quarta-feira, 28 de maio de 2008

25 de Abril - «olhares» - «entrevistas» - «verdades» (28)

Arábia Saudita

Arábia Saudita

NOTA Prévia de Victor Nogueira - De vez em quando circulam aqui na internet apelando ao boicote na «poderosa» GALP e incentivando ao consumo alternativo em «pobres» empresas concorrentes, que lá fora são ... gigantescos colossos. Uma pergunta inocente: quem controla os poços petrolíferos? Onde se formam os preços: a montante ou a jusante?
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Em vez destes ingénuos «apelos» - alguém pensou quem poderá de facto estar na sua «escondida» origem? Como nos romances policiais: perante um crime, procure-se o beneficiário e é meio caminho andado para descobrir o criminoso.
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Porque não apelar ao uso de transportes que utilizem energias não poluentes? Indo mais fundo: porque não apelar e lutar pela criação duma eficiente rede de «nacionalizados» transportes públicos em detrimento do transporte individual?
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Na sequência de 11 de Março de 1975 em Portugal foram nacionalizadas as empresas de transportes, criando-se a «poderosa» Rodoviária Nacional. Depois foi a saga das privatizações apoiadas e executadas pelos políticos do PS/PSD/CDS. A qualidade e a eficiência dos transportes aumentaram? Ou que é agora dominante no sector privado deste ramo?
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continua no final deste post ...
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Privatização da Galp

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* Mário Crespo ...

... escreve no JN, semanalmente, às segundas-feiras

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Se o mercado não consegue disciplinar os preços, os lucros nem o selvático prendar dos recursos empresariais com os vencimentos multimilionários dos executivos, então por que não nacionalizar os petróleos e tentar outros modelos? Quem proferiu este revolucionário comentário foi Maxine Waters, Democrata da Califórnia, durante o inquérito conduzido pelo Congresso, em Washington, às cinco maiores petrolíferas americanas. Face à escalada socialmente suicidária dos preços dos combustíveis, o órgão legislativo americano convocou os presidentes para saber que lucros tinham tido e que rendimentos é que pessoalmente cada um deles auferia. Os números revelados deixaram os senadores da Comissão de Energia e Comércio boquiabertos. Desde os 40 mil milhões de dólares de lucro da Exxon no ano passado, ao milhão de euros mensais do ordenado base do chefe Executivo da Conoco-Phillips, às cifras igualmente astronómicas da Chevron, da Shell e da BP América. Esta constatação do falhanço calamitoso do mecanismo comercial, quando encarada no caso português, ainda é mais gritante. Digam o que disserem, o que se está a passar aqui nada tem a ver com as leis de oferta e procura e tem tudo a ver com a ausência de mercado onde esses princípios pudessem funcionar.

Se na América há cinco grandes empresas que ainda forçam o mercado a ter preços diferentes, em Portugal há uma única que compra, refina, distribui e vende. É altura de fazer a pergunta de Maxine Waters, traduzindo-a para português corrente
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- Se o país nada ganhou com a privatização da Galp e se estamos a ser destruídos como nação pela desalmada política de preços que a única refinadora nacional pratica, porquê insistir neste modelo? Enunciemos a mesma pergunta noutros termos
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- Quem é que tem vindo sistematicamente a ganhar nestes nove anos de privatização da Galp, que alienaram um bem que já foi exclusivamente público? Os espanhóis da Iberdrola, os italianos da ENI e os parceiros da Amorim Energia certamente que sim. O consumidor português garantidamente que não. Perdeu ontem, perde hoje e vai perder mais amanhã. Mas levemos a questão mais longe houve algum ganho de eficiência ou produtividade real que se reflectisse no bem-estar nacional com esta alienação da petrolífera? A resposta é angustiantemente negativa. A dívida pública ainda lá está, maior do que nunca, e o preço dos combustíveis em Portugal é, de facto, o pior da Europa. Nesta fase já não interessa questionar se o que estamos a pagar em excesso na bomba se deve ao que os executivos da Galp ganham, ou se compram mal o petróleo que refinam ou se estão a distribuir dividendos a prestamistas que exigem aos executivos o seu constante "quinhão de carne" à custa do que já falta em casa de muitos portugueses. Nesta fase, é um desígnio nacional exigir ao Governo que as centenas de milhões de lucros declarados pela Galp Energia entrem na formação de preços ao consumidor. Se o modelo falhou, por que não nacionalizar como sugeriu a congressista Waters? Aqui nacionalizar não seria uma atitude ideológica.
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Seria, antes, um recurso de sobrevivência, porque é um absurdo viver nesta ilusão de que temos um mercado aberto com um único fornecedor. Se o Governo de Sócrates insiste agora num purismo incongruente para o Serviço Nacional Saúde, correndo com os existentes players privados e bloqueando a entrada de novos agentes, por que é que mantém este anacronismo bizarro na distribuição de um bem que é tão essencial como o pão ou a água? Como alguém já disse, o melhor negócio do Mundo é uma petrolífera bem gerida, o segundo melhor é uma petrolífera mal gerida. Na verdade, o negócio dos petróleos em Portugal, pelas cotações, continua a ser bom. Só que o país está exangue. Há fome em Portugal e vai haver mais. O negócio, esse, vai de vento em popa para o Conselho de Administração da Galp, para os accionistas, para Hugo Chávez e José Eduardo dos Santos. Mas para mais ninguém. A maioria de nós vive demasiado longe da fronteira espanhola para se poder ir lá abastecer.

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in Jornal de Notícias -Segunda-feira, 26 de Maio de 2008

transcrito no PortugalClub

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Realces supra da responsabilidade de Victor Nogueira

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Destakes - Notícias referentes ao termo 'petrolíferas'

As empresas do sector vão desembolsar mais de mil milhões na Bolívia este ano. A espanhola Repsol está presente no grupo das três petrolíferas estrangeiras ...

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NOTA de VN

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Bem, senhor Mário Crespo, sejamos «isentos». Quem privatizou a GALP e outras empresas estratégicas ao serviço da economia Portuguesa, nacionalizadas na sequêncoa do 11 de Março de 1975? ? «Escandalosos» os lucros da GALP? Sim, mas a GALP é um anão face aos Cinco Grandes dos EUA: «democratas» não monopolistas.

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Vamos falar de ... Exxon, Chevron, Atlantic, Mobil e a Amoco ou da Mãe delas, a Standard Oil Company? Todas controladas pela benemérita multimilionária família ... Rockfeller! Ou noutra «visão» mais alargada: ExxonMobil, Chevron, Shell, e BP! Ou o Senhor Crespo, jornalista, nunca ouviu falar no «histórico» cartel conhecido como Sete Irmãs? E na «pobre» Repsol YPF, S.A.?

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E ... nunca ouviu falar nos «carteis» oligopolistas que entre si concertam os preços? Mas sejamos «neutros» sem ser gato escondido com rabo de fora: que tal falar na família Bush e esse personagem Bin-Laden, ou em Dick Cheney ou nos Fahd da ArábinaSaudita, na benemérita Fundação do senhor milionário 5 % (C alouste Gulbenkian) ou numa das «gémeas» como a da multimilionária Família Rockefeller?

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Enfim ...

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Vão lá ler Keynes e ou estudar o New Deal. Nacionalizações feitas por Arbenz ou Chavez ou na sequência do 11 de Março em Portugal, entre muitos outros, são atentados à Liberdade, procedimentos totalitários.

Subsídios à produção, serviços públicos na saúde, na velhice, na educação,, no desenprego, ou para baixar os preços de bens essenciais, ai Jesus, lá vem a União Europeia impôr pesadas multas em defesa do livre comércio e concorrência ou os liberais recorrerem indignados para as altas instâncias burocráticas de Bruxelas.

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Nacionalizações ou monopólios em regimes como os de Getúlio Vargas, Oliveira Salazar, nos EUA, na União Europeia são vistos sem indignação ou como mesmo panaceia para salvar o Grande Capital do naufrágio. Agora, até as nacionalizações são reclamadas aos berros suarentos e aceites como naturais as injecções macissas de dinheiro na banca privada, com lucros astronómicos face aos «milionários» e/ou malandros que recebem até ... cinco mil euros por mês ou de reforma.

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E se Crespos, Emídios, Suzas, Marcellus, Hermanus e outros abalizados, independentes e neutros opinion makers com lugar cativo e remunerado nos órgão de comunicação social de «referência» e / ou «tablóide» fossem dar banho ao cão?

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E não tenham ilusões - abastecer nos hipermercados vai servir para que estes fidelizem clientes, continuem a engordar com lucros fabulosos e cartelizados,. Vão lá ver como vai aumentar a bolsa de Belmiros e companhia. Eles até podem ter prejuízo com jornais de referência como o Público ou com o preço da gasolina, mas vão buscá-lo aos molhos nas comptas inúeis que vos obrigam a fazer.

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Jornais de referência? Liberdade de Imprensa? Ausência de censura?

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Visitem

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Galeria ou revista da imprensa

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