Segunda-feira, 28/12/2009
Internet
Julio Daio Borges
Digestivo nº 419 >>> O Twitter na Time Enquanto os jornalistas brasileiros classificam o Twitter como “uma besteira”, os da Time afirmam, na capa da revista, que o mesmo Twitter “vai mudar nosso jeito de viver”. Um exagero de ambos os lados. No caso do Brasil, um exagero em matéria de desinformação. E, no caso dos EUA, um exagero calculado, para vender mais exemplares na banca. Afinal, conforme a própria Time estima, são 32 milhões de usuários no Twitter neste momento. E o serviço vem crescendo de 50 a 100% mensalmente. A expectativa é de que alcance 50 milhões no final deste ano (vale lembrar que o Facebook tem 200 milhões). Abocanhar uma parcela disso – quando as maiores revistas têm tiragem de um milhão – é um grande feito, não é? A Time começa fazendo uma piada, pelo fato do Twitter causar uma “má primeira impressão”. Valoriza o que o microblog proporciona em termos de “ambient awareness” (algo como “consciência do ambiente” ou, numa tradução livre, “percepção do zeitgeist”), expressão de Clive Thompson. Sugere que o interesse reside não “no Twitter em si”, mas “no que estamos fazendo hoje com ele”. Na interpretação de Ashton Kutcher – mais de 2 milhões de “seguidores” –, seria o fato do Twitter não ser, exatamente, a “soma” de instant messaging (nosso MSN) com rede social (nosso Orkut). A Time se rende, finalmente, classificando muitos dos tweets (ou microposts) como “tocantes”, “engraçados”, “argutos” e “irreverentes”. Sua ameaça ao Google, segundo John Battelle, estaria na possibilidade do Twitter revelar a “super fresh” Web ou a “internet em tempo real” (que a poderosa ferramenta de busca, atualmente, não revela). O mesmo Facebook já ofereceu 500 milhões pela startup de Evan Williams, Jack Dorsey e Biz Stone. Não é, decididamente, “uma besteira”. Mas será que vai nos mudar mais do que já mudamos nestes últimos anos (© @dudafleury)? >>> How Twitter Will Change the Way We Live |
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