António Brito
Elementos e imagens extraídas do site: http://www.antoniobrito.com/
Os livros:
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"O céu não pode esperar"
conta-nos a história do tenente Romão, o aviador que enfrenta a morte nos céus de Moçambique durante a guerra, quando o seu avião é atingido por um míssil terra-ar. Na costa oriental de África vem a tropeçar no rasto de outro português, agente do rei de Portugal, que por ali passou séculos atrás. A descoberta arrasta-o do passado para o futuro seguindo uma enigmática pista, anteriormente perseguida pela Inquisição. Envolve-se numa perigosa cruzada onde se entrelaçam o insólito e o inexplicável, a política de Estado e as intrigas das organizações clandestinas, a procura do sagrado e o conhecimento profano. Descobre que o mesmo céu que percorreu de avião, foi durante séculos alvo do interesse de outros homens com outros propósitos. Movidos pela força da fé e a curiosidade da razão, afrontaram os fanáticos dos dogmas e da ordem estabelecida. Em O céu não pode esperar, cruzam-se a ciência divina do Novo Mundo e o obscurantismo religioso, a Restauração da Independência de Portugal e a herança judaica, os inimigos da Revolução de Abril e a política da Santa Sé. Quando a admirável verdade irrompe, tudo faz sentido, tudo se harmoniza, até o censurável amor, coisa admirável de acontecer.
Sextante EditoraFax: +351218364051
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E-Mail: editorial@sextanteeditora.pt
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O que diz o livro:
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No princípio era o voo. E o céu um lugar ameaçador.
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Faltava pouco mais de hora e meia para o tenente Romão encarar a morte de frente, ver o corpo envolvido pelas chamas do jacto despenhando-se em direcção ao solo, em direcção à morte. Só que ele ainda não sabia. Dormia. Dormia tranquilamente, envolvido pelos lençóis brancos da cama, sonhando com a mulher que despira na noite anterior e com o uísque que emborcara até esvaziar a garrafa.
Pela última vez, dormia naquela cama.
Faltava pouco mais de hora e meia para o tenente Romão encarar a morte de frente, ver o corpo envolvido pelas chamas do jacto despenhando-se em direcção ao solo, em direcção à morte. Só que ele ainda não sabia. Dormia. Dormia tranquilamente, envolvido pelos lençóis brancos da cama, sonhando com a mulher que despira na noite anterior e com o uísque que emborcara até esvaziar a garrafa.
Pela última vez, dormia naquela cama.
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“Há semanas que Fagundes Dias errava pelo Sinai, terra de profetas e sinais bíblicos, fugindo aos perseguidores de Castela que o seguiam desde Jerusalém. Caminhava sobre um chão de calhaus e escorpiões, envolvido por silêncios e solidão. Uma terra desolada. Aqui nasceram religiões e Deus gravou mandamentos na pedra. Por aqui passou a cavalaria de Alexandre e as legiões de Roma, os soldados do faraó e os exércitos da Babilónia, os cruzados europeus e Moisés em busca da terra prometida”.
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Enquanto via os barcos partirem para África ao som de “Angola é Nossa”, Simão, cansado da improvisação e falta de meios do Exército, alistou-se no Regimento de Pára-quedistas da Força Aérea. Como descobriu mais tarde ao chegar a Tancos, ali aprendia-se a combater e a dar cabo do inimigo de um modo bem mais expedito e profissional.
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O início de 1963 foi encontrá-lo na floresta dos Dembos, combatendo as hordas meio selvagens dos guerrilheiros da FNLA, sucessora da UPA de triste memória, que cometeu os grandes massacres sobre a população branca dois anos antes. Perseguiu e matou turras de Zala a Quipedro, das Lundas até ao Leste de Angola, até às terras do fim do mundo na fronteira com a Zâmbia.
O início de 1963 foi encontrá-lo na floresta dos Dembos, combatendo as hordas meio selvagens dos guerrilheiros da FNLA, sucessora da UPA de triste memória, que cometeu os grandes massacres sobre a população branca dois anos antes. Perseguiu e matou turras de Zala a Quipedro, das Lundas até ao Leste de Angola, até às terras do fim do mundo na fronteira com a Zâmbia.
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Sentaram-se na esplanada de um restaurante próximo da água. Onde no passado terão andado Jesus Cristo e os apóstolos lançando as redes, corriam agora pranchas de windsurf e barcos desportivos rebocando praticantes de ski aquático. Turistas nórdicos espalhavam creme protector sobre o nariz e partiam para o lago a bordo de pequenas embarcações.
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- Vão até ao kibbutz Guinossar na margem ocidental – esclareceu. Dali prosseguem até Tabga, local do milagre dos pães, e Cafarnaum, a aldeia onde vivia o apóstolo Pedro. É um belo passeio, devia experimentar.
- Vão até ao kibbutz Guinossar na margem ocidental – esclareceu. Dali prosseguem até Tabga, local do milagre dos pães, e Cafarnaum, a aldeia onde vivia o apóstolo Pedro. É um belo passeio, devia experimentar.
(in “O céu não pode esperar”)
A notícia no Jornal "Correio da Manhã" de 01Mai2009
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01 Maio 2009 - 00h30
Livro da semana
Livro da semana
“Há mais no Céu do que se vê da Terra”
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António Brito acaba de publicar um novo romance, ‘O Céu Não Pode Esperar’, o segundo de uma cruzada que pôs em marcha para colocar a Guerra Colonial ao serviço das grandes questões do pensamento humano.
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Em ‘O Céu Não Pode Esperar’ cruzam-se a ciência e a religião, a Restauração da Independência de Portugal e a herança judaica, os inimigos da Revolução de Abril e a política da Santa Sé. O resto é ficção.
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"Ao contrário do meu primeiro romance, 70 por cento do qual autobiográfico, neste só a circunstância histórica é real e ilustra a grande questão que ocupa o espírito dos homens: há mais no Céu do que se vê da Terra... Escrevo para arrumar as perguntas porque as respostas estão com os leitores", conta o autor.
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António Brito tinha 18 anos quando se alistou nas tropas pára--quedistas. Um ano depois estava em Moçambique. Fez a guerra.
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"Quando embarquei para Moçambique, Portugal era um país muito triste, cinzentão, sem saídas. Não sou dos que se dizem forçados a ir para a guerra. Fui porque quis. África era uma saída para o Mundo. O serviço militar e a emigração eram meios para atingir esse fim, essa evasão", diz.
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Há cada vez mais livros, escritores e leitores da chamada literatura colonial – género em que António Brito reconhece enquadrar-se. Mas coloca reservas.
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"Logo a seguir ao 25 de Abril, escrevia-se muito uma espécie de literatura do ressentimento: tudo o que era negro e africano era bom; tudo o que era europeu e português era colonialista e explorador... Hoje escreve-se mais um registo de memórias, vivências extremas de gente muito nova. Sem ressentimento. Interessa-me África enquanto pano de fundo de acções e personagens. Ainda vou escrever um terceiro neste registo mas não vou ficar por aqui", conclui.
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PESSOAL
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DETEMINAÇÃO
"Formei-me em Direito e reformei-me há cinco anos, mas trabalhei desde os nove: colector de resina, trolha, engraxador... Essas experiências moldaram-me o carácter: muito determinado.
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AMBIÇÃO
"Era um jovem pára-quedista sem grandes estudos mas com grandes ambições: ser escritor. O então major Proença de Almeida deu-me um conselho de vida: ‘Agarra-te aos livros!’"
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RESISITÊNCIA
"Voo livre e maratona são actividades que pratico em nome da boa forma física e mental. A resistência à dor é o que permite atingir a meta, ultrapassar os limites, superar o desafio."
Dina Gusmão
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Imagem da capa e restantes elementos cedidos por Ilídio Costa
"Olhos de caçador"
O livro Olhos de Caçador, tem por protagonista um soldado do exército português chamado Zé Fraga, mobilizado para a guerra colonial em Moçambique. Com um passado de contrabandista e passador de emigrantes na fronteira com Espanha, vivia de expedientes e pequenos golpes, até ao dia em que é preso, alistado e mobilizado compulsivamente.
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Zé Fraga é um rebelde que escarnece da autoridade, da obediência à lei e do respeito pela propriedade alheia. Recusa fazer o serviço militar e viver dentro do seu apertado sistema de regras. Quer continuar a ser um homem livre, sem freio. Mas, ao mesmo tempo, sente-se fascinado pela possibilidade de descobrir um mundo de horizontes sem fim, que só a mobilização para África lhe pode proporcionar.
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Mulherengo, brigão, malandro, Zé Fraga é um sedutor, fazendo relacionamentos e amizades com facilidade. Tendo vivido do contrabando nas serranias das Beiras, ludibriando a GNR e a Guardia-Civil, esse passado rústico de regulares confrontos com a autoridade, vai fazer dele o soldado mais adaptado que todos os outros à dureza do mato africano, sendo temido pelo inimigo, e uma referência de coragem e liderança para os soldados da Companhia.
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Livrarias Bulhosa Books & Living
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contactos para aquisição do livro: Clique aqui
“Olhos de caçador”
Autor: António Brito
Sextante Editora - Lisboa, 2007
ISBN: 978-989-809-340-0
C.I.: 00000186158
Livro: 15.5 X 22.5 cm; 406 páginas
Preço: 17,00 euros (à venda nas livrarias do país)
Sextante Editora Fax: +351218364051
Telefone: +351218364050
WebSite: www.sextanteeditora.pt
E-Mail: editorial@sextanteeditora.pt
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E-Mail: editorial@sextanteeditora.pt
http://www.webboom.pt/ficha.asp?id=167439 (mais informação)
Uma breve entrevista na Antena 1, no programa "À Volta dos Livros":
O que diz a crítica
“Olhos de Caçador, é um dos melhores romances testemunho sobre a guerra colonial publicado nos últimos anos. (…) A acção é veloz, o enredo é ficcionado, mas o discurso é cru e preciso, cheio de detalhes realistas”.
(Filipa Melo/Luís Caetano – Programa Câmara Clara, RTP 2)
“Li e fiquei impressionada com o documento; acho que é um documento fortíssimo e, como documento, muito bem escrito. A linguagem é muitíssimo violenta, às vezes quase resvala um pouco para Emile Zola, mas depois agarra bem e volta para trás e não abusa; fica em consonância entre aquilo que quer dizer e a própria linguagem. Está muito bem abraçado, está muitíssimo bem. (…) Foi uma surpresa imensa”.
(Lídia Jorge - Programa Câmara Clara, RTP 2)
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http://ultramar.terraweb.biz/06livros_antoniobrito.htm#esperar
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