quinta-feira, 29 de maio de 2008

Defesa racional de um vegetarianismo moderado

30 Março 2008

Defesa racional de um vegetarianismo moderado

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Tenho visto cada vez mais notícias de um aumento global do preço dos alimentos, como exemplo recente: High Rice Cost Creating Fear do NYT, ou em sua tradução para os com UOL Preço em ascensão do arroz provoca temor de distúrbios na Ásia.
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No caso do arroz o consumo já é maior que a produção há alguns anos, o que reduziu as reservas de segurança do grão. Os preços começaram a subir, países reduziram a quantidade exportada do produto para garantir o abastecimento interno, o que faz os preços subirem mais, prejudicando os importadores que precisarão de uma maior porcentagem do PIB para comida se conseguirem encontrar quem venda. Saem prejudicados os países mais pobres, já sendo reportados conflitos por comida em alguns da África.
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Este movimento não é exclusividade do arroz, ocorrendo para outros tipos de grãos. São apontadas algumas causas, além de fatores climáticos e pragas habituais, temos a produção de bio-combustíveis e o aumento do consumo provocado pela ascensão social na China, Índia entre outros. A questão dos bio-combustíveis já tinha sido apontada pelo Fidel Castro algum tempo atrás, ao destinar terras ou grãos para a produção de álcool temos menos grãos para alimentação. Este fator só pode ser contornado pela descoberta de novas fontes energéticas, que não podemos contar como certo, ou na redução do consumo, mas não quero focar a discussão nisto por ser um tópico corriqueiro.
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A ascensão social na China, Índia e outros países em desenvolvimento, permitiu um grande incremento no consumo. Certo, mas estas pessoas não comiam antes? Sim, mas agora comem mais carne. A quantidade de alimento dado para uma vaca, é capaz de alimentar mais pessoas do que a própria vaca. Isto ocorre pois a vaca cresceu, andou, cagou e gastou energia para fazer tudo isto, sendo comida fornecerá apenas 10% da energia que seria fornecida por tudo que ela comeu em vida. Ou seja, podemos alimentar 10 pessoas ou apenas 1 com a mesma área de plantio. Talvez com técnicas de confinamento do rebanho esta porcentagem melhore, mas sempre haverá uma perda considerável.
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Em termos de biologia, ao comer mato ao invés de carne, descemos um nível trófico na cadeia alimentar. Quanto mais baixo o nível trófico maior a quantidade de energia. Se quisermos alimentar todo mundo do planeta com carne vai ser bom arrumar alguns planetas a mais, ou podemos já derrubar a floresta amazônica para plantar ração bovina. A alternativa racional seria não comer carne, ou praticar um vegetarianismo moderado, apenas reduzindo a quantidade de carne consumida.
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Infelizmente os vegetarianos que existem tentam nos convencer com argumentos do tipo "coitadinha da vaquinha", eu prefiro este: coitadinha da criança que morre de fome. Para aumentar o apelo, tomo emprestado uma imagem do blog Cambalache.

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