Assunto: | HOMEM NOVO |
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Data: | 6/Abr 12:53 |
EU VI O GRITO SE ERGUENDO EM ALVOROÇO, DAS PEDRAS DE UMA CALÇADA...INESPERADO...INSUSPEITO...ROMPENDO CAMINHO A EITO, ESTENDENDO OS BRAÇOS, E ESTREITANDO CONTRA SI UMA FIGURA CINZENTA, QUE ENCOSTADA ÁS PAREDES CAMINHAVA....CAMINHAR NÃO É O TERMO, POIS QUEM CAMINHA TEM TEMPO E LUGAR PARA CHEGAR...ELE, IA ENGOLINDO DISTÂNCIAS...CORPO ANDANDO, ALMA AUSENTE, QUE A ALMA SEMPRE SE PRENDE AO VENTO QUE A TOCOU, E COM ELE SEGUE A VIDA EM ALVOROÇO, MESMO EM TEMPO DE NORTADA....ABANDONA SUA MORADA, ESSE CORPO, TERRA DE PAZ, ARADA, FUTURA SEARA DE PÃO, DE SUAVE ONDULAR...E AÍ, LIVRE DO CORPO PRISÃO, COM O VENTO SOBE AO CÉU E ULTRAPASSA HORIZONTES. VIVE HISTÓRIAS DE ESPANTAR, CONHECE O ROSTO DA DÔR...CANTA, CHORA, RI, PERDE O QUE NÃO SOUBE GANHAR, ESPREITA AS TREVAS DESCONHECIDAS E POR AÍ DECIDE AVANÇAR, BRAÇO DADO COM A CERTEZA, SENTE QUE É O DESTINO....LÁ AO LONGE, BRILHA CALMA A LUZ DO SOL, E SOLITÁRIO SE ARRASTA UM HOMEM SEM CÔR NEM CHAMA. A ALMA ESTANCA....E NUM REPENTE ETERNO TUDO PASSA A TER SENTIDO...ESTÁ DE VOLTA...E DEMOROU DE CHEGAR, NÃO PODE PERDER MAIS TEMPO. FOI NESSE PRECISO MOMENTO QUE TESTEMUNHEI O GRITO QUE, DO CHÃO, INESPERADO SE ERGUEU, GRITANDO A PALAVRA VIDA, E CORRENDO, INUNDOU ESSA FIGURA... E UM HOMEM NOVO NASCEU!...EM ANEXO UM BEIJO!
Distribuído por Moranguinho Pereira (hi5)
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O MOSQUITO ESCREVE . O Mosquito pernilongo trança as pernas, faz um M, depois, treme, treme, treme, faz um O bastante oblongo, faz um S. . O mosquito sobe e desce. Com artes que ninguém vê, faz um Q, faz um U e faz um I. . Esse mosquito esquisito cruza as patas, faz um T. . E aí, se arredonda e faz outro O, mais bonito. . Oh! já não é analfabeto, esse inseto, pois sabe escrever o seu nome. . Mas depois vai procurar alguém que possa picar, pois escrever cansa, não é, criança? . E ele está com muita fome. .
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CECÍLIA MEIRELES
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Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
quarta-feira, 7 de abril de 2010
O mosquito escreve - Cecília Meireles
Etiquetas:
Cecília Meireles,
Moranguinho Pereira,
Poesia
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