sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Nuno Ramos de Almeida - Mortos na Guerra Colonial

* Nuno Ramos de Almeida
 
 
Mais de 100 mil civis morreram na Guerra Colonial, faleceram também 10 mil militares portugueses e mais de 20 mil ficaram inválidos. Cerca de 90% da população jovem masculina de Portugal foi mobilizada. Este é parte de um fardo sangrento de uma guerra que durou 13 anos e só acabou depois da Revolução de Abril de 1974.

As páginas do Diário de Notícias de 19 de janeiro de 1974 tinham inúmeras notícias em que a guerra estava presente. Atribuía-se massacres à FRELIMO em aldeias da região moçambicana de Tete, poucas semanas depois de a tropa portuguesa ter morto 385 homens, mulheres e crianças em Wiriyamu, na mesma zona. Na altura, as autoridades portuguesas também tinham responsabilizado a FRELIMO da matança. 

Mas talvez a notícia, embora discreta, mais impressionante seja aquela que na página dois tinha como título: “Mortos ao serviço da pátria”. Aí se dizia e passo a citar: “O Serviço de Informação Pública das Forças Armadas comunica que morreram em combate, no Estado de Moçambique, os seguintes militares: furriel miliciano n.º 71809/71, António José Carvalho da Silva, natural de Azeitão, Setúbal, filho de Jaime Silva e de Isabel Maria Carvalho da Silva; 1.º cabo n.º 160986/71, José dos Santos    Neves, natural de Santar, Nelas, filho de Joaquim Lourenço Neves e de Dulce Soares dos Santos; soldado n.º 070140/71, Manuel Gonçalves Ribeiro, natural de Águas Santas, Maia, filho de Manuel Alves Ribeiro e de Silvina Francisco Gonçalves Barbosa, casado com Fernanda Barbosa Silva Ribeiro, na província da Guiné; o furriel miliciano n.º 1358944/71, Luís Filipe Pinto Soares, natural da freguesia dos Anjos, Lisboa, filho de Henrique Ilídio Soares e de Deolinda Navais Pinto Soares; 1.º cabo n.º 133171/73, José Tavares das Neves  Caetano, natural do Monte da Caparica, Almada, filho de José Joaquim das Neves Caetano e de Ofélia dos Santos Tavares; 1.º cabo n.º 047530/71, Fernando Júlio Silveira Moreira, natural de Cedofeita, Porto, filho de Alberto Duarte Moreira, já falecido, e de Maria da Conceição Silveira; o soldado n.º 093012/72, Mário Ferreira da Costa, natural de Cantanhede, filho de Joaquim da Costa e Maria da Conceição Ferreira, casado com Maria Isabel Silva Loureiro.”

19 janeiro 2024
https://www.dn.pt/6350181802/mortos-na-guerra-colonial/

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