Quarta-feira, 23/12/2009
Literatura
Julio Daio Borges
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Digestivo nº 427 >>> 1984, de George Orwell, com Fromm, Pimlott e Pynchon Dentro da programação de relançamentos da obra de George Orwell, que a Companhia das Letras vem promovendo, acaba de sair 1984, com três posfácios que são um tesouro (além da obra em si). Este 1984, edição 2009, também inclui o apêndice dedicado à “novilíngua”, que Alexandre Hubner e Heloisa Jahn traduziram por “novafala” (acreditando na proximidade maior com o original, “newspeak”). Se alguém hoje se pergunta se deve ler 1984, deveria começar pelos posfácios de Erich Fromm, Ben Pimlott e Thomas Pynchon, ainda na livraria. O primeiro, escrito em 1961, evoca a proximidade da Segunda Guerra Mundial, a ameaça nuclear premente e os horrores do stalinismo. O segundo, de 1989, respira o ar da queda do Muro de Berlim, o fim das utopias socialistas e a vitória controvertida do liberalismo. Já o terceiro, de 2003, na aurora do novo milênio é o menos suscetível aos eflúvios da política (apesar do 11 de Setembro) e o mais literário de todos, e o mais biográfico. Só pelas datas, simbólicas de momentos históricos bem diferentes, é possível inferir como 1984, publicado pouco antes da morte de Orwell (em 1949), continua fundamental, e um poço inesgotável de interpretações. Valem as inquietações de Fromm: “Será que o homem pode se esquecer, um dia, de que é humano?”. Valem também as de Pimlott: “O heroísmo pode, de repente, se tornar vazio, porque não haverá mais ninguém para salvar”. E, igualmente, as de Pynchon: “Esse medo de se acomodar, de se vender, deve ser uma preocupação própria dos escritores”. A obsessão de Orwell com o poder – que, absoluto, corrompe absolutamente (Lord Acton) – produziu, quem diria, um livro poderoso. (Pena que os mandatários de hoje não leiam mais como os de ontem...) 1984 |
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1984
Conceito do Leitor: | (opine)Autor: ORWELL, GEORGE
Tradutor: JAHN, HELOISA
Tradutor: HUBNER, ALEXANDRE
Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA - ROMANCES
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Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que 'só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade - só o poder pelo poder, poder puro.'
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Sobre o autor:
ORWELL, GEORGE
George Orwell worked successively as a private tutor, schoolteacher and bookshop assistant, and contributed reviews and articles to a number of periodicals in England. Down and Out in Paris and London was published in 1933. In 1936 he was commissioned by Victor Gollancz to visit areas of mass unemployment in Lancashire and Yorkshire, and The Road to Wigan Pier (1937) is a powerful description of the poverty he saw there. At the end of 1936 Orwell went to Spain to fight for the Republicans and was wounded. Homage to Catalonia is his account of the civil war. He was admitted to a sanatorium in 1938 and from then on was never fully fit. He spent six months in Morocco and there wrote Coming Up for Air. During the Second World War he served in the Home Guard and worked for the BBC Eastern Service from 1941 to 1943. As literary editor of the Tribune he contributed a regular page of political and literary commentary, and he also wrote for the Observer and later for the Manchester Evening News. His unique political allegory, Animal Farm was published in 1945, and it was this novel, together with Nineteen Eighty-Four (1949), which brought him world-wide fame.
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http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=2823750
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