quinta-feira, 8 de maio de 2008

Salazar e a defesa de Portugal do Minho a Timor


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25 de Abril - «olhares»- «entrevistas» - «verdades» (8)
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Mensagem de Salazar ao Governador de Goa (Dezembro de 1961):

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"Não prevejo possibilidades de tréguas nem prisioneiros, como não haverá navios rendidos, pois sinto que apenas pode haver soldados ou marinheiros vitoriosos ou mortos. O ataque que está a ser desferido contra Goa deve pretender pela sua extrema violência reduzir ao mínimo a duração da luta. Convém politicamente que esta se mantenha ao menos oito dias, período necessário para Governo mobilizar em último recurso as instâncias internacionais.

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Salazar exigia que os militares de Goa lutassem 8 dias antes de morrerem. porque convinha politicamente!

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Parlamento da União Indiana declara anexados os enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli (11 de Agosto). Nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros anuncia que o parlamento de Nova Delhi aprovou a integração dos territórios no território da União Indiana (16 de Agosto). Conferência de imprensa de Franco Nogueira sobre a matéria (6 de Dezembro). Tomás recebe em audiência Salazar (10 de Dezembro). Voltam a reunir-se em 14 de Dezembro.
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União Indiana invade Goa (8 horas de Lisboa, 0 horas, locais de 18 de Dezembro de 1961). Na defesa de Diu, morre em combate o tenente Oliveira e Carmo, que não era salazarista, comandante de uma lancha que, antes do infausto, em reunião com os subordinados, proclama: fazemos parte da defesa de Diu e da Pátria e vamos combater até ao último homem e até à última bala.

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pravdailheu.blogs.sapo.pt

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NOTA de Victor Nogueira -

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Adolescente em Angola na altura, crente então na exidestência dum Portugal uno do Minho a Timor [1], desconhecia as sucessivas tentativas de Nerhu para a resolução pacífica da integração e que a maioria da população do «Estado Português na Índia» não falava português. Mas causava-me então estranheza que durante as semanas seguintes os jornais de Luanda que havia «heróicas bolsas de resistência» das Forças Armadas Portuguesas. Pois então interrogava-me como tal poderia ser possível, se bastava que cada soldado indiano cuspisse na fronteira para que o Exército Português morresse afogado.

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Se o General Vassalo e Silva tivesse obedecido a Salazar em nome «da ética e honra militares», quase seguramente que democratas como o senhor General Lemos Ferreira não estariam a conceder décadas depois entrevistas «históricas» em nome da defesa da «pureza» do 25 de Abril e contra os «desmandos» e« totalitarismos» a que o 25 de Novembro pôs termo, pois, desobecendo à cadeia de comando, mesmo sózinho, teria enfrentado as tropas «estrangeiras» invasoras e morrido heróicamente em combate.

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Sabe-se o que sucedeu ao «traidor» General Vassalo e Silva por desobedecer a Salazar, tal como ao consul de Bordéus Aristides Sousa Mendes, ambos reabilitados apenas depois do 25 de Abril. «Haja Deus, Pátria e Família!»

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[1] - pejado de heróis e navegadores, mas então para mim surpreendentemente reduzido a duas ou três linhas e a Vasco da Gama ou Fernão de Magalhães nos livros juvenis enciclopédicos em inglês ou francês que o meu tio José João me oferecia.

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