sábado, 3 de abril de 2010

Frase da Miss Precious - Kruella



Justine e Juliette eram duas irmãs. O que uma tinha de boa a outra tinha de má! ‘Tine tinha um ar angelical, mostrava-se insegura, indecisa mas era tida na aldeia como uma pessoa que tinha um bom coração. ‘Ette tinha um ar arrogante, imponente e orgulhoso e tinha a ideia de que todos falavam dela nas costas sendo por isso desconfiada.
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As irmãs andavam quase sempre juntas. A ‘Tine dava-lhe jeito não ter que tomar decisões que a deixassem mal vista e a ‘Ette gostava de passar por generosa à sombra da sua irmã! Todos os domingos, pontualmente, a presença delas era notada na missa pela manhã. De braço dado, roupas escuras e o livrinho de cânticos na mão faziam o caminho entre a sua casa e a igreja, com semblante impávido e sereno!
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Como em todas as aldeias a população exultava-se ou indignava-se quando havia a mais pequena variação dos costumes. Se alguém comprava um novo sofá toda a gente sabia e a pouco e pouco de felicitações as conversas passavam para as mais elaboradas criticas.
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O padre tentava mudar um pouco os hábitos dos aldeões e incutir-lhes um pouco de bom senso.
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- A inveja é um dos pecados mortais. E pobre de espírito é aquele que procura o consentimento dos outros para poder realizar, por exemplo, a mais pequena compra! – dizia o homem no final de cada missa. - Ide...ide agora às vossas vidinhas mas lembrai-vos que pobre de espírito é aquele que procura o consentimento dos outros, para os seus prazeres!- acrescentou mais uma vez tentando faze-los compreender que cada pessoa tinha direito a fazer as suas opções, sem consultar a paróquia inteira.
Depois da missa o padre ouvia os pecados de cada pessoa numa minúscula caixa de madeira que tinha uma abertura em madeira trabalhada entre as duas partes (a divina e a pecadora). De um lado da caixa existia um banco onde o gentil senhor se sentava, do outro existia apenas um ligeiro apoio para os braços e um tapete já gasto onde, os pecadores descansavam os joelhos em jeito de primeira penitência!
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Curiosamente a clientela do lado dos pecadores era na sua maioria mulheres entre as quais se confessavam, à vez, as duas irmãs. ‘Tine ajoelhava-se humildemente e proferia a sua ladainha, dizia-se à boca pequena que era a sua irmã que a obrigava a inventar prevaricações para não ser a única das irmãs a ajoelhar-se perante o padre. ‘Ette quando entrava na pequena caixa fazia-o de cabeça erguida sem mostrar grandes sinais de constragimento.
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Um dia o padre chamou as duas ao seu gabinete. Estava chocado com algumas das confissões que ‘Tine lhe havia feito nos últimos tempos e se por acaso era a irmã que a obrigava a dizer tais coisas...essa pressão tinha que parar! ’Ette olhou para a irmã sem mostrar qualquer tipo de preocupação a não ser um leve serrar de olhos.
-O que é que a minha irmã anda a confessar…exactamente? – perguntou ela
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O padre mexeu-se desconfortavelmente na cadeira onde se havia sentado e pigarreou de forma a falar claramente – Humm…não posso contar! Estaria a quebrar o segredo da confissão! ‘Tine olhava para o chão corada de vergonha.
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- Entendo! Não sei o que a minha irmã lhe disse mas eu não tenho com certeza nada a ver com isso!
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A história passou-se! Enquanto o tempo passava o padre ouvia as confissões de Tine, primeiro com embaraço depois com raiva e finalmente com resignação. O padre pensou que podia ter outro tipo de abordagem. Começou a dar penitências cada vez mais difíceis de suportar a ‘Tine dizendo-lhe – Minha filha, podes parar com este tipo de tortura. A mentira também é um pecado minha filha!
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Enquanto a princípio a mandava rezar aves-marias e padre-nossos, à medida que as narrativas de ‘Tine se intensificavam, começou a exigir penitências cada vez mais pesadas que passavam por noites de vigília, jejuns, rezas com os joelhos em cima de pequenas pedras, banhos em água gelada, banhos em água a escaldar.O padre começava a desesperar pela persistência da sua ovelha em continuar a narrar situações que ele jamais acreditava que provinham daquela mente tão simples.
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Chamou novamente ‘Ette, desta vez sozinha, à sua presença!
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- Menina Juliette…a sua irmã começa a passar das marcas…confessa coisas do arco-da-velha não sei onde poderá ela ir buscar situações tão rebuscadas e isto tem que acabar!
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- Mas eu não posso fazer nada, senhor padre! - respondeu ela com um ar altivo.
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- Mas não percebe o que lhe quer.dizer? Se é a menina que lhe diz o que ela deve confessar…deve parar imediatamente com isso!
- Hummm…entendo! Obrigada, senhor padre, pela sua preocupação! - respondeu ela arrogantemente.
Nessa noite em casa das irmãs foram ouvidos gritos. Ouvia-se a voz de ‘Ette erguer-se contra a irmã e ‘Tine respondia com um tom mais baixo. Depois de uns últimos gemidos gritados, a pouco e pouco a discussão foi acalmando!
No dia seguinte pela aldeia ouvia-se que a discussão entre as irmãs tinha sido arrasadora e alguém tinha visto Justine no jardim com um ar cansado e que assim que se tinha sentido observada se tinha recolhido em casa com um ar assustado. A discussão chegou aos ouvidos do padre que ficou preocupado e que sentia remorsos por ter sido ele o rastilho daquela situação.
Quando no domingo as irmãs se fizeram notar pela sua ausência o padre tomou a resolução de ir a casa delas para tentar chamá-las à razão. E assim fez!
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Chegou ao pequeno jardim que antecedia a porta de casa e chamou-as. Bateu palmas e voltou a chamar! Não obteve qualquer resposta e entrou por ali dentro! Bateu com os dedos na porta de casa e quando não obteve qualquer resposta levou a mão á maçaneta e abriu a porta.
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- Menina Justine? Menina Juliette?- Chamou. - A porta estava aberta! - Justificou. -Menina Justine? Menina Juliette?
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- Aqui, aqui!- ouviu uma voz aflita vinda de algures da casa.
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- Menina Justine?- perguntou abrindo a porta que dava, do interior da casa, para a cave.
- Aqui, aqui!
O padre apressou-se escada abaixo e viu uma figura de mulher, de costas e semi-nua presa por grilhetas a uma das paredes. As costas da mulher estavam marcadas por traços vermelhos. Tinha sido chicoteada. Abismado o padre corre para a mulher para a libertar!
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- Oh menina Justine! Onde está a sua irmã? – A rapariga volta a cabeça e amordaçada chora convulsivamente. – Mas…mas…- balbucia o padre antes de sentir uma dor na cabeça.
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Quando acorda sente-se confuso, foca a vista e vê a rapariga ainda presa às grilhetas. Sentindo uma guinada na cabeça, mexe instintivamente uma mão para apaziguar a dor e apercebe-se que também ele estava preso. Olhou para a outra rapariga que estava à sua frente com um chicote na mão direita e um sorriso desprovido de qualquer compaixão!
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- Ju…Justine? O que se passa? Porque está a tua irmã presa? – pergunta o padre ficando muito branco com o que acabava de lhe vir à memória – Tudo aquilo que contaste…em confissão? Não…não…pode ser verdade!
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- Porque não?
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- Porque…porque é anti natural…porque…não se pode ter prazer…a fazer esse tipo de coisas…quando caíres em ti…
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- Padre…padre…padre! - disse ela abanando a cabeça.
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- Se as pessoas souberem o que fazes… Deus não o permite…
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– O senhor é o único a saber…e perdoou-me…com as penitências!
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- Mas eu não pensei que fosses…se soubesse que o que contavas.... jamais permitiria…
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- Padre, “Pobre é o homem que procura o consentimento dos outros para os seus prazeres”! – atirou Justine e sorrindo candidamente levantou a mão direita...

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Ps1: Miss Precious isto saiu maior do que esperava. Quis pôr aqui um conto de terror mas não consegui...confesso que fui influenciada pela tua informação...e segui a via do Sadismo.

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Ps2: Se reparem bem na imagem...esta indica que...não é um mulher que está de costas...ou será?
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