construir o seu futuro (sem complexos),baseado na historia e passado. Hoje tenta-se esconder um periodo da Historia e tempo, que faz parte de Portugal, deixem de ser COMPLEXADOS...
- João Simões
Acho estas "cerimónias" extremamente ofensivas para os jovens, de ambos os lados, que lá deixaram a vida , bem como para as famílias deles. É ridículo. Ainda bem que há paz, mas haja também respeito pela memória dos que lá faleceram por culpa sempre dos mesmos, tanto então como agora, os verdadeiros culpados de sempre em todas as guerras: os mentirosos, arrogantes e criminosos dos políticos.
- Atento
É...muito bonito isso, sem duvida!..mas para mim não acho hoje nem achei naquele tempo ter perdido alguns dos meus amigos e camaradas e ter perdido 4 anos da minha juventude,e pergunto para quê?Para salvar a pele dos que hoje se encontram no poder, nos lugares chave deste País?..dos que não sabem olhar em outra direcção, senão só África,foi para isso que eu perdi os meus amigos?..Portalegre.
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in Correio da Manhã - Domingo 2008.03.09
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