domingo, 1 de novembro de 2009

«No início» e Delacroix em «Modus Vivendi»

31 de outubro de 2009

Delacroix

delacroix29.jpg
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da suavidade
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No início

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O verbo nunca esteve no início
dos grandes acontecimentos.
No início estamos nós, sujeitos
sem predicados,
tímidos,
embaraçados,
às voltas com mil pequenos problemas
de delicadezas,
de tentativas e recuos,
neste jogo que se improvisa à sombra
do bem e do mal.
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No início estão as reticências,
este-querer-não-querendo,
os meios-tons,
a meia-luz,
os interditos
e as grandes hesitações
que se iluminam
e se apagam de repente.
.
No início não há memória nem sentença,
apenas um jeito do coração
enunciar que uma flor vai-se abrindo
como um dia de festa, ou de verão.
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No início ou no fim (tudo é finício)
a gente se lembra de que está mesmo com Deus
à espera de um grande acontecimento,
mas nunca se dá conta de que é preciso
ir roendo,
roendo,
roendo
um osso duro de roer.
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Gilberto Mendonça Teles
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30 de outubro de 2009

Delacroix

eugene-delacroix.jpg
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cores românticas
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Por Ana Roque às 19:39 de 30 de outubro de 2009
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