domingo, 20 de dezembro de 2009

António Brito

António Brito
Elementos e imagens extraídas do site: http://www.antoniobrito.com/

Nasceu no dia 21 de Novembro de 1949 na aldeia de S. Fagundo, concelho de Tábua, distrito de Coimbra. Aos onze anos foi viver para Lisboa. Foi operário na construção civil, trabalhou numa oficina de carpintaria e foi engraxador nas ruas. Aos dezoito anos alistou-se nas Tropas Pára-quedistas, onde permaneceu quatro anos. Mobilizado para Moçambique, combateu nalgumas das mais importantes operações militares contra os guerrilheiros nacionalistas. No regresso a Lisboa, viveu como trabalhador-estudante. Nos primeiros anos, durante o dia, trabalhou como gerente de supermercados e inspector de vendas numa multinacional; durante a noite, estudou no liceu até à conclusão do 12º Ano. Entrou para a Faculdade de Direito de Lisboa, onde concluiu a licenciatura em Direito na área de Ciências Jurídico-Económicas. Foi director de multinacionais com responsabilidade nacional e internacional, formador de marketing certificado pelo IEFP, consultor de gestão e organização de empresas. Integrou cursos e estágios de formação dentro e fora do país. Colaborou em jornais de Moçambique e Portugal, escreveu para televisão, e publicou o romance “Olhos de Caçador”, baseado nas suas vivências africanas na guerra de guerrilhas.

Os livros:
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"O céu não pode esperar"

O céu não pode esperar

conta-nos a história do tenente Romão, o aviador que enfrenta a morte nos céus de Moçambique durante a guerra, quando o seu avião é atingido por um míssil terra-ar. Na costa oriental de África vem a tropeçar no rasto de outro português, agente do rei de Portugal, que por ali passou séculos atrás. A descoberta arrasta-o do passado para o futuro seguindo uma enigmática pista, anteriormente perseguida pela Inquisição. Envolve-se numa perigosa cruzada onde se entrelaçam o insólito e o inexplicável, a política de Estado e as intrigas das organizações clandestinas, a procura do sagrado e o conhecimento profano. Descobre que o mesmo céu que percorreu de avião, foi durante séculos alvo do interesse de outros homens com outros propósitos. Movidos pela força da fé e a curiosidade da razão, afrontaram os fanáticos dos dogmas e da ordem estabelecida. Em O céu não pode esperar, cruzam-se a ciência divina do Novo Mundo e o obscurantismo religioso, a Restauração da Independência de Portugal e a herança judaica, os inimigos da Revolução de Abril e a política da Santa Sé. Quando a admirável verdade irrompe, tudo faz sentido, tudo se harmoniza, até o censurável amor, coisa admirável de acontecer.

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O que diz o livro:
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No princípio era o voo. E o céu um lugar ameaçador.
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Faltava pouco mais de hora e meia para o tenente Romão encarar a morte de frente, ver o corpo envolvido pelas chamas do jacto despenhando-se em direcção ao solo, em direcção à morte. Só que ele ainda não sabia. Dormia. Dormia tranquilamente, envolvido pelos lençóis brancos da cama, sonhando com a mulher que despira na noite anterior e com o uísque que emborcara até esvaziar a garrafa.
Pela última vez, dormia naquela cama.

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“Há semanas que Fagundes Dias errava pelo Sinai, terra de profetas e sinais bíblicos, fugindo aos perseguidores de Castela que o seguiam desde Jerusalém. Caminhava sobre um chão de calhaus e escorpiões, envolvido por silêncios e solidão. Uma terra desolada. Aqui nasceram religiões e Deus gravou mandamentos na pedra. Por aqui passou a cavalaria de Alexandre e as legiões de Roma, os soldados do faraó e os exércitos da Babilónia, os cruzados europeus e Moisés em busca da terra prometida”.
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Enquanto via os barcos partirem para África ao som de “Angola é Nossa”, Simão, cansado da improvisação e falta de meios do Exército, alistou-se no Regimento de Pára-quedistas da Força Aérea. Como descobriu mais tarde ao chegar a Tancos, ali aprendia-se a combater e a dar cabo do inimigo de um modo bem mais expedito e profissional.
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O início de 1963 foi encontrá-lo na floresta dos Dembos, combatendo as hordas meio selvagens dos guerrilheiros da FNLA, sucessora da UPA de triste memória, que cometeu os grandes massacres sobre a população branca dois anos antes. Perseguiu e matou turras de Zala a Quipedro, das Lundas até ao Leste de Angola, até às terras do fim do mundo na fronteira com a Zâmbia.

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Sentaram-se na esplanada de um restaurante próximo da água. Onde no passado terão andado Jesus Cristo e os apóstolos lançando as redes, corriam agora pranchas de windsurf e barcos desportivos rebocando praticantes de ski aquático. Turistas nórdicos espalhavam creme protector sobre o nariz e partiam para o lago a bordo de pequenas embarcações.
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- Vão até ao kibbutz Guinossar na margem ocidental – esclareceu. Dali prosseguem até Tabga, local do milagre dos pães, e Cafarnaum, a aldeia onde vivia o apóstolo Pedro. É um belo passeio, devia experimentar.


(in  “O céu não pode esperar”)


A notícia no Jornal "Correio da Manhã" de 01Mai2009
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01 Maio 2009 - 00h30
Livro da semana

“Há mais no Céu do que se vê da Terra”
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António Brito acaba de publicar um novo romance, ‘O Céu Não Pode Esperar’, o segundo de uma cruzada que pôs em marcha para colocar a Guerra Colonial ao serviço das grandes questões do pensamento humano.
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Em ‘O Céu Não Pode Esperar’ cruzam-se a ciência e a religião, a Restauração da Independência de Portugal e a herança judaica, os inimigos da Revolução de Abril e a política da Santa Sé. O resto é ficção.
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"Ao contrário do meu primeiro romance, 70 por cento do qual autobiográfico, neste só a circunstância histórica é real e ilustra a grande questão que ocupa o espírito dos homens: há mais no Céu do que se vê da Terra... Escrevo para arrumar as perguntas porque as respostas estão com os leitores", conta o autor.
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António Brito tinha 18 anos quando se alistou nas tropas pára--quedistas. Um ano depois estava em Moçambique. Fez a guerra. 
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"Quando embarquei para Moçambique, Portugal era um país muito triste, cinzentão, sem saídas. Não sou dos que se dizem forçados a ir para a guerra. Fui porque quis. África era uma saída para o Mundo. O serviço militar e a emigração eram meios para atingir esse fim, essa evasão", diz. 
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Há cada vez mais livros, escritores e leitores da chamada literatura colonial – género em que António Brito reconhece enquadrar-se. Mas coloca reservas.
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"Logo a seguir ao 25 de Abril, escrevia-se muito uma espécie de literatura do ressentimento: tudo o que era negro e africano era bom; tudo o que era europeu e português era colonialista e explorador... Hoje escreve-se mais um registo de memórias, vivências extremas de gente muito nova. Sem ressentimento. Interessa-me África enquanto pano de fundo de acções e personagens. Ainda vou escrever um terceiro neste registo mas não vou ficar por aqui", conclui. 
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PESSOAL
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DETEMINAÇÃO
"Formei-me em Direito e reformei-me há cinco anos, mas trabalhei desde os nove: colector de resina, trolha, engraxador... Essas experiências moldaram-me o carácter: muito determinado.
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AMBIÇÃO
"Era um jovem pára-quedista sem grandes estudos mas com grandes ambições: ser escritor. O então major Proença de Almeida deu-me um conselho de vida: ‘Agarra-te aos livros!’"
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RESISITÊNCIA
"Voo livre e maratona são actividades que pratico em nome da boa forma física e mental. A resistência à dor é o que permite atingir a meta, ultrapassar os limites, superar o desafio."
Dina Gusmão
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Imagem da capa e restantes elementos cedidos por Ilídio Costa
"Olhos de caçador"

O livro Olhos de Caçador, tem por protagonista um  soldado do exército português chamado Zé Fraga, mobilizado para a guerra colonial em Moçambique. Com um passado de contrabandista e passador de emigrantes na fronteira com Espanha, vivia de expedientes e pequenos golpes, até ao dia em que é preso, alistado e mobilizado compulsivamente.
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Zé Fraga é um rebelde que escarnece da autoridade, da obediência à lei e do respeito pela propriedade alheia. Recusa fazer o serviço militar e viver dentro do seu apertado sistema de regras. Quer continuar a ser um homem livre, sem freio. Mas, ao mesmo tempo, sente-se fascinado pela possibilidade de descobrir um mundo de horizontes sem fim, que só a mobilização para África lhe pode proporcionar.
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Mulherengo, brigão, malandro, Zé Fraga é um sedutor, fazendo relacionamentos e amizades com facilidade. Tendo vivido do contrabando nas serranias das Beiras, ludibriando a GNR e a Guardia-Civil, esse passado rústico de regulares confrontos com a autoridade, vai fazer dele o soldado mais adaptado que todos os outros à dureza do mato africano, sendo temido pelo inimigo, e uma referência de coragem e liderança para os soldados da Companhia.
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Livrarias Bulhosa Books & Living

contactos para aquisição do livro: Clique aqui
“Olhos de caçador”
Autor: António Brito
Sextante Editora - Lisboa, 2007
ISBN: 978-989-809-340-0
C.I.: 00000186158
Livro: 15.5 X 22.5 cm; 406 páginas
Preço: 17,00 euros (à venda nas livrarias do país)
Sextante Editora Fax: +351218364051
Telefone: +351218364050
WebSite:
www.sextanteeditora.pt 
E-Mail:
editorial@sextanteeditora.pt





Uma breve entrevista na Antena 1, no programa "À Volta dos Livros":


 

O que diz a crítica
 
“Olhos de Caçador, é um dos melhores romances testemunho sobre a guerra colonial publicado nos últimos anos. (…) A acção é veloz, o enredo é ficcionado, mas o discurso é cru e preciso, cheio de detalhes realistas”.

(Filipa Melo/Luís Caetano – Programa Câmara Clara, RTP 2)
 
“Li e fiquei impressionada com o documento; acho que é um documento fortíssimo e, como documento, muito bem escrito. A linguagem é muitíssimo violenta, às vezes quase resvala um pouco para Emile Zola, mas depois agarra bem e volta para trás e não abusa; fica em consonância entre aquilo que quer dizer e a própria linguagem. Está muito bem abraçado, está muitíssimo bem. (…) Foi uma surpresa imensa”.

(Lídia Jorge - Programa Câmara Clara, RTP 2)
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http://ultramar.terraweb.biz/06livros_antoniobrito.htm#esperar
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