terça-feira, 27 de abril de 2010

Víncius, Olavo Bilac e Fernando Pessoa




De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
.
.
Vinicius de Moraes
.
.
_____
.
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"

E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! 
.
.
OLavo Bilac
.

***********************************************

 
As nações todas são mysterios.
Cada uma é todo o mundo a sós.


Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
.
.
Fernando Pessoa
.
.
Enviado por Madalena - ter 27-04-2010 09:57
.
.

Sem comentários: