Assunto: | Que o Azul seja assim |
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Data: | 31/Dez 19:17 |
Azul tão fundo,é azul salgado, a cor do mar do mundo, o riso dos golfinhos na vasta imensidão, ecos de outro mundo ... Beijo eu (Flor do Deserto) Lembro-te o vento; ai, o vento! Lembro-te as mãos de escavar a ternura como se fosse terra. Lembro-te a estrada e a falésia e a curva e a paragem e o precipício e a pedra e o pó do caminho e a chuva e as cores. Lembro-te o silêncio da respiração. Lembro-te os carris da fuga. Lembro-te o monte e as fontes. Lembro-te o canto em tons de medo. Lembro-te que estás. . Lembro-te a queda e a vertigem. Lembro-te as rugas das nossas memórias. Lembro-te o sossego e a inquietação. Lembro-te as letras. Lembro-te o cheiro de cada flor ou pedaço de nuvem. Lembro-te a embriaguez das vozes e dos abraços. Lembro-te as fotografias ou os livros. Lembro-te a família que passa. Lembro-te o riso estridente; o desejo calado. Lembro-te o nome das ruas; das velhas e das novas. Lembro-te as roupas; os sapatos. Lembro-te a saudade; pode ser boa. Lembro-te a parede branca ou o telhado quente. Lembro-te a ausência. Lembro-te a descoberta; as veias do sangue rio de outras fecundações. Lembro-te o mistério. Lembro-te as histórias de encantar ou malandrices de meninos panteras e outros que tais. Lembro-te sempre. Lembro-te a voz; talvez o mar dentro do peito. Lembro-te a silhueta na estação em chaga suicida. Lembro-te a arca dos segredos. Lembro-te o adro da Igreja. Lembro-te o orgulho. Lembro-te a Lua; Sol e Lua... Lembro-te o corpo do pintor. Lembro-te o rasgão do poeta. Lembro-te a surpresa do Músico. Lembro-te o cozinheiro. . Lembro-te o murro na liberdade. Lembro-te a marcha na Avenida de olhos postos numa raiva cada vez mais fechada. Lembro-te que Abril abriu portas? Lembro-te o cravo a três cantos e nove passagens. Lembro-te o Bem Querer ou Oceano de ninar. Lembro-te a página em branco e o pincel. Lembro-te o tic-tac do coração. Lembro-te que tudo não é esquecimento; que esquecer é perder; e perder é não ser; e não ser é deixar de estar; e deixar de estar é apagar; e apagar é recomeçar; e recomeçar é lembrar.... Por isso, meus amigos, NUNCA SAIAM DE MIM! (Pedro Branco) 31/12/2009) |
Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Lembro-te o vento; ai, o vento! - Pedro Branco
Etiquetas:
Flor do Deserto,
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Poesia
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