Correio da Manhã
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O Prémio de Poesia Luís Miguel Nava, pela sua independência e exigência, é um dos que vale a pena seguir. Este ano a distinção foi para ‘As Têmporas da Cinza’, de A. M. Pires Cabral (Cotovia).
.Pires Cabral é pouco conhecido, o que não significa nada. É um dos nossos raros grandes poetas; vive em Vila Real, sob a penumbra do Marão e os seus versos têm o arrebatamento de uma tarde de Outono – falam de coisas mínimas: melros, relâmpagos, cancelas das hortas, caçadores, vales escurecidos pela tarde, animais da serra, homens perdidos nas aldeias, vidas intranquilas no Nordeste.
Ler a sua poesia é um caminho para iluminar o coração. Mas não só: também para respirar, que é uma coisa antiga, com a nossa idade, com a idade da poesia. Raros poetas o conseguem com a sua limpidez.
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Francisco José Viegas, Escritor
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