sexta-feira, 9 de maio de 2008

25 de Abril - «olhares» - «entrevistas» - «verdades» (10)

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Um exemplo da Honra, Valor, Lealdade, Ética e Superior «Camaradagem» MILITARES

Haja Deus, Pátria e Família

Tudo Pela Nação, Nada Contra a Nação

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Um opositor ao regime de Salazar

A CAMINHO DE MAIS UMA VERGONHA POLÍTICO-MILITAR

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de: João José Brandão Ferreira

TCor Pilav (Ref)

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São conhecidas as sequelas que as rupturas sociais e políticas, acarretam e deixam por anos a fio, na memória, na carne e no espírito dos povos e dos países que as sofrem.

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É conhecido ainda – pois isso tem a ver com a natureza humana -, os oportunismos e contorcionismos de carácter que têm lugar numa maioria muito significativa de cidadãos, que a toda a pressa se tentam adaptar e “sobreviver” no novo “status quo” criado, cujos responsáveis, a primeira coisa que fazem é tentar legitimar-se.

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Entre nós, a sabedoria popular crismou há muito, estes pecos de carácter como os “adesivos”.

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É por tudo isto (e não só) que a História passa a ser escrita ou reescrita, pelos vencedores, e se torna quase impossível passar a olhar para a realidade dos factos com equilíbrio e verdade.

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É o caso de Portugal, mais de uma trintena de anos, após o processo alquimista que fez nascer cravos em canos de espingardas.

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Ultimamente apareceu mais um caso patético de um pobre de espírito mais do que de corpo, ex oficial do quadro permanente, que agora quer ser reintegrado na Força Aérea.

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A comunicação social dá cobertura a estes casos que nos deviam envergonhar a todos. O último foi o Correio da Manhã na sua edição de 21 de Abril de 2008.

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Este filho de uma Pátria que já por várias vezes perdeu o Norte, cursou a Academia Militar e era capitão piloto aviador, quando decidiu desertar, em 1972, fugindo para a Venezuela.

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Depois de uma vida desgraçada entre drogas e chagas sociais várias, regressa a Portugal e requer a reintegração na FA, alegando ser opositor ao regime deposto e por “não querer recrutar mais pessoas para a ditadura”. Alega ainda ter labutado numa organização obscura, o MDLPC, de que ninguém ouviu falar -, sita na longínqua terra de Simão Bolívar, e que patrioticamente se dedicava a combater a odiosa cáfila de fascistas que espezinhava os portugueses.

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Mais prosaicamente as coisas passaram-se assim: o dito cujo, terminado o tirocínio na Base Aérea nº 1, em Sintra, em 1966, foi escolhido para ficar na esquadra 102, como instrutor de voo em T-37, situação de privilégio, dado excluir uma mobilização nos próximos anos, para uma frente de combate africana.

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O nosso homem era o que se toma por “bom vivant”, deslocando-se num MG – coisa rara na altura -, e frequentador conhecido de discotecas e lugares de diversão nocturna entre Lisboa e Cascais. Existem fortes suspeitas de ser já consumidor de estupefacientes e não poucas vezes teve que ser resguardado para não ser castigado por não se encontrar em condições físicas para executar as suas exigentes funções.

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Aproximando-se a data previsível para ir finalmente frequentar um curso operacional que o habilitasse a cumprir uma comissão de serviço em teatro de guerra, obrigação que ele voluntariamente tomara quando se alistou e jurara cumprir, tremeu de coragem e abalou que se fazia tarde.

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Não é de excluir também, que problemas com as más companhias de que se rodeou, tivessem influenciado a sua decisão. Mas talvez ele as possa dilucidar melhor.

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E ei-lo de volta qual Fénix renascida, sendo também de estranhar a data tardia em que o fez, dado que as suas supostas convicções revolucionárias e oposicionistas o deviam ter impulsionado a regressar à sua terra logo após a data “libertadora”.

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Os órgãos do Estado têm, até à data, resistido a cometerem mais uma indignidade, mas não estamos seguros que o não façam.

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Recentemente – vá-se lá saber porquê – o sr. Cor Vasco Lourenço, presidente aparentemente vitalício da Associação 25 de Abril , convenceu o actual Chefe de Estado Maior da FA, a permitir a este indivíduo, que deveria ter sido preso e julgado em Tribunal Militar, mal pôs o pé no país, a ser observado no Hospital da FA, dado o seu debilitado estado de saúde. E não querem saber que foi mesmo ?! (dia 29/4). Então os militares actuais – com os seus deveres e direitos em dia, note-se -, estão meses à espera de uma consulta e vêm o sistema de saúde à família militar a ser destruído, estando até um coronel na reforma a ser objecto de um processo disciplinar por, justamente, ter escrito um artigo a denunciar a vergonha existente, e agora vem um figurão destes, pela mão de outro, que supostamente representa uma Associação que fez uma “revolução” para devolver a liberdade, a justiça e todas essas coisas bonitas que enchem o ouvido a quem ainda tem paciência para isso, e entra directamente para exames médicos, sem ir para a bicha e marcar consulta? Será isto um corolário da Democracia que o Sr. Cor Vasco Lourenço se gaba de ter ajudado a implantar?

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Vamos, por absurdo, admitir que as alegações que o meu ex-camarada de armas, que por pudor, omito o nome, era de facto um opositor ao regime de Salazar e que “não queria sic “recrutar jovens para a ditadura”, como alega na tal entrevista, e por esse facto “alguém” o incorpora novamente na FA. Fica desde já assumido, que requererei ser julgado e demitido de militar do quadro permanente. É que as duas situações não são passíveis de conviverem.

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Permito-me um conselho: não apareça mais na fotografia mostrando insígnias militares que o senhor não soube honrar. Deixe-se de greves de fome e vá trabalhar.

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E se já não tiver forças para isso (pelos vistos nunca teve muita), não aborreça mais a FA e vá bater à porta da Santa Casa da Misericórdia. Já chega de bandalheira! João José Brandão Ferreira

TCor Pilav (Ref)

(e com vergonha na cara)

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in PortugalClub (realces da eventual responsabilidade do PortugalClub)

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Subtítulo a vermelho da responsabilidade do editor de D'Ali e D'Aqui

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João Miguel Rodrigues


Regressado da Venezuela em 1995,  o militar vive só no Barreiro
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Correio da Manhã

21 Abril 2008 - 00h30

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Polémica: Ribeiro Gomes em greve de fome desde Julho

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* Isadora Ataíde
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Nove meses em luta

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O ex-militar Artur Ribeiro Gomes luta há 34 anos para ser reintegrado na Força Aérea Portuguesa (FAP) e ver reconhecidos "méritos excepcionais na defesa da democracia". Completou 64 anos este mês, está realizado com um percurso "de luta pela liberdade", mas quer recuperar o que diz ser a "verdade".
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Nos anos 70 militou no Movimento Democrático de Libertação de Portugal e Colónias (MDLPC) na Venezuela. Mistura-se ao orgulho pelo passado um sentimento de "injustiça" por não ter sido reintegrado na FAP após o final doEstadoNovo, o que para si significaria o reconhecimento público de que se exilou devido à "crença na democratização do Estado e na liberdade do indivíduo". Há décadas que o ex-piloto recorre às mais diversas estratégias – judiciais, políticas e até mesmo a uma greve de fome, iniciada em Julho de 2007 – para ser reintegrado.

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Em 1972, Ribeiro Gomes exilou--se em Caracas. A FAP, que em documento oficial de 1971 destacava as suas "excelentes qualidades como oficial e como instrutor dos [aviões] T-37", considerando-o "muito inteligente, afável no trato e com óptimas qualidades de carácter", vê-o desde então como um desertor.

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Na Venezuela editou o jornal ‘El Universal’ e organizou contactos entre a comunidade portuguesa na América Latina, em especial os exilados políticos.

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Na memória de Ribeiro Gomes está a "conquista" do direito da emissão de passaporte português para todos os exilados políticos dispersos pelo Mundo, em 1975. Na altura havia limites à entrada no País de exilados, e os esforços do MDLPC, do qual era dirigente, modificaram a atitude das embaixadas. "O movimento foi importante e contribuiu não só para o 25 de Abril como para o posterior processo de democratização", diz.

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O ex-piloto casou em Caracas, teve duas filhas e doutorou-se em Filosofia. Em 1981 iniciou o "tortuoso" caminho de regresso a Portugal. "Estava prevista a minha prisão quando aterrasse. Eu e o meu pai passámos anos a solicitar um salvo--conduto, que sempre foi negado." Em 1995 resolveu voltar, independentemente das consequências. Não foi detido, mas ainda é desertor. Não foi reincorporado na FAP e não beneficiou da lei que concede pensões por "méritos excepcionais na defesa da democracia".

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Vive só, no Barreiro, num apartamento de dois quartos, cheios de memórias, fotografias, livros e a condecoração de piloto honorário da Força Aérea Brasileira. "Desertei porque não queria recrutar jovens para a ditadura e escrever discursos para o Estado", explica Ribeiro Gomes. Magro e abatido, alimenta-se desde Julho só de pão e água, mas permanece confiante: "Não há poder mais forte do que as próprias convicções."

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PROBLEMA AINDA LONGE DE TER SOLUÇÃO

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Apesar de o chefe do Estado--Maior da Força Aérea, Francisco Afonso, ter declarado ao CM o "interesse na resolução do caso", não há qualquer alteração na situação do ex--militar. Em Setembro, o Ministério das Finanças chumbou a pensão por "méritos excepcionais na defesa da liberdade e democracia" a Ribeiro Gomes. A Presidência da República, com quem o ex-militar mantém correspondência há oito anos, diz que não lhe compete a solução deste caso. O Ministério da Defesa também diz que fez o que era "possível". O grupo parlamentar do PCP questionou o presidente da Assembleia da República sobre o andamento da reintegração de Ribeiro Gomes e qual a posição do Governo, mas ainda não obteve resposta. "A situação do capitão depende de vontade política para ser resolvida. Por isso até hoje nada aconteceu", comenta o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço. O militar não sabe precisar o número, mas diz que foram menos de dez os militares exilados políticos do Estado Novo reintegrados após o 25 de Abril. "O Ribeiro Gomes desertou por razões políticas, porque se opunha ao regime ditatorial e à guerra colonial", diz Vasco Lourenço.

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in Correio da Manhã 2008.04.21
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Victor Nogueira
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Inocentes ou indecentes perguntas: desconhece o senhor coronel na reforma militares que participaram no MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal) e no ELP (Exército para a Libertação de Portugal) ? E já ouviu falar do senhor Major Valentim Loureiro? Será que «convive» pacíficamente com eles, sem pruridos de consciência? Para «historriador» com obra publicada, o senhor Coronel na Reforma está deficientemente informado. De 1961 a 1974, onde esteve o senhor agora Coronel na Reforma? Uma breve pesquisa na Internet sobre o MDLPC permitir-lhe-ia encontrar referências. Por exemplo:
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Centro de Documentação 25 de Abril | Universidade de Coimbra


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GALERIA DAS ARTES -- Henrique Galvão -- NOMES COM HISTÓRIA


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